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Mercado de TIC vai movimentar US$ 80 bilhões no Brasil

Mercado de TIC vai movimentar US$ 80 bilhões no Brasil

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Previsões da IDC apontam crescimento de 5% em relação a 2022. Brasil ocupa hoje a 11ª posição dentro do mercado global

Durante webinar organizada pelo IDC hoje (02), os executivos da consultoria informaram que o mercado brasileiro de TIC avance 5% nesse ano, aproximando-se de um total de US$ 80 bilhões. Em recortes separados, a IDC Brasil projeta um avanço de 3% em Telecom e de 6,2% em TI, este último impulsionado pelo consumo de tecnologia pelas empresas (TI B2B), que deve crescer 8,7% puxado pelo investimento em Software e Cloud.

Isso consolida o País como o 11º maior do mundo e o maior da América Latina, com um terço do mercado regional. “O Brasil tem trilhado um caminho de amadurecimento da TIC similar ao que vimos em outros mercados, hoje mais robustos, como o norte-americano e o europeu. Esse amadurecimento mostra em linhas gerais os processos de transformação da TI, ganhando um dinamismo maior em relação às Telecomunicações. A grande mensagem aqui é mostrar o quanto o Brasil permanece relevante no setor e no contexto global”, afirma Luciano Ramos, Country Manager no IDC Brasil.

Com isso, a consultoria apresentou dez previsões para o mercado de TIC para esse novo ano, citando setores do mercado informacional que devem avançar, bem como tendências de mudanças dentro da Tecnologia da Informação. Nesse contexto, os departamentos de cloud e multicloud devem continuar atraindo olhares mais atentos.

A IDC estima que os gastos com Infrastructure as a Service (IaaS) e Platform as a Service (PaaS) crescerão 41% em 2023, alcançando a marca de US$ 4,5 bilhões em movimentações. Além disso, as infraestruturas baseadas em nuvem pública corresponderão à metade dos gastos com infraestruturas digitais como um todo nesse mesmo ano. Isso evidencia uma tendência dos usuários de cloud em buscar estratégias de simplificação da gestão e da conectividade em seus ambientes cada vez mais híbridos.

“É esperado, inclusive, que os provedores de serviços ajudem nessas atividades. No estudo que fizemos aqui no Brasil englobando empresas de grande e médio porte, descobrimos que 93% delas esperam que o tema de otimização de custos da nuvem seja parte da oferta de serviços gerenciados voltados ao ambiente de nuvem. Portanto, os provedores de serviços têm aqui uma oportunidade importante nessa jornada de otimização e controle”, acrescenta o Country Manager.

Esse crescimento carrega ainda um fator adicional: as pautas de ESG passarão a ser consideradas pelas empresas na hora de adquirir soluções de  nuvem. Atualmente, 79% das empresas de grande porte no Brasil já avaliam se o uso de uma determinada tecnologia vai demandar mais ou menos recursos naturais.

Outra tendência marcante está com as telecomunicações, especialmente com os aprimoramentos esperados para o 5G. Segundo a consultoria, as redes móveis particulares serão capazes de oferecer aprimoramentos nos campos do IoT, Machine Learning e Inteligência Artificial no país. Isso poderá ser garantido através do crescimento de mais de 35% esperado pelo IDC em 2023.

“Nunca uma nova geração de conectividade trouxe tanta expectativa de transformação para os negócios. Esperamos que todo o ecossistema de tecnologia seja impactado, incluindo operadoras de telecomunicações, OEMs (Original Equipment Manufacturer) de dispositivos, provedores de nuvem e de equipamentos de rede, desenvolvedores de softwares e aplicativos, até integradores”, afirmou o diretor de Telecomunicações do IDC LatAm, Luciano Saboia.

Demissões em massa e TIC

Diante das notícias que foram veiculadas no começo desse ano, relacionadas às ondas de demissões promovidas por grandes empresas, os executivos da IDC comentaram que não viam isso como grandes impactos para o setor de TIC, uma vez que as reações respondiam mais a questões de negócios em vez de produtos. Além disso, eles asseguraram que esses movimentos não devem impactar o mercado brasileiro além de poucos reflexos.

“Grande parte das demissões em massa estão ligados à aspectos econômicos de linhas globais, como as taxas de inflação altas no cenário norte-americano. Isso traz um temor quanto às possibilidades econômicas futuras, levando as big techs a reagirem de forma mais firme. Outro ponto está relacionado a mudanças de publicidade por conta dessas questões econômicas, o que levou essas demissões a serem mais rígidas nesse setor em particular”, completa Ramos.