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IoT para mineração é iniciativa de inovação em MG

IoT para mineração é iniciativa de inovação em MG

Instalado no BH-TEC, Centro IoT for Mining será local de captação e gerenciamento de demandas em tecnologia para mineração

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Com a mineração presente até no nome, Minas Gerais caminha para o desenvolvimento sólido da inovação no setor. BH-TEC, FIEMG, empresas de base tecnológica, ICTs, mineradoras e metalúrgicas estão trabalhando em conjunto para impulsionar o Centro IoT For Mining. A partir da criação de soluções baseadas na Internet das Coisas, a ideia é atrair novos investimentos e fortalecer os já instalados no estado, além de consolidar Minas como uma unidade exportadora de talentos e produtos inovadores.

 

O Centro é parte do Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT, sigla em inglês), gerido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O funcionamento será o de um hub: a base é a identificação de desafios da mineração. A partir daí, as empresas de base tecnológica que participam do projeto elaborarão propostas e, em colaboração com as indústrias, farão os testes iniciais das soluções.

 

Segundo Virgílio Almeida, professor do Departamento de Ciências da Computação da UFMG e coordenador do Centro IoT for Mining, além dele, o hub contará com três técnicos. “Um especializado em Automação, outro em IoT e um terceiro em Inovação. Junto às indústrias, eles levantarão as demandas e as levarão para as empresas inovadoras. O Centro organizará também palestras, além de ter uma Plataforma Digital, que facilitará esse ‘casamento’ entre demanda e oferta”, completa.

 

Minas corre para inovar

 

Embora, atualmente, produza mais de 50% dos metais exportados pelo Brasil, Minas tem perdido a competitividade no mercado. Entre as causas dessa desvantagem, pode-se citar a queda do teor de ferro no minério (commoditie com maior expressão de exportações), e o alto custo das operações nas minas, que são mais antigas em comparação com as do Pará, por exemplo.

 

“Há uma defasagem nossas tecnologias. Para as corporações globais, não havia interesse em instalar escritórios aqui. Por isso, estamos trabalhando para a criação de um ambiente favorável para a atração de novas empresas”, diz Felipe Faria, coordenador do projeto dentro da FIEMG.

 

A longo prazo, a ideia do Centro é colaborar para que Minas Gerais seja exportador não somente de commodities, mas também de tecnologias. Além de empresas de tecnologia já instaladas no estado, gigantes como IBM e Samsung mostraram interesse no projeto. Vale, Anglo American, AngloGold, CSN, Votorantim, Gerdau e Ferrous, alguns dos maiores players dos setores de mineração e metalurgia, já são apoiadores.

 

Para Marcos Mandacaru, Superintendente de Desenvolvimento Industrial da FIEMG, o Centro IoT for Mining trará o cérebro da mineração brasileira para a capital mineira. “Teremos um salto na competitividade e na inovação do setor no estado. Por outro lado, é uma oportunidade de atrair novos talentos e empresas que possam realizar pesquisa e desenvolvimento”.

 

Sede será no BH-TEC

 

O Centro IoT for Mining entrará em pleno funcionamento a partir de novembro de 2017, e será sediado no BH-TEC. Segundo Felipe Faria, a instalação no Parque é um fator muito favorável para o sucesso do projeto. “É um ambiente de inovação, que já tem relacionamento com Universidades, ICTs e startups, e isso potencializa bastante o desenvolvimento do Centro. Acreditamos que o BH-TEC é o melhor local para agregar valor ao projeto, devido a esse efeito de transbordamento”.

 

Marcos Mandacaru destaca que a proximidade do Parque com a UFMG é uma enorme vantagem. “O professor Ronaldo Pena tem dado total apoio ao Centro IoT For Mining, disponibilizando espaços e nos ajudando a posicioná-lo como uma iniciativa do Parque. O relacionamento com a UFMG é importantíssimo, especialmente pela competência das pesquisas que são desenvolvidas em departamentos que convergem para a IoT, como Ciências da Computação, Física, Matemática, Engenharias”.

 

Para o Presidente do BH-TEC, Ronaldo Pena, o Centro IoT for Mining é um projeto de desenvolvimento econômico não só pra Minas, mas para todo o Brasil. “Em um mercado globalizado e competitivo como o da mineração, precisamos nos empenhar em oferecer produtos cada vez melhores, com custo mais baixo e, muito importante, com respeito ao meio ambiente. O Centro será coordenado pelo professor Virgílio Almeida, do Departamento de Ciências da Computação da UFMG, o que representa uma garantia a mais de sucesso em todos os aspectos”.

 

A Internet das Coisas na mineração

 

Também chamada de Indústria 4.0, a Internet das Coisas tem o objetivo de fazer objetos se conectarem e comunicarem entre si. Na mineração, as aplicações são inúmeras, e podem proporcionar, por exemplo, a otimização de processos, prevenção de acidentes e antecipação de tomadas de decisões. Segundo Virgílio Almeida, as necessidades específicas ainda serão discutidas com as mineradoras.

 

Felipe Faria relata que a Seva Engenharia, residente do BH-TEC e primeira empresa de tecnologia patrocinadora do Centro, já desenvolveu soluções que geraram redução de mais de R$9 milhões nos custos de produção de uma mina. “Algumas minas estão utilizando tecnologias de sensoriamento e RFID para controle de caminhões, de acesso, de combustível, o que gera uma redução exorbitante nos custos”, destaca.

 

O avanço no desenvolvimento de tecnologias para o futuro manterá Minas como uma importante indústria mesmo após o declínio da extração de metais. Essa é a aposta de todos apoiadores do Centro de IoT. “Temos também uma parceria com o FIEMGLAB e o Instituo SENAI de Inovação e Tecnologia, e esperamos trazer soluções para a Indústria ainda este ano. Assim como vemos no Rio de Janeiro o petróleo atraindo investimentos para a Ilha do Fundão, queremos incentivar a inovação em Minas Gerais com âncora na mineração. Essa é uma iniciativa para produzir inovação não somente para nós, mas para que nos tornemos exportadores para países que hoje são concorrentes, como Canadá e Austrália”, finaliza Marcos Mandacaru.