A transformação digital (TD) é a bola da vez no universa da Tecnologia da Informação. Na visão de Denis Arcieri, diretor geral da IDC Brasil, o processo de TD é um caminho sem volta para as empresas em busca de eficiência e competitividade. Entretanto, pouco mais de 10% das organizações nacionais investem cerca de 5% de seu faturamento em tecnologias inovadoras. Número que enfatiza a necessidade de o Brasil avançar nesse quesito.
Outro estudo da PWC apontou que investimento na transformação digital é prioridade para os CEOs do Varejo. Em uma pesquisa global com 350 varejistas, 69% dos executivos dizem que planejam aumentar seu investimento neste ano. Apesar da óbvia importância de ter uma estratégia de TD, surpreendentemente, mais da metade dos entrevistados – 52% – ainda não definiram ou começaram a implementar um plano de transformação digital.
Para Giovanni Montoneri, Chief Digital e Innovation Officer da Zôdio Brasil (irmã da Leroy Merlin que tem previsão para ser inaugurada no quarto trimestre de 2017, em São Paulo), a jornada de TD no Varejo vai muito além da tecnologia e poucas empresas entenderam como isso se aplica nos processos de negócio.
“As pessoas se humanizam usando a tecnologia, isso é transformação digital. Não vamos falar de produtos, mas de paixões, não vamos abordar só soluções tecnológicas, mas como as pessoas agem do conceito people to people”, pontua Montoneri durante entrevista exclusiva para a Decision Report.
O executivo italiano trabalhou 17 anos da Decathlon em diversos países, inclusive no Brasil, e há poucos meses assumiu a área de inovação e TI da Zôdio. Segundo ele, a transformação digital só acontece quando é trabalhada em três pilares.
Humanizar processos
O conceito people to people destacado pelo executivo envolve toda a organização trabalhando não só para o negócio, mas para o outro. A empresa se preocupa com o desenvolvimento e bem-estar do colaborador, engajando-o para pensar fora da caixa e trabalhar os processos de forma diferente, identificando oportunidades de surpreender o cliente.
Organização integrada
Não só os diretores e gestores têm papel estratégico nos negócios, todos os colaboradores precisam trabalhar em prol do objetivo e missão da empresa. E isso só tem um trabalho integrado quando a organização é colaborativa, eliminando o sistema de hierarquia e envolvendo todos os departamentos, inclusive o ecossistema de parceiros, para pensarem juntos no negócio.
“O modelo hierárquico mata a criatividade dos colaboradores que estão na parte de baixo da pirâmide. Aquele processo de desenhar um projeto, passar para o coordenador, que passa para o gestor e até chegar na presidência, a ideia já ficou obsoleta. O modelo de comunidade em que todos os funcionários são engajados, certamente trará um ambiente mais colaborativo, acelerando as tomadas de decisão”, destaca Montoneri.
Desenvolvimento Ágil
Só aqui entra a tecnologia, em um processo rápido de criação, desenvolvimento e aplicação. O conceito de startup se encaixa perfeitamente, em que são testadas as mais diversas soluções de maneira integrada, colaborativa e com rápido retorno.
“A computação em nuvem tem um papel fundamental nesse pilar, pois posso deixar aquela TI do dia a dia em cloud como gestão, logística, fiscal e contábil, e liberar espaço do meu dia para implementar inovações, pensar fora da caixa e encontrar maneiras de surpreender meu cliente”, finaliza Montoneri.