Mudando o perfil da TI
As primeiras conversas de Fernando Rostock com a Yamaha, depois de muitos anos de GM, entre outras empresas, aconteceram em março de 2020 e quando começou a pandemia ele chegou a imaginar que o processo seria interrompido. Mas não foi e todos os outros contatos que culminaram em sua contratação como Gerente Executivo de TI foram remotos, inclusive a assinatura do contrato. A empresa estava em um momento de reposicionamento da TI e Fernando foi chamado para desenhar e colocar em prática um plano diretor para a área para o período 2021 a 2024.
Ele diz que o primeiro ponto foi captar a estratégia da empresa e o que era esperado da TI. E o plano montado envolvia não só iniciativas de TI, mas também mudar o perfil da equipe, que antes era mais operacional e que hoje se foca mais em buscar novas soluções envolvendo customer experience, voltada a dados, jornada cloud, usar tanto plataformas quanto hardware e software as a service e ser uma empresa data driven.
“Estes eram temas que não estavam na Yamaha dois anos atrás. E para alcançar o que estava no plano diretor precisávamos dar agilidade e escalabilidade por meio das soluções de TI, e não apenas modernizar o parque”. Fernando comenta que tudo isso foi parte da construção de uma jornada com os projetos conectados à estratégia da empresa.
“Mudou o modelo de governança da TI, passando a pensar antes na estratégia e em adicionar valor para então definir a jornada da área”, explica. Neste processo, Fernando, que também responde para o diretor de planejamento estratégico, contou com o apoio da alta direção da empresa que já entendia que este movimento rumo ao digital era o caminho a ser seguido. Mas faltava desenhar a rota.
Como tais processos mexem na cultura não só da área, mas da empresa como um todo, Fernando conta que trouxe pessoas do mercado e foi implementada uma nova roupagem também na gestão de projetos com soluções de BPM – Business Process Management e priorização de demanda buscando entender o todo e não colocar a TI pela TI. A metodologia Ágil foi implementada em vários destes projetos, incluindo a fábrica de Manaus.
E, segundo Fernando, os projetos bem-sucedidos têm aumentado a confiança tanto dentro da própria TI como na relação com as demais áreas. “Todos passaram a entender que o time de TI hoje é muito mais analítico, o que leva a um jogo ganha-ganha”. E na preparação da equipe de TI para o novo contexto, considerando a falta de profissionais no mercado, Fernando conta que este ano criou o programa Yamatech, para a formação de jovens.
Foi ampliado o número de estagiários na área com a proposta de colocá-los em contato com novas tecnologias que estão sendo implantados, ajudando-os a se desenvolver junto à própria equipe. E quando surgir oportunidades, a intenção é incorporá-los ao time.
A Yamaha prepara o planejamento estratégico para 2023 e entre os objetivos estão o de ser uma empresa cada vez mais centrada no cliente, aproveitando os dados obtidos por meio dos diversos canais de relacionamento com o consumidor. A indústria 4.0, IOT e Smart Factory são outros focos para o próximo exercício.
Fernando comenta que o mercado de motos está bem aquecido e vem apresentando crescimento da ordem de 10% a 20% nos últimos anos e a participação da Yamaha também vem aumentando.
“Quando conectamos os sistemas fabris aos sistemas de informação é possível analisar os gargalos, reduzir paradas, melhorar a eficiência e a produtividade, contribuindo com a empresa neste momento tão importante. E é isso que estamos sempre olhando, o que podemos fazer em consonância com a estratégica da companhia”.
*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo e integra o time de parceiros da Conteúdo Digital no desenvolvimento da Coluna “Bastidores da TI” no portal Decision Report.