A Inteligência Artificial (IA) e a IA Generativa transformarão significativamente as indústrias no futuro, de acordo com 88% dos líderes empresariais brasileiros entrevistados no estudo global “Catalisador da Inovação” (Innovation Catalyst), promovido pela Dell Technologies. O levantamento mostra que 86% das empresas brasileiras dizem que estão bem posicionadas e têm uma estratégia sólida de inovação, embora 39% delas não têm certeza de como será seu setor em três a cinco anos e 37% admitem enfrentar dificuldades para acompanhar o ritmo de disrupção do mercado.
A pesquisa entrevistou 6.600 líderes das áreas de negócios e de tecnologia de empresas dos mais diversos setores, sendo 300 deles no Brasil, para mapear os desafios e as oportunidades associados à inovação.
IA generativa: da ideação à implementação
À medida que as organizações aumentam a adoção, a preocupação gira em torno de entender onde residem os riscos e quem é responsável por eles. 72% concordam que a organização, em vez de a máquina, o usuário ou o público, é responsável por qualquer mau funcionamento ou comportamento indesejado da IA.
Sobre as prioridades estratégicas para 2024, o estudo aponta que, apesar de os executivos reconhecerem a importância e o poder transformador da IA e IA Generativa, o principal objetivo das empresas brasileiras em relação à inovação neste ano, citado por 51% dos entrevistados, são os projetos para Redução de Custos e Aumento de Eficiência. Em segundo lugar, com 48%, estão as iniciativas voltadas a Preparar a Empresa para o Futuro (antecipando demandas dos clientes e/ou para evitar momentos de recessão), e, em terceiro lugar, empatados com 47%, aparecem o Uso da IA Generativa para Promover Transformações e projetos associados a Compromisso de Responsabilidade Social e Ética.
“O estudo confirma a percepção de que as organizações já entenderam que a IA e a IA Generativa passam a ter um papel fundamental para acelerar a inovação, mas as companhias ainda estão no estágio inicial de adoção dessa tecnologia, saindo das discussões teóricas para os primeiros testes e experimentações”, explica Diego Puerta, Presidente da Dell Technologies no Brasil. “E parte disso deve-se à própria falta de conhecimento, tecnologia, recursos e cultura adequados das companhias para se beneficiar da Inteligência Artificial para acelerar a inovação”, complementa.
As organizações estão lidando com maiores desafios de ameaças cibernéticas
A cibersegurança de forma mais ampla continua sendo um ponto de dor para as organizações. Essas preocupações são bem fundamentadas, já que 78% dos líderes brasileiros entrevistados afirmam terem sido impactados por um ataque de segurança nos últimos 12 meses. A maioria (91%) está buscando uma estratégia de implementação Zero Trust, e 82% afirmam ter um Plano de Resposta a Incidentes em vigor para se recuperar de um ciberataque ou vazamento de dados.
Os três principais problemas citados incluíram malware, phishing e violações de dados. Intercorrências com phishing indicam o papel dos funcionários no panorama de ameaças, segundo o relatório. Por exemplo, 65% dos entrevistados acreditam que alguns funcionários ignoram as diretrizes e práticas de segurança de TI porque atrasam a eficiência e produtividade, e 64% dizem que ameaças internas são uma grande preocupação. Isso indica a necessidade de focar em treinamento, já que os funcionários são a primeira linha de defesa.
A infraestrutura tecnológica correta ajudará as organizações a terem sucesso
O estudo também mostra que ter uma infraestrutura moderna para processar, armazenar e trafegar os dados representa a prioridade número um da maioria dos executivos (57%), quando questionados sobre as melhorias necessárias na companhia para suportar a inovação. Uma preocupação que está diretamente ligada ao avanço no volume de dados trafegados nas organizações – que tende a aumentar de forma exponencial com o avanço de tecnologias como a IA – e na necessidade de transformá-los em informações relevantes para o negócio. Além disso, a maioria dos tomadores de decisão de TI (79%) diz preferir um modelo on-premises ou híbrido, para lidar com os desafios de implementação da IA generativa.
A grande maioria dos executivos (94%) revela que suas empresas hoje enfrentam desafios para o gerenciamento de dados. As principais barreiras, para 37%, são prover acesso rápido e seguro aos dados para usuários e aplicações, enquanto 35% relatam a dificuldade de integrar dados de diferentes sistemas, aplicações e formatos para oferecer uma visão unificada e outros 34% dizem que a barreira está na acuracidade, consistência e confiabilidade de dados provenientes de diferentes fontes.
“O avanço da IA Generativa deve representar uma oportunidade única de inovação para as empresas. No entanto, para tirar proveito das oportunidades geradas por ela, a capacidade de captar, armazenar e gerenciar dados vai ser essencial”, destaca Puerta. “Não adianta as empresas terem as melhores plataformas e estratégias de Inteligência Artificial se não tiverem os dados adequados para trazer respostas rápidas e eficientes”, complementa.
Outras descobertas da pesquisa incluem:
- Habilidades: Mais de dois terços (72%) dos líderes brasileiros afirmam que atualmente há uma escassez de talentos necessários para a inovação em sua indústria. Agilidade e desejo de aprendizado, fluência em IA e criatividade e pensamento criativo são classificados como as principais habilidades e competências para os próximos cinco anos.
- Sustentabilidade: 41% dos entrevistados acreditam que “impulsionar inovações ambientalmente sustentáveis” é uma área de melhoria importante. A eficiência energética está em alta na agenda, com 85% experimentando soluções como serviço (as-a-Service) para gerenciar seu ambiente de TI de forma mais eficiente, e 73% movendo ativamente a inferência de IA para a borda para se tornar mais eficiente em energia (por exemplo, com prédios inteligentes).
- Tornando TI um parceiro estratégico: Atualmente, 65% dos tomadores de decisão de negócios têm motivos para excluir os tomadores de decisão de TI de conversas estratégicas, no entanto, ambos os departamentos classificaram um relacionamento mais forte como a segunda área de melhoria mais importante.