*Por Gabriel Matias
Estamos nos aproximando do auge da quarta revolução industrial, impulsionada pelos avanços tecnológicos e pela inovação de sistemas inteligentes. A Inteligência Artificial e o ChatGPT, que estão sendo classificadas como “imparáveis” e “o futuro do mundo”, são algumas das tecnologias que me levam a acreditar nisso. A projeção de negócios baseados em IA, por exemplo, deve chegar a US$ 15,5 trilhões até 2030, de acordo com a consultoria PwC, o que só reforça minha hipótese.
Só que os investimentos e desenvolvimento das tecnologias geram um peso enorme e crucial nas carreiras profissionais de bilhões de pessoas, e os profissionais acabam obrigados a se adaptar ao novo cenário e se adequar ao “novo mundo”. Acompanhar as mudanças do mercado requer que os colaboradores estejam altamente capacitados e atualizados. Novos cargos estão sendo gerados e outros serão modificados, exigindo novas habilidades e experiência dos trabalhadores, como flexibilidade de rotina, capacidade de inovar e criatividade para solucionar problemas de forma rápida e eficiente – tudo isso em adição ao domínio das ferramentas mais recentes.
A adaptação a diferentes cenários também é um diferencial do “profissional do futuro”. Um estudo elaborado pelo Fórum Econômico Mundial com o apoio da Fundação Dom Cabral mostra que 23% das ocupações devem se modificar até 2027. As empresas estão optando por contratar profissionais que tenham facilidade em adaptar sua rotina e escopo de trabalho, visto que as funções desempenhadas pelos funcionários devem continuar passando por transformações.
Não é algo essencialmente novo. Podemos ter como exemplo as mudanças de cargos e funções que ocorreram desde a época da pandemia. Os trabalhos que antes eram apenas presenciais se transformaram em remotos e híbridos. Diversos profissionais tiveram que se adaptar à nova realidade de mercado. O mesmo está acontecendo com os avanços da inteligência artificial. É uma constante roda de evolução e adaptação.
Enfatizo que isso não implica, de forma alguma, que os profissionais serão suplantados por máquinas e robôs. A perspicácia humana permanece indispensável, mesmo em meio à revolução deste tempo. As novas soluções exigem a contribuição de profissionais especializados para serem desenvolvidas e implementadas de acordo com cada proposta. O objetivo central dessas inovações ainda é a otimização do tempo para o usuário, operador ou colaborador.
A tecnologia é uma aliada que possibilita diversos cenários, mas a capacidade de oferecer soluções rápidas, propor inovações em diferentes ambientes e lidar com crises e campanhas só é possível graças a profissionais capacitados. Muito mais do que os últimos modelos de softwares e hardwares, penso que eles são, de fato, o maior desejo das companhias.
*Gabriel Martins é expert em transformação digital, sócio fundador e CEO da Crowd