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Pesquisa revela que 56% dos brasileiros já percebem os impactos da IA na sociedade

Pesquisa revela que 56% dos brasileiros já percebem os impactos da IA na sociedade

Já 12% dos entrevistados esperam ver mudanças significativas nesse sentido até o próximo ano. Levantamento ainda mostra que 34% afirmam confiar na ferramenta dentro do segmento da saúde

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Quem imaginava que a inteligência artificial seria restrita apenas ao setor de tecnologia estava redondamente enganado. A IA rapidamente ultrapassou essas fronteiras e hoje está sendo aplicada de maneira inovadora em diversos setores do mercado. Áreas como saúde, finanças, agronegócio, carreira, recursos humanos, imobiliário e esportes estão adotando a tecnologia para otimizar processos, aprimorar serviços e oferecer soluções mais personalizadas.

 

Essa expansão se deu porque o mundo deixou de enxergar a IA apenas como uma tecnologia e passou a aplicá-la como um serviço que beneficia a todos. De acordo com o estudo inédito da MindMiners “IA: Problema ou Solução? Como os brasileiros percebem os impactos da Inteligência Artificial”, 56% dos brasileiros já percebem os impactos da inteligência artificial na sociedade – e 12% esperam ver mudanças significativas nesse sentido até o próximo ano.

 

Sem perceber, essa ferramenta está moldando nosso cotidiano, influenciando desde como tratamos doenças até como conduzimos negócios e tomamos decisões profissionais.

 

O avanço da IA está em ritmo acelerado, e não só as pessoas estão abraçando essa tecnologia no seu dia a dia, mas as empresas também estão aderindo em busca de uma melhor eficiência e satisfação do cliente.

 

A pesquisa da MindMiners mostra que 40% das pessoas entrevistadas têm conversado sobre Inteligência Artificial em rodas de amigos, com familiares e/ou colegas de trabalho e 45% afirmam buscar informações e conhecimentos sobre IA por meio de cursos, leituras ou utilizando/testando ferramentas.

 

Cresce a confiança na IA  

 

O estudo também mostra qual o nível de confiança dos entrevistados em relação à inteligência artificial em diversos setores.

 

1) Saúde

 

A IA tem sido amplamente aplicada na área da saúde. A pesquisa da MindMiners mostra que 34% já afirmam confiar na ferramenta dentro em relação a este segmento, enquanto projeções da Accenture indicam que o setor alcançará US$ 150 bilhões até 2026, impulsionando diagnósticos e tratamentos personalizados.

 

Um exemplo disso é o uso da tecnologia nos cuidados com o transtorno do espectro autista. Com o crescimento dos diagnósticos, cresce também o empenho da comunidade científica e médica em buscar as melhores abordagens para esse espectro. Em parceria recente com o Google, a Genial Care, rede de cuidados de saúde atípica referência na América Latina, desenvolveu a Inteligência Artificial LIAM, conectando os dados do planejamento de intervenção do paciente ao seu painel clínico.

 

Segundo a Diretora Clínica da Genial Care, Thalita Possmoser, o LIAM aperfeiçoa ainda mais a operação clínica e mantém todos os dados e informações de diferentes casos em único lugar, facilitando a organização dos responsáveis por diferentes casos. “Ter o LIAM no Painel complementa todo sistema de operação clínico, facilitando o acesso e o consumo de informações e proporcionando uma experiência de cuidado avançada e eficiente dentro e fora da intervenção”, pontua Thalita.

 

2) Agronegócio

 

A adoção de IA no agronegócio pode aumentar a produtividade agrícola global em 70% até 2050, ajudando a alimentar uma população mundial crescente, segundo a Appic Softwares. Para otimizar sua produção e colher ainda mais frutos e ganhos significativos, empresas de agronegócio têm abraçado e investido nessa tecnologia, que atinge US$ 1,7 bilhão ao ano. Espera-se que esse número cresça para mais de US$ 4,7 bilhões até 2028, segundo dados da Statista.

