A internet das coisas é uma das principais tendências na área de Tecnologia da Informação, uma rede robusta de sensores e objetos conectados que interagem pela internet e impactam a vida das pessoas, além das estratégias de negócio. O tema é tão relevante que ganhou força no Congresso Nacional e está sendo estudado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) com apoio do BNDES.
De acordo com o estudo liderado pela consultoria McKinsey, em parceria com o CPqD e o escritório de advocacia Pereira Neto/Macedo, a internet das coisas deve movimentar US$ 132 bilhões na economia brasileira até 2025. As iniciativas estão focadas em políticas públicas e pode beneficiar mais de 70 setores no País.
Durante a Futurecom, que aconteceu essa semana em São Paulo, líderes dos setores envolvidos apresentaram as iniciativas para os quatro segmentos iniciais que vão devem receber os benefícios do plano brasileiro de IoT. No setor de Saúde, por exemplo, a aplicação dessa tecnologia pode reduzir filas de atendimento, custos de operação hospitalar e melhorias no monitoramento de pessoas com doenças crônicas.
No campo do agronegócio, a aplicação da internet das coisas pode melhorar a produtividade e qualidade do setor, além de ampliar a relevância do Brasil no comércio mundial de produtos agropecuários. Na indústria, a IoT poderá ajudar pequenas e médias empresas na integração de cadeias produtivas.
Entre as sugestões para as cidades inteligentes, o estudo também aponta a possibilidade de elevar a qualidade de vida por meio da gestão integrada de serviços nas áreas de mobilidade, segurança e uso de recursos. Na área de segurança, o documento traz medidas para aumentar a capacidade de vigilância e monitoramento.
Maturidade em elevação
Mas para que o plano se concretize, órgãos públicos e iniciativa privada terão que trabalhar em conjunto para massificar a internet das coisas no Brasil. De acordo com o estudo apresentado na Futurecom pela Logicalis, ainda falta maturidade em todo o país. O levantamento apontou que 71% das empresas entrevistadas acreditam que a IoT atingirá um alto nível de relevância para os negócios nos próximos 3 a 5 anos.
Atualmente, 18% dos entrevistados possuem alguma iniciativa em internet das coisas e 19% estão em processo de adoção de soluções dessa natureza. Para o próximo ano, 28% têm planos concretos de IoT nos negócios. Na visão dos executivos que discutiram amplamente o tema no Futurecom, para esse plano avançar, é preciso adotar um bom ritmo de parceria entre operadoras, empresas de tecnologia e setor público.
“Será um grande desafio fazer a internet das coisas funcionar”, dispara Luis Shibata, chief strategy officer da TIM. Segundo ele, a operadora está criando uma startup interna dedicada ao tema. “Isso porque IoT não está no nosso DNA, é um esforço gigantesco que não pode ocupar toda nossa operação”, acrescenta.
“As parcerias são protagonistas nessa estratégia. Nosso papel é ir além da oferta de conectividade, por isso acordos com startups podem ser vantajosos em uma relação em que todo mundo ganha”, completa Ney Acyr, diretor de Negócios de IoT da Embratel.
“O papel das startups é a capacidade de prototipar, criar cenários e aplicações da internet das coisas. Isso atrelado à uma plataforma de aplicações gerenciáveis. Além disso, é importante que avancemos na regulamentação do setor a fim de entender como esse ecossistema vai atuar”, completa Luis Aquino, diretor de Negócios de TI da Oi.
Na visão dos executivos, viabilidade de negócio, desenvolvimento de um ecossistema de atuação, ampliação dos benefícios para população e velocidade de inovação foram os principais desafios da aplicabilidade da internet das coisas no Brasil.
*Com informações da Agência Brasil