A conectividade providenciada pelas operadoras de serviços móveis será essencial para o estabelecimento de recursos para transformar a inteligência de dados das cidades
*Por Marcel Zamboni
Não há como projetar a consolidação das chamadas smart cities ou cidades inteligentes sem falar de conectividade. O processo que permite a adoção de novas tecnologias no cotidiano de gestores e da população depende diretamente do mercado de telecomunicações e, principalmente, da sua capacidade de prover infraestrutura inteligente dentro e fora dos grandes centros.
Sem acesso a tecnologias avançadas de comunicação e informação, o desenvolvimento sustentável (tão almejado em tempos de ESG, sigla para Environmental, Social e Governance) e o crescimento econômico encontram entraves que colocam o Brasil no retrovisor do crescimento das grandes potências.
Neste cenário, projetando tendências no curto e médio prazo, acredito que o futuro será calcado em redes de dados móveis e muito voltado ao M2M (Machine-to-Machine)e à IoT (Internet of Things), principalmente com a expansão da cobertura 5G — que segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), alcançará 40% da população, residente em 487 localidades no Brasil, ainda em 2023.
A importância da tecnologia M2M deve ser vista para além do seu conceito-chave — comunicação de máquina para máquina. Existe um potencial gigantesco no modo como o M2M, aliado a IoT, interliga sistemas de redes com e sem fio a dispositivos remotos, transferindo dados em tempo real e aumentando o nível de inteligência dos processos de monitoramento, medição e controle de equipamentos e de terminais a distância.
Inovações como o rastreamento automatizado de veículos, smart meetering (medidores inteligentes), telemetria, aplicações de gestão e segurança de dados, entre outras, terão na evolução da infraestrutura de telecomunicações um ambiente fértil para avançar no mercado, promovendo um salto tecnológico em diversos setores da economia.
Outra revolução em andamento é o crescimento e democratização da banda larga, uma vez que a população, forçadamente ou não pela pandemia, colocou na sua vida o uso intenso da internet com finalidades diversas — trabalhar, estudar, conversar com amigos e familiares, realizar transações financeiras etc. Hoje, o país soma 41,4 milhões de acessos fixos à internet em banda larga.
A Anatel, em seu Plano Estratégico, traçou objetivos claros para aperfeiçoar a banda larga no Brasil até 2027. Entre eles: atingir a velocidade de 1 Gb/s de internet banda larga fixa; ampliar a cobertura da telefonia móvel 5G para 57,67% da população; expandir a conectividade de backhaul de fibra óptica para 100% dos municípios; e elevar o nível de satisfação dos usuários de telefonia móvel e banda larga fixa.
São metas audaciosas? Talvez. Mas não impossíveis. É papel de empresas como a VSB International, dar o suporte técnico e de inteligência necessário às integrantes do ecossistema de telecomunicação. Juntos, provedores, órgãos reguladores e os setores público e privado terão a conexão que precisam para colocar o Brasil, novamente, em posição competitiva no cenário mundial.
*Marcel Zamboni é sócio e diretor de Desenvolvimento de Negócios da VSB International