A Rede Brasil, quarta maior rede varejista do país, se aliou à Área Central e implantou um sistema capaz de interligar os ERPs das mais de 500 lojas da rede, distribuídas em cerca de 100 cidades de 15 estados brasileiros.
A empresa avança no aprimoramento de uma ferramenta exclusiva de Business Intelligence (BI) que vai abastecer os sócios da Rede Brasil com dados relevantes de mercado, operação, desempenho e negócios, facilitando a tomada de decisões de forma mais ágil e segura. Hoje a Rede Brasil possui faturamento anual de cerca de R$33 bilhões e emprega mais de 60 mil pessoas, estando presente no dia a dia de milhares de consumidores, tornando essas iniciativas tecnológicas uma prioridade no suporte ao crescimento mútuo das empresas sócias.
Murilo Couto, diretor executivo da Rede Brasil, diz que o compartilhamento de informações e a padronização da comunicação e processos é bastante estratégica porque facilita a troca de experiências, fortalece o relacionamento entre os sócios, reduz custos comerciais e operacionais e aumenta a competitividade das empresas do grupo.
Os esforços iniciais da estratégia podem ser medidos em termos financeiros. Com a integração dos dados em andamento no segundo semestre de 2023, a Rede Brasil mapeou uma oportunidade de compra conjunta com fornecedores durante um período de aumento de custos de produtos de commodities, garantindo preços melhores à rede. “Reunindo toda a base de sócios em uma única negociação, a companhia conseguiu garantir uma economia conjunta superior a R$ 2 milhões para algumas empresas do portfólio”, afirma.
Segundo o executivo, esse “case” vem proporcionando maior aderência nas reuniões com os compradores destas categorias e tem fomentado novos negócios. A análise de oportunidades também vêm gerando impactos nas compras de produtos de uso e consumo, como sacolas, filmes stretch e bobinas de pdv: “melhoramos a interação entre os compradores com estudos de custo em algumas embalagens através da análise de especificações em comum e indicação de fornecedores com melhor ganho de produtividade na operação”, completa Murilo Couto.
‘Match’ perfeito considerou flexibilidade de tecnologias
Os resultados alcançados são os primeiros desde que a empresa pôs à mesa a necessidade de possuir dados integrados com intuito de potencializar a geração de negócios. A proposta é antiga e vinha sendo desenhada logo que a Rede Brasil passou de associação para empresa de sociedade anônima (SA), em 2012. Desde então, o grupo atuava de forma independente sobre a gestão de informações, o que impedia uma melhor estruturação de ações conjuntas e consistentes entre as unidades, deixando de fornecer uma visão unificada dos projetos da rede aos parceiros corporativos.
Com o objetivo de promover a cooperação entre os sócios e expandir o desenvolvimento da rede, à época a Rede Brasil montou um comitê de tecnologia para avaliar propostas de empresas que ajudassem a resolver esse desafio por meio de uma solução bem estruturada, com segurança de dados e aptas a realizar customizações adequadas a rede.
“Passamos dois anos mapeando oportunidades e em 2018 começamos a prospectar empresas que poderiam trazer um ganho nas informações que as empresas enviavam para a rede. Encontramos na Área Central a parceira ideal devido a sua expertise no varejo, estrutura mercadológica, e adaptabilidade de suas soluções”, afirma Murilo Couto.
O projeto entre as duas empresas iniciou em 2019 e passou por um vasto período de estudos e implementação até chegar a quase 100% das 16 empresas associadas já integrando seus dados com a plataforma da Área Central — já proporcionando ganhos em categorias como commodities e embalagens de uso e consumo.
Integração de ERPs à plataforma levou dois anos
A primeira grande mudança foi substituir um sistema caseiro chamado de SCOP, onde eram registradas informações do grupo, mas que não permitia a integração automática com os ERPs de cada sócio, para o atual sistema integrado de gestão.
“O método anterior poderia gerar informações não consistentes, porque dependia da submissão dos dados por cada empresa. Além disso, no desenvolvimento de um produto de marca própria, por exemplo, não tínhamos o volume potencial de compra, preços de custo e venda para que pudéssemos avaliar a viabilidade de lançamento desse produto junto a um fornecedor. Hoje conseguimos estruturar isso”, afirma o executivo.
Aline Michelin, diretora de Operações na Área Central, lembra que foram pelo menos dois anos de implantação do novo sistema, passando por testes de integração, validação e otimização de recursos. “Apesar de muitas empresas da rede terem o mesmo sistema de ERP, as versões diferentes entre cada empresa, provocava ruídos nas informações compartilhadas. Ajustar tudo isso dentro de um único hub de informação foi uma tarefa bastante complexa”, explica.
Conforme a Rede Brasil e a Área Central, os processos de extração dos dados para implementação do novo sistema contou com a participação de 16 gestores de TI, desenvolvedores do Área Central, equipe interna da Rede Brasil, e desenvolvedores dos ERP´s contratados pelos supermercadistas.
“Concluímos a implantação e as customizações recentemente, mas estamos evoluindo ainda na exploração da nossa ferramenta em sua totalidade junto ao cliente. Isso gera um aprendizado constante também para a Área Central. Ou seja, mais do que entregar valor para o nosso cliente, estamos crescendo junto com a Rede Brasil em experiência e potencial de negócios a partir desse projeto de sucesso”, ressalta Aline Michelin.
Até o momento, além da redução de custos e maior interesse participativo dos sócios da Rede Brasil, a tecnologia possibilitou a criação de uma base de dados robusta, que começou a ser utilizada para embasar análises mais estratégicas via ferramentas de BI e também na construção de indicadores comerciais, como estoques, market share, entre outros.
Ao longo de 2024, a empresa planeja intensificar os treinamentos da plataforma para os colaboradores das redes sócias , consolidando a cultura de dados dentro das estratégias de gestão da Rede Brasil. “O entendimento é que além destes dados, a troca de conhecimento e experiências que estão a disposição são primordiais. Certamente o futuro é muito promissor para seguirmos crescendo”, conclui Murilo Couto, da Rede Brasil.