Programa de fomento da digitalização nacional da Cisco apresentou os resultados práticos de parcerias em Saúde, Educação e Indústria. Propostas envolvem aplicação de 5G privativo com preços acessíveis à pequenas empresas, iniciativas de teleatendimento e cirurgia remota, além de desenvolvimento de infraestrutura educacional para mudanças nos sistemas de ensino
A Cisco abriu as portas hoje (05) do “Cisco Connect 2023”, onde apresentou os avanços em uma série de parcerias e casos de uso com as empresas e a sociedade civil. O Brasil Digital e Inclusivo (BDI), lançado há três anos pela companhia tem a proposta de atuar junto aos segmentos de Indústria, Saúde e Educação para promover usos de conectividade e, assim, iniciar processos de transformação digital que impactem a vida dos brasileiros.
“A ação nasceu do Country Digital Acceleration, um programa global da Cisco de desenvolvimento digital que chegou ao Brasil em 2020. Seu foco é promover iniciativas para consolidação de infraestrutura com agentes inovadores no país, oferecendo desenvolvimento tecnológico. Nosso objetivo é gerar impactos positivos na economia digital brasileira, tornando-a mais competitiva e mais aberta a novas oportunidades de emprego”, explicou Rodrigo Uchoa, Diretor de Digitalização da Cisco Brasil em coletiva com a imprensa realizada hoje em São Paulo.
A parceria com o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (InCor) é a mais avançada. A proposta é desenvolver os atendimentos médicos remotos, disseminando a expertise de saúde, concentrada nos grandes centros urbanos do Sudeste, para o resto do país. Com esse objetivo, foi criado o Telemonitoramento do Ato Cirúrgico (TAC), que permite a pacientes de localidades remotas receber o devido acompanhamento médico pós-cirúrgico sem problemas de locomoção ou gastos da parte da instituição de saúde e do cliente.
Além disso, o BDI estabeleceu dois centros de acompanhamento de cirurgias colaborativas em São Paulo e no Maranhão. Neste caso, os médicos contarão com equipamentos como óculos inteligentes e tecnologias IoT para que procedimentos cardíacos pediátricos realizados no estado do Norte sejam videomonitorados por profissionais dentro da sede paulista do InCor.
A iniciativa espera estabelecer novas salas de monitoramento em outros pontos do país ainda em 2023, alcançando diferentes especialidades médicas. Entretanto, o Diretor Executivo do InovaHC, Marco Bego, aponta para a longa jornada ainda a ser percorrida pela comunidade médica brasileira, que a ensine a aceitar com mais naturalidade as novas tecnologias e as suas potencialidades.
“Esse projeto também oferece uma nova lição ao setor de saúde. Hoje, boa parte dos recursos médicos ainda está desconectada entre si, então todo o processo de jornada do paciente é longo e traumático, podendo inclusive incorrer na perda dessa vida. Ao digitalizar o processo, agilizamos o atendimento e a recuperação, permitindo que uma internação de uma semana seja reduzida para apenas um dia, com todo o resto do acompanhamento feito da casa do paciente”, explicou ele.
Indústria e Educação
Na vertical de Indústria, as ações estão mirando o mercado de 5G em consolidação, de forma a acelerar digitalmente os setores-chave da economia nacional. Dessa proposta surgiu o 5G-in-a-box, a ser executado pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e com coordenação da Rede Nacional de Pesquisa (RNP).
Essa aplicação funcionará como uma rede implementável e de alta capacidade para componentes IoT, comunicação M2M e desenvolvimento da Indústria 4.0. O projeto piloto tem previsão de entrar em atividade no segundo semestre desse ano.
Na visão de Carlos Nazareth Martins, diretor da Inatel, a importância de projetos como esse está em fechar a lacuna de inovação existente entre a Tecnologia da Informação e as Telecomunicações. Por conta disso, o espaço de fornecimento de redes móveis representou uma nova oportunidade para aplicação de novidades tecnológicas que chegavam ao mercado brasileiro.
“Um exemplo é o mundo da TI nunca ter falado de gerações da inovação, tamanha era a velocidade na transformação digital. Mas o 5G trouxe a novidade única de fornecer redes privativas, que dão a liberdade de se customizar a conectividade necessária para cada caso. Agora, as empresas podem construir suas redes privativas em espaços remotos do país através de modelos mais baratos e facilmente aplicáveis”, comentou Nazareth.
Por fim, no caso da educação, a parceria foi organizada junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito da iniciativa BNDES Educação Conectada. A partir dele, o Brasil Digital e Inclusivo apoiará com infraestrutura conectada e segurança cibernética escolas ligadas ao programa nacional. Nesse mesmo contexto, se avançará na capacitação digital de professores e disponibilidade de recursos educacionais para transformar o ensino digital do Brasil.
“Essa ação vai fornecer capacitação aos professores, que os possibilite usar ferramentas adequadas na tutela dos alunos. Ao se escolher usar uma metodologia nova de ensino, o professor passa a ser o elo mais importante dessa troca de conhecimentos, e para ensinar de uma forma diferenciada, ele vai precisar estar preparado. Esse ano letivo já será o primeiro a contar com recursos e infraestrutura com esse objetivo, avaliados constantemente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)”, concluiu Uchoa.