Os processos de dispensa devem se prologar pelos meses de abril e maio, estendendo-se aos setores menos essenciais e de média gerência. Mark Zuckerberg se pronunciou aos funcionários por meio de nota, afirmando que a nova realidade econômica com juros mais altos obrigou a empresa a adequar suas despesas.
A Meta Platforms, empresa administradora do Facebook, WhatsApp e Instagram, informou na terça-feira (14) que pretende fechar mais 10.000 postos de trabalho este ano. As reestruturações no grupo técnico devem ser anunciadas no final de Abril e os cortes nos grupos empresariais virão em Maio. Ela é a primeira Big Tech a anunciar uma segunda rodada de demissões em massa no ano.
A Meta também irá remover vários níveis de administração e pedir aos gerentes que se tornem contribuintes individuais, ao mesmo tempo que elimina funções fora de engenharia, automatiza funções e, pelo menos parcialmente, reverte o compromisso de trabalho “remote-first” que o board aplicou durante as restrições da pandemia de COVID-19.
Os cortes de postos de trabalho fazem parte de uma reestruturação que envolve a desistência dos planos de contratação de 5.000 novos funcionários, descartando projetos de menor prioridade e emagrecendo setores de gerenciamento médio.
Segundo informações da Reuters, as preocupações de uma recessão econômica depois do aumento das taxas de juro provocaram uma série de cortes de empregos em todo o setor empresarial norte-americano nos últimos meses. As empresas de tecnologia têm liderado o caminho, despedindo mais de 290.000 trabalhadores desde o início de 2022, de acordo com o site de monitoramento Layoffs.fyi.
O anúncio vem à esteira da primeira dispensa em massa da companhia em novembro do ano passado, que eliminou mais de 11.000 postos de trabalho, correspondente a 13% da sua mão-de-obra à época, após uma onda de contratações que duplicou a contagem de empregados que tinha a partir de 2020.
A despensa de trabalhadores da Meta tem sido uma das mais evidentes da vertical. A agência de notícias informa que a empresa está enfrentando problemas em relação aos negócios de anúncios digitais, ao mesmo tempo que gasta altas quantias com os planos do Chefe do Executivo Mark Zuckerberg para construir um ecossistema de metaverso.
Em mensagem aos funcionários da Meta na terça-feira, Zuckerberg disse que a maioria dos novos cortes seriam anunciados nos próximos dois meses, embora em alguns quadros continuem até o final do ano.
“Durante a maior parte da nossa história, assistimos a um rápido crescimento das receitas ano após ano e tivemos os recursos necessários para investir em muitos novos produtos. Mas o ano passado foi um alerta para a nossa humildade. Devemos nos preparar para a possibilidade de esta nova realidade econômica continuar por muitos anos”, escreveu o executivo.
Com os últimos cortes, a Meta espera que as despesas em 2023 fiquem entre $86 bilhões e $92 bilhões, abaixo dos $89 bilhões a $95 bilhões previstos anteriormente.
*Com informações da Agência Reuters
