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Júlio Baião, do Grupo Simpar

Júlio Baião, do Grupo Simpar

Esta é uma daquelas histórias que a gente gosta de contar porque fala da formação de um grupo gigante brasileiro com uma atuação multinacional que começou com um mecânico que virou caminhoneiro e deu origem a um grupo que hoje fatura 30 bilhões de reais, atua nas áreas de logística, mobilidade, saneamento, infraestrutura, concessões e serviços financeiros e conta com mais de 40 mil colaboradores.

É a história da Simpar, cujo nome pode à primeira vista ser pouco conhecido, mas algumas de suas empresas são bem populares, como é o caso da Movida, de locação de automóveis, e da JSL, de transporte rodoviário. A Simpar é hoje o maior grupo de logística do País. O conglomerado, antes uma reunião de sete empresas, se constituiu enquanto grupo em 2020 e a minha conversa desta semana foi com o Diretor de Tecnologia da holding do Grupo Simpar, Júlio Baião.

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O desafio da integração

A partir de sua constituição enquanto grupo, em 2020, a direção da Simpar, percebeu a necessidade de transformar o que antes era uma gerência de TI em uma diretoria que ajudasse a construir seu novo modelo de governança e definisse a atuação da TI e sua maneira de operar.  Júlio Baião foi chamado para este enorme desafio que se somava ao fato de que nos últimos anos sua atuação havia sido focada no Varejo com passagens pelo GPA, Via Varejo, Carrefour, Arezzo&CO, entre outros.

O início desta história remonta a 1956, na cidade de Mogi das Cruzes, quando o imigrante português Júlio Simões, um mecânico que virou caminhoneiro, abriu seu primeiro negócio. Assim nasceu a JSL Logística, marca estampada em muitos dos caminhões que trafegam pelas estradas brasileiras e hoje também em países da América Latina e mais recentemente na África do Sul, onde faz a distribuição dos produtos da Ambev. Além de se transformar na maior empresa de transporte rodoviário do País, com cargas que variam de madeira a automóveis, passando por produtos químicos, entre vários outros, o grupo começou a diversificar seus negócios.

Em 2010, a JSL – Júlio Simões Logística fez seu IPO na B3. Em 2020, é lançada a marca SIMPAR (SIMH3), fruto da reorganização societária que simplificou a estrutura do grupo visando o desenvolvimento dos negócios. Já sob a administração de Fernando Simões, filho do fundador, a empresa adquiriu há cerca de 10 anos a Movida, segunda maior locadora de automóveis do mercado, com cerca de 220 mil veículos e faturamento da ordem de R$ 10 bilhões.

Outras áreas onde passou a atuar passam pela Vamos, empresa especializada na venda e locação de veículos pesados, como caminhões, tratores, colheitadeiras; a Automob, rede de concessionárias de veículos de 36 marcas diferentes, dos básicos a carros de luxo, um banco (o BBC), a CS Brasil (que opera em linhas de ônibus) e a CS Infra, com foco em concessões de serviços públicos tais como construção de estradas e de suas praças de pedágio. Além da operação de dois portos na região de Aratu, na Bahia, e o fornecimento de veículos como os utilizados pela  empresa de limpeza urbana do Rio de Janeiro.  Elas funcionam como empresas independente, tendo como guia a Simpar.

Júlio Baião conta que quando chegou o grupo faturava 16 bilhões de reais, valor praticamente dobrado nestes últimos dois anos. “Um grupo que vem crescendo nesta velocidade e com este nível de diversificação tinha desafios transformacionais para suportar este crescimento”, diz. Foi quando foi criada a diretoria de TI da holding Simpar, responsável pelas definições estratégicas, bem como a infraestrutura, as telecomunicações, sistemas corporativos e suporte às fusões e aquisições. “Meu papel é matricial”, diz ele, acrescentando que todos os sistemas transversais são de responsabilidade da TI do grupo. “Mas cada uma das sete empresas principais tem a sua própria TI e cada qual é responsável pelos sistemas especialistas que utiliza”, explica.

Júlio diz ainda que acontece também de uma empresa desenvolver um processo que pode vir a ser utilizado por outra. E destaca que a aquisição de uma empresa não implica em impor o uso de soluções usadas em outras unidades do grupo a não ser, é claro, os sistemas corporativos de consolidação. “Aprendemos com o passado que não necessariamente é o caso de sair tombando sistemas de empresas adquiridas. Criamos mecanismos processuais onde tudo é analisado. E promover a integração é o nosso papel”.

O executivo conta que um grande desafio da TI da holding é o de atender as empresas dentro das necessidades de cada uma buscando otimização e sinergia. “A ideia é trazer benefícios considerando a escala e agregar coisas que individualmente elas não conseguiriam, como uma força maior nas negociações”. Ele acrescenta que outro grande desafio é o alinhamento com o C-level a respeito de projetos corporativos, como o que está em estudo, que é a migração para cloud do SAP. A TI da holding possui cerca de 60 colaboradores e terceiros de um total de aproximadamente 500 das áreas de TI das empresas do grupo. Além da SAP, outros parceiros da Simpar são Microsoft, Google, Oracle, TOTVS e Sales Force, para citar alguns.

Outros projetos de TI com start programado para os próximos meses são a reformulação de toda a malha de telecomunicações do grupo visando não só a modernização mas também a redução de custo e a unificação de contratos com fornecedores. “Este ano vamos conseguir ter uma visão completa de todos os contratos”. Na pauta também a evolução do ERP, a transição cada vez maior de sistemas para cloud e todas as questões relativas à segurança da informação.

Enquanto grupo, a Simpar tem como meta dobrar de tamanho mais uma vez em três a quatro anos, com crescimento tanto orgânico quanto via aquisições, e aumentar sua participação no mercado internacional. Projetos estes onde mais uma vez a TI deverá ser uma das protagonistas.

*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo e integra o time de parceiros da Conteúdo Digital no desenvolvimento da Coluna “Bastidores da TI” no portal Decision Report.

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