Machine learning, inteligência artificial e poder analítico. Nada disso é novidade no mundo da Tecnologia da Informação. A diferença que vivemos hoje é que esses sistemas já podem ser rodados com mais facilidade, a tecnologia avançou ao ponto de poder processar uma montanha de informações que traga valor para o negócio.
E é nesse cenário que a SAP fincou sua bandeira marcando território em um conjunto de tecnologias que promete inovar os negócios. Se no passado, a gigante alemã batia na tecla do ERP e nos últimos anos no HANA, com o processamento em memória, agora ela deu voz ao SAP Leonardo, uma plataforma que integra machine learning, big data, internet das coisas, blockchain, data inteligence e analytics.
A tecnologia foi lançada em maio desse ano, no SAPPHIRE, em Orlando, e essa semana está sendo apresentda oficialmente aqui no Brasil no SAP Fórum, que acontece hoje e amanhã em São Paulo. “Para nós, o importante é impulsionar a inovação sem perder de vista a escala”, destaca Mala Amand, presidente de SAP Leonardo.
Segundo ela, esse portfólio tem características de microserviços com recursos de design thinking, multicloud, integração sistêmica, APIs abertas e plataforma open source. Isso dá flexibilidade na implementação em um ambiente heterogênico, permitindo uma arquitetura extensiva com um conjunto de tecnologias mais robustas.
“A inteligência artificial será o esqueleto da nossa inovação nos próximos anos. Mas precisamos empoderar o processamento e aprendizado da máquina. Aqui entra o Leonardo com uma nova geração de aplicações rodando em escala”, acrescenta a executiva.
Histórias reais
Desde o lançamento em Orlando, o SAP Leonardo vem sendo apresentado aos clientes brasileiros e alguns benefícios já foram sentidos pelas organizações que apostaram na tecnologia, como é o caso da Cielo e do Grupo Boticário. Os executivos de ambas apresentaram no palco principal as vantagens de trabalhar em conjunto com a equipe do Labs da SAP, que fica em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Segundo Diego Feldberg, diretor de Produtos Digitais da Cielo, a inovação não é uma escolha, mas uma urgência e está pautada em três esferas: participar do ecossistema de inovação com parceiros; fomentar a inovação interna; e inovar junto aos clientes. “Na verdade, matamos a área de inovação e agora temas a garagem”, disse ele. A ideia é fomentar uma inovação disseminada por toda a companhia e inserida em um ecossistema em que todos atuam.
“Estamos trabalhando com o conceito de plataformas abertas, como o Cielo Lio, um novo terminal inteligente que funciona em sistema Android. Ele é aberto para desenvolvedores e tem como objetivo melhorar os meios de pagamentos. Por isso apostamos no SAP Leonardo, que também atua no conceito open source”, pontua o diretor.
Ele conta que a Cielo visitou diversos espaços de co-working de inovação e encontrou no SAP Labs o modelo ideal de acordo com os projetos da companhia. Dessa parceria, surgiram algumas iniciativas que proporcionaram redução de custos, melhoras na experiência do cliente e inteligência analítica sobre o comportamento de compras em lojas físicas.
Já no Grupo Boticário, o CIO, Nicolas Simone, explicou que está trabalhando com o conceito de TI Bimodal, em que a área de Tecnologia da Informação deixou de ser um departamento com alto custo “e que tira pedido” para se transformar em uma equipe que agrega valor.
“Há um ano e meio implementamos esse projeto para suportar o conceito de mudança em todo o Grupo. Criamos o Botilabs, um espaço concebido para promover a integração dos times e a discussão de novas tecnologias, focando em inovação e prototipação”, comenta o CIO.
A varejista também enxergou vantagens no SAP Leonardo melhorando a logística de distribuição de produtos nos pontos espalhados pelo Brasil. “Trabalhamos em um espaço de co-working junto ao time do SAP Labs para construir um trabalho em seis semanas. Essa iniciativa proporcionou integração sistêmica e trouxe benefícios como otimização de estoque, precisão de inventário, rápida alocação de produtos, projeção de demanda, entre outras vantagens”, completa.
Em busca da capacitação
E para fazer com que o novo portfólio ganhe asas no Brasil, a alemã anunciou no mês passado a inauguração do terceiro SAP Leonardo Center em São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Depois de Paris e Nova Iorque, o centro brasileiro ajudará clientes e parceiros durante processo de inovação digital.
Em São Paulo, as iniciativas são um pouco diferentes. Em parceria com a Prefeitura e com a ONG Junior Achievement, a SAP acaba de lançar o Latin Code Week, um treinamento para capacitar jovens em linguagem de programação e inovação. O Programa Profissão Cidadão treinará 400 estudantes da rede pública e acontecerá nos meses de novembro e dezembro de 2017, além de janeiro de 2018.
O treinamento terá duração de uma semana, sendo realizado em quatro polos diferentes na cidade. A infraestrutura será cedida pela Prefeitura e a SAP entrará com a parte de conteúdo do programa, que será desenvolvido em SAP BUILD, um recurso usado dentro do SAP Leonardo com recursos de design thinking e desenvolvimento cognitivo.
“O objetivo dessa iniciativa é fomentar a capacitação e empreendedorismo dos jovens no desenvolvimento de aplicativos. A princípio, 400 pessoas parece um número pequeno, mas acreditamos no efeito multiplicador do programa. Cada jovem poderá compartilhar o conhecimento entre os colegas e contagiar pessoas para iniciativas de inovação digital”, completa Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil.