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Healthtechs no país crescem 60% desde 2016

Healthtechs no país crescem 60% desde 2016

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Atualmente, empresas unificadoras de serviços de saúde e tecnologia atingem o número de 1.023 no Brasil, indicando um processo de ampliação da área no pós-pandemia, informa pesquisa. Na visão de especialista do Grupo Fleury, conforme a tecnologia avança essa área, será cada vez mais possível aplicação realmente prática de diversas inovações como Inteligência Artificial wearbles


Hoje, o Brasil contabiliza 1.023 Healthtechs, um avanço de 60% se comparado com 2016. É o que aponta a pesquisa Distrito Healthtech Report 2022, apresentada nesta semana no 7º Encontro Fleury de jornalismo em Saúde, que destacou avanços e tendências na jornada de cuidados pessoais.

A análise da pesquisa informa ainda que o cenário de pandemia foi bastante importante para essa expansão, uma vez que aquele momento demandou soluções diferenciadas e dependentes do uso da Tecnologia da Informação que oferecessem maior eficiência às empresas do setor. Os números indicam um crescimento nos investimentos de healthtechs de 300% em 2021, comparado ao mesmo período em 2019, ainda início do período pandêmico.



A gestora de saúde Alice, por exemplo, recebeu investimentos na casa dos US$127 milhões, vindos da rodada C, liderada pelo Softbank. Junto dela, a Sami recebeu um aporte de R$111 milhões na rodada B, liderada pela DN Capital, do Reino Unido. Por fim, a também brasileira QSaúde recebeu R$150 milhões investidos por fundos como Valor Capital e Monashes.


Outros números também foram divulgados no evento, colhidos na pesquisa “The next frontier of care delivery in healthcare”, produzida pelo McKinsey e apresentada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Associação Paulista de Medicina (APM). Eles apontam que 45% dos médicos já incorporaram a tecnologia nos seus atendimentos cotidianos. Junto a isso, os maiores players de exames em domicílio cresceram uma média de 48% durante a pandemia, e, segundo estimativas do próprio Grupo Fleury, o crescimento do número de consultas via telemedicina cresceu 38 vezes nesse mesmo período.


Entretanto, apesar das novas tecnologias – IA, Automatização e mesmo os wearbles (equipamentos usados constantemente em tratamentos de saúde) – serem um passo que as healthtechs já tentam dar desde 2021, com o aumento dos investimentos nessas áreas, ainda falta um meio consumidor preparado economicamente e culturalmente para demandar esse tipo de serviço.


“Ainda falta capacidade econômica do país e dos brasileiros. A maioria desses maquinários, considerando as wearbles especialmente, são importados. Então quando não se faz uso dessas tecnologias pelo celular ou por outro equipamento mais acessível, se torna bastante difícil de massificar esse uso no Brasil” comentou Andrea Bocabello, Diretora de Estratégia, Inovação e ESG do grupo Fleury.


O segundo ponto de desafio destacado por Andrea é a conectividade. “Enquanto não tivermos internet 4G e 5G ao alcance das pessoas para habilitar o uso dos equipamentos, permitindo que funcionem artifícios como monitoramento cardiológico em tempo real e à distância; fotos de alta qualidade para visualizar inflamação de ouvido, nariz e garganta, a massificação também permanecerá distante. Conforme o avanço da internet e uma melhora na integração de dados complexos, a disseminação dessas tecnologias virá normalmente.”


Entre as soluções ofertadas por healthtechs, foram citadas durante o encontro a Wecancer, que oferece assistência médica aos pacientes com câncer fora do centro de tratamento; a Aidoc, com uma Inteligência Artificial preparada para exames de topografia computadorizada de forma a priorizar filmagens que possam indicar anormalidades do corpo, como embolia pulmonar; e a Uoretec, que possui um holter sem fios, capaz de dar mais conforto ao usuário enquanto garante traçados mais estáveis e precisos.


“Conforme os benefícios vão aparecendo e massificando a cultura das healthtechs, especialmente eliminando o estigma de ‘brincadeira de criança’, as atuações dessas empresas vão passar a ter aplicação realmente prática, como a aplicação de internações domiciliares para doenças crônicas necessitadas de acompanhamento direto”, completa Andrea.


‘Medicina 4Ps’

Todo o trabalho de empoderamento do paciente tem levado as companhias a abraçarem uma nova filosofia de tratamento nas modalidades à distância. É chamado de “medicina 4Ps”, em referência as palavras personalizada, preditiva, preventiva e participativa:


Personalizada refere-se ao uso de medicina molecular e armazenamento de histórico dos pacientes para atender e tratar caso a caso individualmente; preditiva considera o machine learning e análise de dados para identificar o quanto antes o surgimento de doenças; preventiva usa os wearbles ligados à telemonitoramento para incentivar hábitos mais saudáveis; e participativa conta com o acesso à informação em rede para levar a uma participação ativa do paciente nos processos decisórios dos tratamentos, estando ele melhor informado sobre o caso.


 “A ‘medicina 4Ps’ favorece os sistemas de saúde para uma visão mais sistêmica dos processos de tratamento. Isso reforça ainda mais a coordenação de todas as áreas com o cuidado direto com o paciente” conclui Andrea.