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PMEs ainda resistem, mas automação de pagamento é caminho sem volta

PMEs ainda resistem, mas automação de pagamento é caminho sem volta

Patrick Negri, da startup iugu, destaca que as fintechs põem oferecer soluções automatizadas de pagamento, facilitado o dia a dia das pequenas e médias empresas

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Com poucos recursos investidos em seus negócios, os pequenos empreendedores sempre tiveram que superar diversos obstáculos. As operações de pagamento são um exemplo, uma vez que as PMEs não desfrutam de muito dinheiro e tampouco de capital humano. É comum que empresas desse porte apostem em um profissional responsável pelo setor financeiro, que acaba desempenhando diversas tarefas como pagamento de contas e antecipação de recebíveis.

 

É bom ressaltar que hoje, 48% das PMEs brasileiras ainda não usam nenhum software para auxiliar a execução de tarefas administrativas. Apenas 22% dessas empresas estão completamente digitalizadas, e 29% usam parcialmente serviços tecnológicos, de acordo com uma pesquisa feita pela consultoria Plum para a multinacional de soluções tecnológicas Sage.

 

Mesmo em meio à essa resistência, as fintechs surgem como uma alternativa para otimizar a operação e reduzir gastos por meio da automatização de processos. As pequenas e médias empresas ainda contam com uma gestão manual, por vezes feita em planilhas de Excel, e ainda não aderiram completamente aos softwares de gerenciamento integrados – também conhecidos com ERPs.

 

O fato é que as PMEs não têm o mesmo nível de automatização de uma grande empresa. Imagine que quando essa pequena companhia precisa realizar uma cobrança, o responsável financeiro precisa entrar no bankline, cadastrar o fornecedor, e muitas vezes esses registros ficam incompletos, já que as informações não são centralizadas em um banco de dados. Diante disso, a empresa precisa emitir a cobrança por meio do banco online e acompanhar todos dias se o cliente pagou ou não.

 

Ou seja, as fintechs que oferecem soluções automatizadas de pagamento, facilitam o dia a dia das PMEs, uma vez que elas realizam todo o trabalho. Essas ferramentas são capazes, por exemplo, de efetuar faturamentos no dia marcado, enviar lembretes antes da data de vencimento, cobrar clientes inadimplentes e lançar todo o consumo de uma determinada conta durante o mês, para ser faturado no início do próximo mês.

 

Porém, essas soluções ainda não contemplam todas as dores de um empreendedor de pequeno/médio porte.”. Existem muitas soluções focadas em recebimento, mas, em contraponto, a área de envios, que é responsável por pagamento de fornecedores, ou até mesmo de salários, carece de alternativas. E é importante que se desenvolvam ferramentas com essas funções para atender as PMEs da melhor forma possível. Esse é o principal desafio do mercado de pagamentos voltado às pequenas e médias para os próximos anos.

 

Fora do Brasil, muitas fintechs estão se especializando em desenvolver ferramentas para o gerenciamento do fluxo de caixa e de contas a pagar e a receber. Essas soluções também têm o potencial de reduzir, e muito, os custos de uma empresa, e nosso país deve abraçar essa tendência já em 2018.

 

Apesar da resistência, a acessibilidade à essas tecnologias por meio de interfaces amigáveis e preços baixos deve fazer com que os empreendedores se rendam as soluções automatizadas de pagamento. Afinal, automatizar processos é benéfico para qualquer empresa, não importa o tamanho. Esse é um caminho sem volta.

 

*Patrick Negri é CEO e cofundador da iugu, startup de automação financeira