 

Para o Diretor de Business Development da Keyrus, Rodrigo Cruz, a Inteligência Artificial desempenha um papel importante para impulsionar a eficiência em toda a cadeia produtiva. Seus ganhos estão na eficiência operacional e na experiência dos stakeholders, incluindo o próprio produtor rural. “Nesse contexto, a IA entra, vinculando-se ao desafio da produtividade: produzir mais dentro do mesmo espaço, da mesma propriedade, considerando as questões ambientais e mantendo a qualidade da produção”, declara Rodrigo.

 

3) Imobiliário 

 

No setor imobiliário, essa técnica está revolucionando como as propriedades são avaliadas e negociadas. Ferramentas baseadas em IA estão sendo usadas para prever tendências de mercado, analisar dados demográficos e otimizar estratégias de marketing. A McKinsey revelou que o uso de inteligência artificial em plataformas de corretagem pode aumentar a eficiência dos agentes imobiliários em até 50%, reduzindo o tempo gasto em tarefas administrativas e permitindo um foco maior em atividades de alto valor. Além disso, o estudo da MindMiners também mostra que a confiança  na IA na gestão de propriedades e instalações já chega a 48%, o que também tem impacto no segmento imobiliário.

 

Durante o SOMA, maior evento do país voltado ao protagonismo feminino no mercado imobiliário, organizado pelo Instituto Mulheres do Imobiliário, a especialista em direito digital e proteção de dados pessoais e sócia do escritório Machado Meyer Advogados, Dra. Juliana Abrusio, destacou o potencial da ferramenta em tornar o mercado mais ágil e preciso, ressaltando a importância de uma aplicação ética para proteger os direitos dos consumidores.

 

“No setor imobiliário, a inteligência artificial não irá substituir o ser humano. Em vez disso, aqueles que não souberem utilizar a IA serão substituídos por aqueles que dominam essa tecnologia”, ressalta Juliana.

 

4) Recursos Humanos 

 

A pesquisa “IA: Problema ou Solução? Como os brasileiros percebem os impactos da Inteligência Artificial” aponta que, na gestão de recursos humanos, a confiança na tecnologia chega a 41%. Um levantamento da IBM mostra que 41% das empresas no Brasil já utilizam IA em suas operações, enquanto o relatório da Resume Builder aponta que 53% das empresas globais já adotaram essa tecnologia, com 24% planejando implementá-la até o fim de 2024. No setor de recursos humanos, o uso tem se ampliado para automatizar tarefas repetitivas, como triagem de currículos, descrições de vagas e agendamentos de entrevistas, permitindo que os profissionais de RH foquem em atividades estratégicas.

 

É importante destacar que a IA complementa, e não substitui, o trabalho humano. Para evitar essa mudança e reter talentos, muitas empresas estão investindo em educação contínua. “Algumas instituições já estão implementando treinamentos de forma online antes, durante e após a contratação para capacitar os profissionais ou fornecer as chamadas Employer U (universidade conectada à empresa, em tradução livre), ensinando o dia a dia da posição através da cultura organizacional da empresa”, complementa a psicanalista e Presidente do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino), Ana Tomazelli.

 

5) Trabalho e carreira 

 

No campo da carreira, a ferramenta está sendo amplamente utilizada para sugerir planos de desenvolvimento profissional e oportunidades personalizadas, alinhadas ao perfil de cada trabalhador. O McKinsey Global Institute projeta o surgimento de cerca de 133 milhões de novos empregos até 2030, impulsionados por essas novas tecnologias.

 

Segundo o CEO Advisor 10X, Presidente da Editora Brasport e especialista em tecnologia e negócios, Antonio Muniz, “à medida em que novas soluções tecnológicas são desenvolvidas e implementadas, surge a necessidade de habilidades humanas únicas, como criatividade, empatia e raciocínio ético, para complementar a capacidade da IA”.

