Boa parte dos estigmas sobre compras online já foram desmistificados. Há poucos anos, era comum ver casos de pessoas que tinham comprado produtos e recebido em casa caixas vazias, tijolos ou simplesmente não recebido nada e não conseguiam seu dinheiro de volta. Neste novo momento de confiança dos consumidores em compras online, os e-commerces começam a adaptar-se ao cenário em que não são mais novidade e precisam se reinventar.
Se antigamente o sonho do brasileiro era ter a casa própria, de uns anos para cá o desejo virou ter um negócio para chamar de seu. Mas como é possível se distanciar dos concorrentes? Como atrair um público que já está acostumado com os mesmos sites, os mesmos produtos e a credibilidade que foi criada por eles? E – mais importante – como manter o crescimento e a inovação na área?
Uma das tendências ainda não completamente explorada nesse mercado é o Mcommerce, ou Mobile Commerce, venda online feita a partir de um smartphone. No auge de seu momento de glória, as compras via smartphones e dispositivos mobile só têm crescido nos últimos anos. Segundo dados do Ebit, em 2017 existiam mais de 55 milhões de e-consumidores ativos no Brasil, sendo que 27,3% deles tinham usado dispositivos móveis para completar a aquisição de um produto.
Outra novidade desse cenário é o aumento do uso dos chatbots, softwares que simulam a comunicação humana como ferramenta para aprimorar a interação com os clientes. E mais importante do que saber onde e quando se aproximar dos consumidores é entender de que forma. É por isso que empresas de e-commerce estão se aprofundando em estudos para conhecer os consumidores, seu comportamento de consumo, reincidência de compra, ticket médio etc. Afinal, o público que você estipulou pode não ser exatamente aquele que está consumindo o seu produto/serviço.
Conhecer com quem você fala é essencial também para planejar exatamente onde estabelecer a comunicação com mais eficácia. Os marketplaces, por exemplo, são uma ótima oportunidade para as micro e pequenas empresas, bem como para os profissionais autônomos. Depois de crescimento de vendas e troca de produtos em grupos de Facebook, a plataforma criou seu próprio marketplace e agora serve de opção para divulgar mercadorias localmente.
Para os microempresários, é fundamental ter noção de que “menos é mais”. Atender seu bairro ou cidade, antes de tentar abranger um público em massa, pode ser exatamente o que vai manter seu negócio aberto a longo prazo e o que renderá uma margem de lucro alta durante a vida útil da empresa.
Entender como funciona a engenharia de seu próprio negócio é apenas o primeiro passo para a inovação diante do mercado. Manter os olhos bem aguçados para as oportunidades e criá-las você mesmo são grandes impulsionadores. Muitas vezes, é melhor primeiro formar uma clientela na sua cidade do que investir para todo o estado ou País. Por isso, invista no seu público e não se precipite.
* Lars Leber é Country Manager da Intuit Brasil