Digital, omnichannel, mobilidade, comércio eletrônico e experiência de compra são palavras-chave para o Varejo brasileiro e isso não é uma novidade. O varejista tem a consciência de que precisa revisitar suas estratégias para atrair um consumidor cada vez mais conectado e ter uma eficiência operacional capaz de levar o negócio a outros patamares de inovação.
E para colocar no mercado uma loja física engajando o cliente, a integração do espaço físico com o digital é o ponto mais relevante. Fazer com que essa integração entre canais seja algo natural tanto para o consumidor quanto para o varejista é o desafio do Varejo brasileiro.
A Euroshop 2017, que aconteceu no início de março em Düsseldorf, na Alemanha, tocou muito nesse ponto e destacou as novas possibilidades para o setor. O evento, que acontece a cada três anos, levantou três principais pontos para as empresas brasileiras estarem atentas às mudanças do setor: prepare-se para um Varejo ainda mais digital; atente-se para a crescente experiência do cliente na loja; e invista em soluções com mais tecnologias.
“O pano de fundo da Euroshop é o atrito zero na relação de consumo e softwares que ajudam o varejista a conhecer melhor seu consumidor, criando experiências únicas dentro de loja”, pontua Sergio Barbi, presidente do POPAI Brasil, durante o Pós-Euroshop, que acontece hoje, em São Paulo.
Neste ano, a associação sem fins lucrativos, dedicada ao desenvolvimento da atividade de Marketing de Varejo no Ponto de Venda, levou 60 executivos do setor para a 50ª edição da Euroshop a fim de ficar por dentro das tendências e aplicar os insights nos negócios brasileiros.
Choque de realidade
Na visão de Silvio Laban, coordenador de MBA do Insper e membro do POPAI Brasil, é interessante olhar as tendências do mercado europeu, mas o objetivo é fazer uma conexão entre a realidade dos varejistas de lá com a realidade do Varejo brasileiro.
“Estamos vivendo um forte período de mudanças em que devemos pensar nas tecnologias que trazem resultados para o negócio. A loja física como a gente conhece, de fato, vai desaparecer. Mas no mercado tem espaço para um novo conceito de espaço físico para vendas”, pontua Laban.
Segundo ele, o Varejo brasileiro precisa revisitar as estratégias para atuar no mundo altamente conectado e fazer da loja física um espaço de engajamento e experiência. Aplicar a tecnologia de forma que ela traga novas possibilidades e faça sentido para o negócio. Para isso, a loja precisa ser relevante, trazer uma experiência diferenciada, ser simples e integrada, ter boa localização, ser inovadora, atualizada e colaborativa.
“Tudo isso se resume a resiliência, que é a capacidade do varejista se adaptar às novas mudanças. Uma frase famosa do Rocky Balboa é uma ótima analogia para o Varejo atual: ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você vai bater e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha”, finaliza Laban.