O uso corporativo da IA, especialmente da Inteligência Artificial Generativa (GenAI), continua em franca ascensão e está provocando mudanças profundas na estrutura e no funcionamento das empresas, segundo a mais recente pesquisa global da McKinsey sobre o tema. O estudo apontou que 78% das organizações já utilizando IA em pelo menos uma função de negócios( frente a 55% em 2023), os pesquisadores reforçaram um cenário que aponta para uma adoção cada vez mais estratégica e transformadora da tecnologia.
De acordo com a pesquisa a GenAI, ferramenta com modelos capazes de gerar texto, código, imagens e outros conteúdos, já é usada regularmente por 71% das empresas entrevistadas. Setores como marketing e vendas, TI, engenharia de software e desenvolvimento de produtos concentram a maior parte das aplicações, áreas onde o potencial de ganho é mais imediato e tangível, reforçaram os especialistas.
Governança e Liderança Estratégica
O estudo mostrou que o valor gerado pela IA não vem apenas da adoção da tecnologia em si, mas de mudanças estruturais que as acompanham. Organizações que redesenharam fluxos de trabalho ao incorporar a GenAI relataram maior impacto nos lucros operacionais (EBIT). Além disso, o envolvimento direto da alta liderança, especialmente de CEOs, na governança da IA está fortemente associado a melhores resultados financeiros.
Embora apenas 28% dos líderes relatem que o CEO supervisiona diretamente a governança da IA, esse número é considerado significativo para os especialistas. Os dados apontaram que as empresas com receitas superiores a US$ 500 milhões, essa supervisão tende a ser mais compartilhada, envolvendo também conselhos e centros de excelência.
Cresce a Preocupação com Riscos e Qualidade
Como foi revelado pelo relatório a expansão do uso, crescem também os cuidados. Cerca de 27% das empresas revisam todo o conteúdo gerado por IA antes do uso, enquanto uma parcela semelhante verifica apenas 20% ou menos. Empresas de setores jurídicos e de serviços profissionais são as mais rigorosas nesse aspecto.
Riscos relacionados à precisão, segurança cibernética e propriedade intelectual estão entre os mais frequentemente enfrentados pelas organizações. Empresas maiores se destacam por investir mais na mitigação de riscos de segurança e privacidade, embora desafios como desenvolvimento e precisão ainda necessitam atenção mais ampla.
Transformação da Força de Trabalho
A revolução impulsionada pela IA também está reformulando os perfis profissionais demandados. Segundo os especialistas há um crescimento na contratação de cientistas de dados, engenheiros de machine learning e especialistas em ética e conformidade em IA. Apesar disso, muitas organizações ainda relatam dificuldade em preencher essas vagas, especialmente no caso dos cientistas de dados, cuja demanda segue em alta.
De acordo com a análise, primeira vez, a maioria das empresas declara usar IA em mais de uma função de negócios, com média de três áreas por organização. O setor de TI foi o que mais expandiu sua adoção de IA nos últimos seis meses, saltando de 27% para 36%. Empresas maiores, com receitas superiores a US$ 500 milhões, demonstram uma adoção mais ampla e estruturada da GenAI, refletindo maior capacidade de investimento e coordenação.
GenAI nas Empresas
Os dados revelam um movimento, apesar de considerar nos estágios iniciais, do uso responsável e estruturado da IA. O qual defende que a GenAI está deixando de ser uma ferramenta pontual para se tornar um pilar estratégico das operações corporativas. Para capturar plenamente esse valor, será necessário não apenas adotar a tecnologia, mas também reiventar processos, treinar talentos e fortalecer estruturas de governança.