 

Para o especialista em Desenvolvimento de Lideranças e Saúde Mental no Trabalho, Renato Herrmann, “enquanto a IA pode otimizar processos e gerar novas oportunidades, a verdadeira transformação nas carreiras virá da combinação dessas tecnologias com o desenvolvimento das habilidades interpessoais e da inteligência emocional. Essas habilidades são necessárias para o sucesso a longo prazo e o bem-estar no ambiente de trabalho, ao ajudarem a criar uma conexão humana em um mundo cada vez mais digital.”

 

6) Financeiro 

 

No setor bancário, a confiança na IA já atinge 39%, conforme o levantamento da MindMiners. O uso da inteligência artificial no mercado financeiro está sendo amplamente aplicado, com destaque para tecnologias como biometria facial e chatbots, que aumentam a segurança, eficiência e personalização dos serviços bancários. A Juniper Research projeta que os gastos globais com chatbots alcançarão US$ 72 bilhões até 2028.

 

“A IA tem sido explorada por grandes empresas mundiais há muito tempo e justamente por isso, hoje, podemos ter acesso a serviços que utilizam a tecnologia e viabilizam a democratização da digitalização financeira. Esta é uma solução que pode impulsionar o crescimento e o desenvolvimento em todos os setores, e não é diferente no setor financeiro”, destaca o Diretor de Negócios da fintech Lina Open X, Murilo Rabusky.

 

7) Esporte 

 

O mercado de análise esportiva, que inclui a IA, deve atingir US$ 5,2 bilhões até 2028, com um crescimento anual de 22%, segundo a MarketsandMarkets. Essa inovação está transformando o esporte, tanto na performance dos atletas quanto na forma como o público consome conteúdo esportivo. Nos Jogos de Paris 2024, a IA foi utilizada para personalizar treinos, com sensores que coletam dados em tempo real, permitindo ajustes precisos nos programas de treinamento para melhorar o desempenho e reduzir o risco de lesões.

 

“Nos Jogos Olímpicos deste ano, a tecnologia influenciou e revolucionou o treinamento esportivo. Foi possível observar como esses insights podem fazer a diferença, permitindo que os atletas atinjam novos níveis de desempenho enquanto minimizam o risco de lesões”, declara o especialista em dados e inovação e professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Kenneth Corrêa.

 

8) Jogos eletrônicos  

 

No entretenimento, a confiança na IA já alcança níveis altos, e bate nos 64% conforme os dados da MindMiners. A indústria de games tem se beneficiado enormemente da tecnologia, que está criando experiências mais imersivas e personalizadas.

 

Segundo a Newzoo, o setor deve faturar US$ 211,2 bilhões até 2025, transformando o desenvolvimento dos jogos e a interação dos jogadores. NPCs estão aprendendo com o comportamento dos usuários e os cenários se adaptam ao estilo de jogo. O mercado de jogos em nuvem também está crescendo rapidamente, com previsão de atingir US$ 6,80 bilhões até 2028, impulsionado pela IA, que otimiza o desempenho dos jogos em várias plataformas, dispensando hardwares potentes.

 

“A Inteligência Artificial está mudando o modo como desenvolvemos e jogamos, trazendo um novo nível de realismo e adaptabilidade aos games. Isso não apenas enriquece a experiência do jogador, mas também abre novas oportunidades de inovação na indústria”, conclui o CEO do Team Solid, Marcos Guerra.

 

O outro lado da IA

 

Ainda que a Inteligência Artificial traga também inúmeros benefícios, é necessário analisar cuidadosamente tudo que ela produz e utilizá-la com atenção. 58% dos entrevistados na pesquisa acreditam que a Inteligência Artificial pode tornar a sociedade mais “fria”, ou seja, menos humana, emocional e flexível. 53% concordam que a IA pode fazer com que as pessoas percam seu senso crítico sobre as coisas.

 

37% acreditam que os resultados gerados pela Inteligência Artificial já se comparam ao dos humanos. Estudos revelam o notável avanço proporcionado pela IA em várias frentes, até mesmo colocando em pé de igualdade às atividades humanas.

 

A IA, portanto, não só está transformando setores específicos, mas também está moldando nosso cotidiano de maneiras profundas e multifacetadas, e a sua contínua evolução promete novas possibilidades e desafios para o futuro.