O setor de tecnologia vem crescendo no Brasil segundo o Empresômetro, empresa de inteligência de negócios. Em dez anos, a média ultrapassa os 118%. Para um mundo cada vez mais conectado, com informações à palma da mão, é uma realidade que se renova diariamente.
O setor de serviços foi o que mais cresceu. Para se ter uma ideia, a atividade de web design, em 2008, apresentava pouco mais de 25 negócios formalizados, em 2018 foram abertos mais de 207 empreendimentos dentro da área de atuação. “O setor de serviços tende a crescer. À medida que a tecnologia aumenta, são criados novos postos de trabalhos e extintos aqueles que não fazem parte da nova realidade trazida por ela mesma”, diz o empresário e diretor do Empresômetro, Otávio Amaral. Outra atividade que demonstra essa tendência é o serviço de manutenção, suporte e outros em tecnologia da informação, que apresentou um crescimento de 119% em dez anos e hoje são mais de 4.600 novos negócios.
“Manter esse crescimento vai depender das novas tecnologias, estamos vendo um aumento do uso de Inteligência Artificial nos mais variados campos, inclusive para trabalhos intelectuais, mas o setor de serviços deve prosperar por mais algum tempo, pois a capacidade de uma pessoa em criar e gerar soluções ainda supera as máquinas e softwares”, informa Amaral.
O levantamento do Empresômetro levou em conta atividades relacionadas estritamente com tecnologia, vinculadas à computação e software. Além das fintechs, as empresas criadas para facilitar transações financeiras, também foram consideradas.
“É sempre desafiador encontrar parâmetro de mercado, mas pudemos limitar nossa análise apenas àqueles que denotam o mercado tecnológico brasileiro, dentro disso, são negócios que tratam de criação de software, hardware e tecnologia da informação, pois são o centro da atividade”, esclarece o empresário.
O interessante é perceber que a atividade relacionada à fabricação e montagem de equipamentos de informática e seus periféricos teve alta queda, com redução de até 62% no número de negócios.
“É natural que as fábricas sejam reduzidas, uma vez que a facilidade em produzir em outros países, como a China e cidades-estados como Singapura, faça com que empresários foquem esforços nas vendas dos equipamentos aqui no Brasil e não mais em fabricação”, explica Amaral, que vê com bons olhos essa com concorrência: “se pensarmos que é possível trazer produtos com um custo menor e de alta tecnologia, isso é um ganho para a sociedade brasileira”.
Lição de casa
O próprio Empresômetro é um símbolo dos novos tempos. Criado dentro do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, a spin-off começou a abraçar um novo nicho no mercado, por meio da compilação de informações disponíveis em bases públicas. Dessa forma, o Empresômetro coleta as informações, faz o cruzamento dos dados e disponibiliza a outras empresas, de acordo com o segmento que elas desejam.
“Temos a base mais atualizada do país sobre as empresas em atividade no Brasil. Nossas informações são úteis para que os empresários refinem a sua busca na prospecção de novos clientes e ajudem a medir a economia do país como um todo. Por meio delas, também somos capazes de identificar regiões no Brasil com maior inclinação a diferentes tipos de negócios”, conta Amaral.
Por meio da utilização de ferramentas modernas, empregando tecnologia de ponta, o Empresômetro usa robôs que trabalham ininterruptamente para a captura de dados. “Uma hora de trabalho deles (robôs) equivale a 200 dias trabalhados por um humano, ou seja, o trabalho mecânico, repetitivo, é muito mais rápido e eficiente com esse artifício e economicamente muito mais viável, pois como são serviços simples, mas que requerem agilidade, não compensaria disponibilizar recursos humanos para a conclusão dessa tarefa”, conclui o empresário.