*Por Ricardo Recchi
“É hora de focar no efeito prejudicial que o trabalho pode ter em nossa saúde mental”. Essa foi a frase dita pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, após divulgação do relatório referente à saúde mental no ambiente profissional, desenvolvido pelo órgão em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O estudo, realizado em 2023, concluiu que cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, o que causa uma perda à economia global de quase US$ 1 trilhão.
Um outro levantamento, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mostrou que, apenas em 2022, mais de 209 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, como depressão e ansiedade, ou Alzheimer. Essa realidade salienta como a negligência com a saúde mental dos trabalhadores reverbera não somente na economia nacional, mas também globalmente.
A despeito dos debates gerados e das iniciativas criadas em resposta a esses dados alarmantes, como o ‘Setembro Amarelo’ – mês dedicado à prevenção ao suicídio – os efeitos adversos da falta de atenção à saúde mental permanecem evidentes em todos os setores profissionais, especialmente na área de Tecnologia da Informação (TI).
Segundo o ‘Diagnóstico comportamental dos profissionais de TI’, levantamento realizado pela divisão de estudos da IT Mídia, 53% dos profissionais de tecnologia afirmam que sua saúde mental “poderia estar melhor”. Dos entrevistados, 6% alegam que já estão vivenciando a síndrome de esgotamento, conhecida como ‘burnout’, decorrente do estresse proveniente do excesso de trabalho.
Com números tão preocupantes, se tornou necessário buscar iniciativas que promovam mais qualidade de vida e bem-estar para esses profissionais. Nesse contexto, recursos como o Low-Code surge como uma alternativa que pode contribuir para que o dia a dia de trabalho de desenvolvedores seja mais produtivo, além de menos estressante e exaustivo. Por conter atributos da Inteligência Artificial, a tecnologia Low-Code automatiza grande parte dos desenvolvimentos de software.
Com a ferramenta auxiliando o trabalho do desenvolvedor, é possível aumentar sua produtividade e reduzir o tempo gasto no momento de criar aplicações, o que contribui para amenizar o estresse e a ansiedade durante seu ofício. Além disso, a utilização dessa tecnologia facilita o cumprimento de prazos, minimizando a sobreposição de demandas e, por consequência, reduzindo o esgotamento mental e a tensão dos profissionais.
Outro ponto positivo destacado é que o especialista que trabalha com Low-Code também está se preparando para o futuro, pois as pesquisas indicam que o uso dessa tecnologia deve crescer significativamente nos próximos anos. De acordo com levantamento do Gartner de 2022, 70% dos softwares corporativos do mundo serão desenvolvidos dessa forma até o ano de 2025.
Portanto, é possível perceber que, em um mundo preocupado com os efeitos adversos do trabalho na saúde mental, os alertas da OMS e da OIT sobre bilhões de dias de trabalho perdidos por ansiedade e depressão ecoam fortemente. Sabemos que reduzir a evolução da economia e da digitalização não é uma atribuição possível diante da velocidade com que caminha o mundo. Nesse sentido, o que devemos buscar são recursos que amenizem esse cenário e, diante do desafio atual, priorizar soluções como o Low-Code não só promoverá o aumento da eficiência, mas também vai reforçar o compromisso com a saúde mental dos profissionais.
*Ricardo Recchi é country manager da Genexus Brasil, Portugal e Cabo Verde