Participação feminina no mercado de tecnologia permanece em taxas baixas. Para que esse cenário mude, as profissionais de TIC terão que continuar enfrentando as barreiras sociais e se profissionalizando cada vez mais
O Brasil conta com 109,4 milhões de mulheres, o que representa 52,2% da população, mas no que diz respeito ao setor de tecnologia, a participação feminina é de apenas 20% em relação à participação masculina, de acordo com dados divulgados em 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E esse percentual é ainda mais baixo quando se trata do setor de provedores de internet.
Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) mostrou que as mulheres representam apenas 10% da força de trabalho do setor, embora venham se destacando em um mercado que exige constante atualização e adaptação às novas tecnologias.
Marília Amaro, CEO da IKNET, que atua nos mercados das cidades cearenses Barbalha, Juazeiro do Norte, Crato e Missão Velha, é uma das poucas mulheres à frente de uma empresa do setor e tem trabalhado para ampliar a presença feminina nessa área. Ela acredita que a diversidade de gênero é fundamental para o sucesso das empresas, inclusive no segmento de provedores de internet, pois traz diferentes perspectivas e habilidades para a equipe.
Na visão de Marília, o desafio maior ainda está na própria mulher: “Ela não pode se deixar abater pelos obstáculos, se sentindo incapaz de superá-los. A mulher deve atuar com a certeza de que ela pode chegar aonde ela quiser. Na IKNET, além das gestoras serem duas mulheres, nossa equipe é formada por 20% de colaboradoras. Gostaríamos de ter um número maior, mas, infelizmente, ainda temos dificuldade de encontrar no mercado mulheres capacitadas para atuar na área”, afirma a executiva.
De acordo com ela, além de investir em programas de diversidade e inclusão, promover o desenvolvimento de lideranças femininas é muito importante para incentivar e apoiar as que desejam seguir carreira nessa área. “Isso pode incluir a criação de programas de mentoria, o apoio à participação de mulheres em eventos e conferências do setor. As empresas devem investir em cursos e treinamentos voltados especificamente para o público feminino, criando ferramentas para que as mulheres se sintam aptas a atuar em qualquer área do setor de tecnologia”, conclui.