Os brasileiros estão demonstrando muita curiosidade sobre as aplicações da tecnologia de blockchain nos negócios, principalmente no segmento de Finanças. A procura pelo entendimento vem crescendo exponencialmente e os participantes do sistema financeiro como bancos privados e públicos, adquirentes, seguradoras e agências de crédito, criaram grupos multidisciplinares para estudar este tema.
No entanto, o blockchain precisa vencer algumas barreiras para ganhar, enfim, a popularidade entre as tendências tecnológicas. Na visão o especialista em blockchain na Microsoft Brasil, Gustavo Paro, essa tecnologia já se comprovou ser eficiente em termos de segurança, imutabilidade, transparência e persistência por meio do Bitcoin.
“Porém, um dos maiores ofensores para uma adoção não apenas no Brasil, mas globalmente, é o nível de conhecimento e maturidade, e pelo fato de que além do bitcoin, ainda não existe nenhum outro blockchain em produção”, explica Paro. Segundo ele, o cenário brasileiro segue de perto o que está acontecendo em outras regiões mais desenvolvidas em relação às expectativas de adoção.
E por mais que esse mercado seja predominante entre as empresas de Finanças, existe espaço para aplicações em outras áreas. Desde 2015, a indústria financeira investiu, nos Estados Unidos, pouco mais de U$ 600 milhões de dólares em fintechs de blockchain. Na área de Saúde também já existem iniciativas de blockchain e já vemos em Educação, Varejo, Manufatura, Serviços, Tecnologia e Setor Público soluções que vão desde da gestão de identidade até o registro de processos de logística e distribuição de energia.
Para colocar em prática
O tema gera tanta curiosidade que está na pauta dos grandes players de TI. Segundo o executivo, a Microsoft vem trabalhando com isso desde 2015, quando anunciou sua plataforma de Blockchain como Serviços no Azure (BaaS). Isso permite que os participantes deste ecossistema tenham um local seguro e consolidado para expor seus produtos e soluções e, por outro lado, que as empresas e entusiastas consigam de forma rápida e segura testar seus cenários de negócio.
Em abril de 2016, a Microsoft firmou uma parceria estratégica com o R3, consórcio importante de instituições bancárias, para transformar o blockchain em algo real para a indústria de serviços financeiros. Mais de 40 bancos membros do R3 contam com o Azure para desenvolver, testar e implantar as tecnologias de blockchain.
Recentemente, a Microsoft se juntou ao Enterprise Ethereum Alliance, como membro fundador, junto com outros gigantes de tecnologia e consultoria, além de grandes bancos como Santander e JP Morgan Chase, e startups de blockchain. Este consórcio, que foi criado no final de fevereiro deste ano com 30 membros fundadores, já é o que possui a maior quantidade de empresas colaborando entre elas com mais de 140 membros.
E essas iniciativas levam a Microsoft a investir na criação de metodologias para ajudar as empresas na migração de suas provas de conceito em blockchain para o ambiente produtivo. “Estamos pilotando o Projeto Bletchley, em que enriquecemos os cenários com toda uma camada de serviços de identidade, gestão, privacidade, criptografia e analytics. Já o Projeto Lexington tem o objetivo de possibilitar as empresas e empreendedores a desenvolver suas provas de conceito, criando produtos viáveis em até 8 semanas”, conta o especialista.
A ideia é mitigar os riscos e facilitar o acesso e os testes na tecnologia de blockchain ao mercado brasileiro. “Essa tecnologia tem papel fundamental para garantir uma forma segura e transparente para monitorar digitalmente a propriedade dos ativos. Acreditamos que haverá cada vez mais adesão de blockchain, em diferentes segmentos e estamos empenhados em continuar a ganhar a confiança dos líderes empresariais e seus clientes em todo o mundo, sempre com apoio do Microsoft Azure”, completa o executivo.