No fim de 2023, a Trend Micro firmou uma parceria com a equipe de Fórmula E NEOM por tempo indeterminado, demonstrando a sinergia que existe hoje entre as grandes marcas de segurança e as equipes de corrida. Para reforçar sua estratégia, a empresa trouxe os integrantes da equipe para falarem sobre o esporte e sua conexão com a tecnologia no evento Risk to Resilience, em São Paulo, no último dia 14 de março. O evento precedeu a corrida de Fórmula E que ocorreu na capital paulistana, no último dia 16 de março, no Sambódromo do Anhembi.
Em relação à tecnologia e segurança, Ian e Sam explicaram o quão grande é sua importância numa corrida de carros elétricos como a Fórmula E. O software tem papel decisivo nessa modalidade, em que os pilotos contam com apenas um dia na pista e poucas horas de testes antes da corrida. Sem falar na equipe que precisa de informações selecionadas e precisas rapidamente. Sam Bird destacou, inclusive, que recebe as informações em códigos encriptados no carro, e deve passar apenas as informações essenciais aos engenheiros, para que tirem o melhor que o carro pode oferecer.
No campeonato de Fórmula E, nem sempre a estratégia é liderar a corrida. Durante a prova, que equivale a estar aproximadamente 45 minutos na pista, os pilotos precisam economizar energia, sendo muitas vezes mais eficiente ficar nas posições medianas durante a corrida, para no fim acelerar e tentar vencer a prova.
Ian James também reforçou três dados importantes de uma corrida desse tipo: a economia de bateria, que pode se desgastar mais com as altas temperaturas; o aquecimento dos pneus, especialmente na classificação que acontece no mesmo dia da corrida e, por último, a diferença de data coletada no simulador e na pista, para que a estratégia seja reavaliada em tempo real.
Ao falar sobre o esporte, Sam Bird o relacionou ao jogo de xadrez, porém o jogo de xadrez mais rápido do mundo, já que a equipe sempre busca saber qual será a estratégia da outra equipe em um curto espaço de tempo. O piloto também foi questionado sobre a diferença entre dirigir um carro de Fórmula 1 em relação ao que dirige atualmente. Sam explicou que o primeiro possui muita aderência e grandes trabalhos aerodinâmicos, sendo mais fácil tirar todo o potencial que o carro pode oferecer. Já na Fórmula E, os carros têm uma aerodinâmica limitada, o que torna mais difícil explorar todo o potencial que o carro pode ter e conseguir a melhor volta possível.
Durante o evento da Trend Micro, Sam foi questionado sobre a sua expectativa em relação à corrida, já que agora ele estava em outra equipe, mas em 2023 correu pela Jaguar e subiu ao pódio em terceiro lugar. Quase como uma premonição, Sam respondeu que esperava, sim, uma surpresa no fim de semana. “Nós trabalhamos muito durante essa temporada para melhorar. Eu entrei na McLaren e comecei a interagir com eles um dia após a corrida de Londres ano passado. Estávamos no escritório já trabalhando porque entendemos que, como um grupo, ocupamos uma posição em 2023 que não era onde a NEOM Mclaren queria estar”, disse ele.
O piloto enfatizou que ficou impressionado com o progresso alcançado. “Ainda temos espaço para melhorar, o que é bom, mas o que vimos nas primeiras corridas no ano é que estamos fechando a distância, e isso me gera bons sentimentos e gera bons sentimentos nas pessoas da equipe também. Isso não significa que somos melhores, mas sim que podemos brigar com a Jaguar e alcançar um pódio”.
As previsões de Sam Bird não estavam erradas. Em uma corrida emocionante em São Paulo, no último sábado, Sam Bird conquistou o pódio da Fórmula E em uma ultrapassagem eletrizante, na última volta.