O Gartner destaca as principais tendências que os líderes de infraestrutura e operações (I&O) devem começar a preparar para suportar a infraestrutura digital em 2019.
“Mais do que nunca, o departamento de infraestrutura e operações precisa se envolver com o dia a dia das áreas estratégicas das empresas. O foco dos líderes desse setor não é mais entregar apenas engenharia e processos para as operações, mas entregar produtos e serviços que suportem e permitam a estratégia de negócios das organizações”, diz Ross Winser, Diretor de Pesquisa Sênior do Gartner. “A questão é como podemos usar os recursos como inteligência artificial (IA), automação de rede ou computação de ponta para suportar infraestruturas em rápido crescimento e que precisam atender às necessidades das companhias”.
Nesse contexto, o Gartner encoraja os líderes de infraestrutura e operações a se prepararem para as 10 tecnologias e tendências que apoiarão a infraestrutura digital em 2019. São elas:
Computação sem servidor
A computação sem servidor (Serverless) é um padrão emergente de arquitetura de software que promete eliminar a necessidade local de provisionamento e gerenciamento de infraestrutura. Os líderes de infraestrutura e operações precisam começar a adotar uma abordagem centrada em aplicações para computação sem servidores e com gerenciamento de APIs e SLAs, ao invés de seguirem com infraestruturas físicas criadas em suas empresas. “A verdade é que os servidores continuarão a existir, mas os provedores de serviços é que serão os responsáveis por toda a análise e dimensionamento dos recursos envolvidos no ambiente, o que resultará em mais agilidade às organizações”, explica. Vale lembrar que esse tipo de tecnologia não substituirá a aplicação de contêineres ou máquinas virtuais, sendo fundamental saber como usar melhor o conceito sem servidor antes de aplicá-lo. “O desenvolvimento de recursos de suporte e gerenciamento desse tipo deve ser um foco dentro das equipes de infraestrutura e operações, pois mais de 20% das organizações globais implementarão tecnologias de computação sem servidor até 2020. Hoje, menos de 5% das companhias usam esse formato”, afirma Winser.
Impactos de Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial está crescendo em importância para os líderes de infraestrutura e operações que precisam gerenciar infraestruturas em plena expansão e que, ao mesmo tempo, não podem aumentar sua equipe. Os recursos de inteligência artificial têm o potencial de transformar as organizações e estão no centro dos negócios digitais, cujos impactos já são sentidos pelas companhias. De acordo com a Gartner, os negócios derivados de Inteligência Artificial chegarão a US$ 3,9 trilhões até 2022.
Garantir agilidade de rede
A infraestrutura e a capacidade de rede são a base de tudo o que a área de TI faz – soluções em Nuvem, Internet das Coisas (IoT) e serviços de ponta, por exemplo, sendo que continuarão avançando em 2019. “As equipes estão sob constante pressão para garantir a alta disponibilidade de rede. Ainda que a cultura das equipes muitas vezes limite as mudanças, o fato é que a demanda por agilidade na performance dessas operações também aumentou”, diz Winser. O foco dos líderes de I&O para 2019 e nos próximos anos deve ser o de encontrar formas para ajudar suas equipes a aumentarem o ritmo de trabalho, buscando opções para atender à necessidade por mais agilidade. “Parte dessa resposta é a criação de um ambiente com automação e análise, capaz de lidar com a mudança real das empresas”, explica.
O Gartner avalia que as demandas por melhorias de performance de rede deverão crescer com o advento do 5G, da maturidade das soluções em Nuvem e com a explosão no número de dispositivos de IoT. “Essas são apenas algumas das pressões que os líderes devem antecipar. Então, o período crítico para lidar com este desafio é agora”, diz o analista do Gartner.
Morte do Data Center
O Gartner prevê que, em 2025, 80% das organizações migrarão seus dados de Data Centers locais para ambientes no formato de co-location, hospedagem ou Nuvem, levando-as ao gradual encerramento de seus Data Centers tradicionais. “Os líderes de I&O devem se preparar para esse movimento, ajustando as cargas de trabalho com base nas necessidades dos negócios e não se limitando a decisões baseadas em localização física. Desde a hospedagem até a Nuvem Pública, existem muitas alternativas para os Data Centers locais. Os líderes devem identificar se existem razões verdadeiramente estratégicas para persistir com necessidades locais, especialmente quando consideram que a quantidade significativa de investimento envolvida é muitas vezes amortizada ao longo de muitos anos”, afirma o analista. As preparações devem começar agora, pois o prazo crítico para isso será de 2021 a 2025.
Edge Computing
O avanço de dispositivos de Internet das Coisas e de tecnologias imersivas levarão o processamento de informações ao limite, redefinindo e reformulando o que os líderes de I&O precisarão implantar e gerenciar. A borda, nesse caso, é o local físico onde as coisas e as pessoas se conectarão com o mundo digital em rede – espaço que fará a infraestrutura a chegar cada vez mais ao seu limite. A Edge Computing faz parte de uma topologia de computação distribuída em que o processamento de informações está localizado próximo à borda, que é onde as coisas e as pessoas produzem ou consomem essas informações. Edge Computing aborda as leis da física, economia e terra, que são fatores que contribuem para como e quando usar borda. “Essa é outra tendência que não substitui a Nuvem, mas a potencializa”, diz Winser. “O prazo crítico para as organizações adotarem essa tendência é entre 2020 e 2023”.