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USP anuncia IA generativa para triagem de processos judiciais na saúde

USP anuncia IA generativa para triagem de processos judiciais na saúde

Segundo a instituição, os tribunais do país tem 800 mil novos processos com demandas de saúde; a expectativa é reduzir o tempo de análise com o uso de IA generativa

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A Amazon Web Services , o Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e o Hospital das Clínicas, por meio do INOVAHC, anunciaram hoje  em São Paulo, o desenvolvimento de um Modelo de Linguagem Especializado (SLM) para acelerar as decisões judiciais na saúde. De acordo com as instituições, a IA generativa será integrada à triagem de processos judiciais da saúde, com o objetivo de reduzir atrasos e apoiar magistrados na tomada de decisão.

 

Segundo a divulgação, a tecnologia seguirá parâmetros pré-definidos, consultando bases de dados públicas para verificar pendências, classificar casos por urgência, aplicar checklists e analisar evidências clínicas e jurídicas — sempre em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

 

A judicialização da saúde segue em ritmo acelerado no Brasil, com projeção de 800 mil novos processos em 2025 (25% e aumento em relação a 2024). Esse crescimento tem sobrecarregado os Núcleos de Apoio Técnico do Judiciário (NatJus), responsáveis por pareceres técnicos que, antes emitidos em até 24 horas, agora podem levar até 20 dias em algumas jurisdições.

 

Para enfrentar esse desafio, o uso de GenAI surge como estratégia promissora. A expectativa das organizações é que, com a triagem automatizada de até 80% dos casos, o tempo médio de resposta seja drasticamente reduzido, melhorando a eficiência do sistema e a qualidade da prestação jurisdicional à população.

 

A proposta é estabelecer um processo decisório estruturado, que uma medicina baseada em evidências e fundamentação legal robusta. As principais funcionalidades incluem a classificação automática dos processos conforme categorias do CNJ (como fornecimento de medicamentos ou tratamentos fora do rol da ANS); sumarização técnico-jurídica das petições, manifestações e decisões, com inclusão de referências da CONITEC e jurisprudência correlata. Além de um agente virtual de apoio aos magistrados, capaz de responder perguntas em linguagem natural, eliminando a necessidade imediata de encaminhamento ao NATJUS.

 

“O SLM será um modelo brasileiro, de código aberto, adaptado às realidades e desafios locais, para tornar as análises e julgamentos mais rápidos em benefício de toda a população, respeitando a privacidade dos detentores dos dados”, diz Paulo Cunha, diretor para o Setor Público na AWS Brasil.

 

A AWS fornecerá infraestrutura para análise de dados, além de créditos para apoiar o trabalho dos especialistas em engenharia de dados do IME-USP. Todos os dados utilizados pelo SLM serão anonimizados e a AWS não terá acesso a eles. Além de pareceres, o banco de dados contará com artigos médicos especializados e outros materiais relevantes para as análises.

A equipe espera concluir a prova de conceito no Tribunal Regional de Santa Catarina até o final deste ano. O objetivo é que, posteriormente, o SLM seja incluído como uma funcionalidade do e-NatJus, plataforma que reúne documentos de apoio aos magistrados para decisões na área da saúde.

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