Iniciativa, liderada pela Fundação IOTA, situada na Alemanha, teve como objetivo integrar diferentes dispositivos com a rede em nuvem da IOTA
A Fundação IOTA, organização sem fins lucrativos responsável pela criptomoeda IOTA, que permite transacionar valores e dados para fins de Internet das Coisas, promoveu no último mês de outubro, sua primeira competição Hackaton idealizada pela divisão IOT 2 Tangle para desenvolvedores de diversos países do mundo.
Nessa iniciativa, os candidatos tiveram um mês para desenvolver projetos de código-aberto que pudessem ser distribuídos através do Tangle, ecossistema criado pela IOTA com a finalidade de integrar dados de diferentes dispositivos e impulsionar a comunicação Machine to Machine com o recurso IOTA Streams.
O desafio contou com 26 projetos ao todo, dos quais 18 foram selecionados. A disputa foi encerrada em novembro e definiu cinco vencedores, que foram escolhidos após avaliação de um júri, formado por três avaliadores, entre membros da IOTA e de empresas patrocinadoras.
O primeiro colocado foi o projeto do brasileiro Eliabel Barreto, técnico responsável pelos treinamentos de produtos da Mitsubishi Electric do Brasil. O especialista fez a integração do Controlador Lógico Programável (CLP) FX5, da Mitsubishi, ao Factory I/O, um software de simulação de fábrica.
Com a ajuda de um microcomputador Raspberry PI2 e uma biblioteca desenvolvida em linguagem Phyton, foi possível coletar registros do CLP iQ-F. Após essa etapa, foi feita a integração com o framework criptografado IOTA Streams para o envio de dados, de forma segura, à Tangle, para que pudesse ser consumido pelos utilizadores da plataforma.
De acordo com Eliabel, o que facilitou essa integração foi o protocolo padrão SLMP aplicado a todas as soluções de automação da Mitsubishi. “Por ele ser aberto, facilitou a conexão com outros softwares. A maioria dos CLPs não possui um protocolo aberto de livre implantação, o que dificultaria ou até inviabilizaria o projeto”, explica o especialista.
Premiação
Os cinco primeiros colocados foram contemplados com prêmios em dinheiro. Além disso, foram entregues hardwares voltados para IoT. Os ganhadores também receberão um curso oferecido pela IOTA Academy ONE para desenvolvedores, com direito a um certificado emitido pela fundação.
“Foi um privilégio ter a oportunidade de participar dessa competição, que conseguiu reunir grandes experts da programação. A coleta de dados é um dos principais pilares da Indústria 4.0 e essa integração permite impulsionar um modelo de negócio que já é tendência no mundo todo, o Maas (Machine as a Service). Além disso, a segurança do ambiente da IOTA e o propósito da competição foram decisivos para que eu decidisse me juntar à disputa. Foi um desafio bastante acirrado, com muitos projetos incríveis. Me sinto honrado e agradecido pelo apoio da IOTA e dos demais candidatos”, declara Barreto.