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Ana Laurito, Líder Regional TI Latam da Symrise

Ana Laurito, Líder Regional TI Latam da Symrise

Minha conversa para esta coluna foi com Ana Laurito, uma ex- quase atleta profissional como jogadora de vôlei que o destino levou para a área de TI. Depois de empresas como Avon, Citibank, DuPont, Sanofi, Natura&CO, Cia das Letras, entre outras, Ana ocupa hoje a liderança regional de TI para América Latina da Symrise, fabricante de aromas e fragrâncias para a indústria alimentícia, farmacêutica e de cosméticos.

Ela gerencia 29 sites, entre escritórios e fábricas em oito países, reportando para o CIO global, na Alemanha, e afirma que, com a mudança recente do CEO, enxerga este como um momento de criar uma nova identidade de TI dentro da organização para traçar os novos planos da área. Conheça a história de Ana a seguir.

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Das quadras para TI

Ana Laurito é líder Regional de TI Latam da Symrise, empresa fabricante de aromas e fragrâncias para a indústria alimentícia, farmacêutica e de cosméticos. Mas uma coisa curiosa é que, quando mais jovem, Ana se preparava para uma vida bastante diferente: ela era jogadora de vôlei e imaginava que ali estava seu futuro, ser uma atleta profissional. Ana jogava pelo município de Embu das Artes, cidade vizinha a São Paulo, e disputava campeonatos, tendo sido inclusive federada.

Quando o time do qual fazia parte perdeu o patrocínio que garantia o financiamento de uniformes, locomoção e outras despesas, Ana se viu diante da necessidade de buscar outro rumo para sua vida. Mas foi o vôlei que acabou lhe proporcionando, também, a oportunidade de entrar na área de Tecnologia. A levantadora do time de vôlei da Avon, que a conhecia, era coordenadora de TI e a indicou para uma vaga no departamento de Compras para cuidar da área de microinformática, que naquela ocasião ficava nas áreas fim. Depois de alguns cursos básicos, Ana começou a desenvolver sistemas…”eu montava inclusive redes”, lembra.

Teve uma passagem em seguida pela construtora Albuquerque Takaoka, que foi a idealizadora de Alphaville, em Barueri, distrito próximo a São Paulo que se tornou um modelo de condomínio residencial horizontal. Após alguns meses, foi chamada pela mesma Coordenadora de TI da Avon e levantadora do time de vôlei para voltar para a companhia, desta vez para a área de TI uma vez que todas as áreas de microinformática tinham sido consolidadas em TI.

Com o crescimento dos ERPs no mundo, ela acabou indo para a SAP, que estava entrando no Brasil. Estava trabalhando na empresa como consultora quando foi novamente chamada de volta para a Avon para um projeto de upgrade do sistema de faturamento. “Como eles estavam pensando em implementar um ERP, fui chamada pela experiência que eu tinha adquirido na SAP e o conhecimento do sistema na Avon”.

Ana destaca aqui a importância de sair das empresas deixando sempre as portas abertas. “Manter boas relações com pessoas e empresas é fundamental”, reforça. E fala por experiência própria, ela foi chamada de volta em três das empresas onde trabalhou, a Avon, por duas vezes, além da DuPont e do Citibank. Nesta volta à Avon, Ana atuava como Business Partner com a função de entender a demanda do negócio e trabalhar junto com a TI acompanhando a elaboração dos projetos.

Numa reestruturação global, a empresa anunciou uma redução de pessoal e Ana, que estava grávida, pediu para ser incluída na lista das pessoas que seriam afastadas para se dedicar ao filho. Sua ideia era empreender mas os planos acabaram não se concretizando. Fez então curso de gestão de projetos, tirou certificado PMP e foi trabalhar no Citibank.

No passo seguinte, Ana foi para a empresa Cleartech, que atuava na área de portabilidade numérica, onde montou a área de PMO – Project Management Office. Em seguida foi chamada de volta pelo Citibank como Gerente de Portfolio. A entrada na DuPont, em 2013, marcou sua ascensão como responsável por TI para três diferentes negócios da empresa na América Latina. “Eu cuidava tanto da parte de projetos de tecnologia quanto do dia-a-dia do que acontecia nestes negócios”.

E, com a fusão da Dow com a DuPont, de lá foi para a Sanofi, onde atuou como Gerente de Infraestrutura Latam (Application Hosting), área onde rodavam os sistemas de aplicação crítica. E eis que mais uma vez retornou para uma empresa onde já havia trabalhado ao receber novo convite da DuPont que, a esta altura, reunia todos os negócios de ambas as empresas, DuPont e Dow, que tinham sinergia, criando três novas empresas.

A pandemia coincidiu com a ida de Ana para uma área completamente diferente de tudo onde já havia trabalhado. Foi quando assumiu como diretora de TI da Cia das Letras. “Foi um super desafio, completamente diferente do que eu estava acostumada”. A editora tinha sido adquirida pelo grupo alemão Bertelsmann, que passou a deter 70% da companhia, e Ana viveu o desafio de gerenciar a TI no processo de transição de uma empresa local para uma empresa global, desafio este ampliado com a chegada da pandemia.

Além da atualização tecnológica para a realização da fusão em si, com a pandemia a empresa passou por uma mudança em seu modelo de negócio. “A Cia das Letras atuava no business-to-business e com a pandemia as livrarias, para quem vendíamos, ficaram fechadas. Tivemos que mudar o modelo do negócio passando a incluir os Market Places e mesmo o varejo, algo completamente novo para a empresa”.

Segundo Ana, a Cia das Letras passou por uma verdadeira transformação digital. A empresa tinha um ERP caseiro e migrou para SAP no primeiro projeto de implantação deste sistema feito de forma totalmente remota, consolidando-se ainda como o primeiro ERP implementado com sucesso no mercado editorial no Brasil. Ana destaca que isso só foi possível graças ao comprometimento da equipe. “Foi uma das melhores e mais comprometidas equipes de TI que já gerenciei”, afirma, “e ainda devido ao apoio de toda a organização”, completa.

Continuando sua trajetória bastante diversa, Ana foi convidada para assumir uma posição global na área de Cyber Security na Natura, que havia comprado a Avon, onde Ana tinha trabalhado, além da The Body Shop e a Aesop. Ela conta que cada empresa tinha um nível de maturidade em cybersegurança bastante diferente uma da outra e um cyber hub foi montado então como a primeira área global da companhia.

Na Symrise desde o final de 2022, Ana volta a ser responsável por toda a área de TI da empresa como Líder Regional LATAM e com a missão de fazer uma transformação digital na companhia. Ela hoje gerencia todos os aspectos de TI para a região, considerando infraestrutura, suporte e aplicações locais de um total de 29 sites (fábricas e escritórios) em 8 países e cerca de 3.000 colaboradores, reportando ao CIO global baseado na Alemanha.

Há alguns anos a Symrise realizou um outsourcing da área de tecnologia da informação e hoje a empresa enxerga a TI como estratégica para o negócio e a própria área está sendo reformulada. Segundo Ana, o novo CEO da companhia já tem a tecnologia da informação como ponto de destaque em sua agenda e ela enxerga que este é o momento de criar uma identidade de TI dentro da organização para traçar os novos planos da área. Agora é aguardar os próximos passos!

*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo e integra o time de parceiros da Conteúdo Digital no desenvolvimento da Coluna “Bastidores da TI” no portal Decision Report.

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