A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em apoio à organização da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), reuniu essa semana, em São Paulo, especialistas para discutir como o Varejo vem atuando em relação às mudanças impostas pelas tecnologias mais recentes. Da formação de preços, passando pelo atendimento ao consumidor, até o cálculo do estoque ideal, o varejista precisou se atualizar e vai ter que continuar acompanhando as tendências para não perder mercado.
Durante o painel que focou nas plataformas digitais e a integração on e offline dos negócios, os especialistas destacaram as expectativas do cliente em consumir produtos e serviços em um modelo de multicanal. “Hoje, temos muitas ferramentas tecnológicas para fazer o omnichannel acontecer no varejo brasileiro. Entretanto, o varejista precisa colocar a lição de casa em dia entendendo mais o negócio e as demandas de cada canal. Só assim será possível fazer o omnichannel robusto e orientado à experiência do cliente”, destaca o diretor de pré-vendas e soluções digitais da Embratel, Paulo Marcelino.
Bruno Primati, diretor de Consumer da TOTVS, concorda e acrescenta que o ideal é o varejista não mergulhar em grandes projetos, mas fazer aos poucos para ganhar escala e maturidade de forma mais orquestrada. “Crie um projeto menor, teste e lance rapidamente. Isso dará mais controle para o negócio e agilidade no lançamento de estratégias”, acrescenta o executivo.
Conectividade em tudo
Já o painel sobre internet das coisas e infraestrutura de comunicação digital destacou os impactos dessa tendência na vida das pessoas, principalmente na maneira de como são feitos e gerenciados os negócios dessa tecnologia. Um relatório da Logicalis apontou que 37% dos entrevistados afirmam que a IoT é importante para o negócio e 18% já têm iniciativas dessa tendência dentro de casa.
“O maior benefício da internet das coisas aplicada ao Varejo é a experiência do cliente. No backoffice, ela também pode entregar visibilidade e suporte à tomada de decisão junto à logística e distribuição”, pontua o diretor de Tecnologia da Logicalis, Lucas Pinz.
“O mundo é baseado em dado potencializado pela IoT. Se por um lado ela pode impactar a segurança e privacidade, por outro gera valor, automatiza estoque, entrega mais informações mais precisas para o negócio e auxilia no conhecimento do cliente”, acrescenta o vice-presidente de Negócios para o segmento de Microempresas da TOTVS, Eros Jantsch.
Tecnologias abertas
Outro ponto de destaque para a aplicação da internet das coisas no Varejo é a integração com os sistemas legados. Para o executivo da TOTVS, uma tendência para resolver isso é o uso de tecnologias abertas, para que elas sejam integradas com mais facilidade, principalmente em ERPs.
Além disso, a criação de um ecossistema é importante para que a IoT seja integrada com mais facilidade. A premissa é combinar capacidades junto a parceiros de conectividade, TI e infraestrutura a fim de conectar os sensores a um custo mais baixo. “Existem mais de 400 empresas no Brasil envolvidas com a internet das coisas. O papel dos players de TI é conectar todo esse ecossistema e entregar uma solução final”, completa Lucas Pinz. “O importante é o Varejo descobrir o problema que ele quer resolver e entender se a IoT pode ajudá-lo nesse processo”, conclui Eros Jantsch.