Autora destaca a aceleração no desenvolvimento de soluções e serviços específicos no segmento para atender as novas demandas dos consumidores, principalmente em tempos de pandemia
Por Jeane Simon
Você já se deu conta de que, no futuro, todos nos perguntaremos sobre o que fizemos durante a pandemia? Estamos falando de um momento de transformação sem precedente na história recente da humanidade, e que definitivamente estará marcado em nossas vidas daqui para frente. Mas quais são, afinal, as lições e oportunidades que esse momento tem nos trazido?
Para o mercado de meios de pagamento, por exemplo, este momento ficará registrado como um tempo de reinvenção. Assim como tantos outros campos da indústria, a realidade imposta pela pandemia exigiu uma profunda mudança de paradigma, com a aceleração no desenvolvimento de soluções e serviços específicos para atender as novas demandas dos consumidores.
Em tempos marcados pelo distanciamento social e pelas restrições sanitárias, vimos o aumento massivo dos modelos de pagamento virtual e por aproximação (contactless). Segundo a Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o uso de sistemas de pagamento por aproximação aumentou mais de 620% no terceiro trimestre de 2020, movimentando cerca de R$ 14,4 bilhões (em 2019, no mesmo período foram registrados R$ 2 bilhões em transações).
Outro destaque indicado pela Abecs é o crescimento no número de operações de pagamento remoto, via carteira digital e afins. A pesquisa feita pela associação mostrou uma alta de quase 50% no número de transações desse tipo no Brasil, durante o período entre julho e setembro.
Nesse ponto, é preciso deixar claro que a transformação vista a partir de 2020 não foi fruto, somente, das imposições geradas pela pandemia. Paralelamente, também acompanhamos a evolução de alguns pontos importantes, principalmente com o surgimento do PIX, novo modelo de pagamento instantâneo instituído no País. De acordo com o Banco Central, em apenas um mês, o sistema já tinha movimentado mais de R$ 84 bilhões em operações que envolveram cerca de 46 milhões de consumidores.
O aparente sucesso do PIX, por sua vez, abre espaço para projetarmos o futuro, sobretudo em relação à expectativa pelo avanço das propostas de Open Banking. Em 2021, deveremos ver a ampliação da corrida por inovação no setor, com novos projetos e serviços simplificando e transformando de vez a experiência dos usuários no segmento bancário.
Apesar desses avanços, o fato é que as urgências e mudanças impulsionadas nos últimos meses seguirá em total evidência dentro das empresas. Isso significa que todos os setores precisarão continuar investindo em novos modelos e serviços para tornar a experiência de compra mais rápida e mais conveniente para os clientes – dentro das prerrogativas abertas pela atual demanda social, sanitária e econômica.
Como resultado, os comerciantes e operadoras devem fazer com que o consumidor sejam, de fato, suas principais prioridades. A transformação digital, que vimos em 2020 e que deverá continuar neste ano que se inicia, é o ponto de partida para criarmos um ambiente de meios de pagamento mais inclusivos, simples e atraente para as pessoas. A tendência é cada vez mais agregar simplicidade e conveniência às opções de pagamento, garantindo que os processos de compra on-line e físico sejam os mais seguros e organizados possíveis.
Por isso mesmo, é possível dizer – desde já – que o maior desafio para todas as empresas em 2021 será como elas continuarão a se adaptar e reagir às mudanças que estamos vivendo quase que diariamente. Independentemente da pandemia, essas transformações deverão seguir em vigor na sociedade, ganhando cada vez mais peso e importância nas decisões dos consumidores.
A praticidade trazida pela inovação e pela digitalização jamais pode ser minimizada, e os meios de pagamentos acompanharão essa marcha de evolução. Sendo assim, a hora é de estudar e entender quais ideias e necessidades surgidas em 2020 devem ser aprimoradas para o futuro e as que funcionaram e funcionam muito bem, devem ser potencializadas!
*Por Jeane Simon, Diretora de Marketing para LATAM da Worldline – Ingenico