O Plano Nacional de Internet das Coisas foi lançado hoje, 3, durante o Futurecom, evento de TIC que acontece essa semana em São Paulo. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) apresentou as diretrizes do plano de ação em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para acelerar a implantação de IoT como instrumento de desenvolvimento sustentável do Brasil.
Os estudos foram liderados pela consultoria McKinsey, em parceria com o CPqD e o escritório de advocacia Pereira Neto/Macedo, e tem como objetivo criar estratégias de implementação de tecnologias que conectam dispositivos e equipamentos em quatro áreas prioritárias: Cidades, Saúde, Agronegócio e Indústria. O plano prevê que políticas aplicadas em benefício da população e desenvolvimento sustentável sejam aplicadas no período entre 2018 e 2022.
Essa iniciativa tem como premissa proporcionar mais inteligência na prestação de serviços públicos e privados, além de fomentar inovação e empreendedorismo colocando o Brasil como desenvolvedor de tecnologias no mercado global. “Nossa missão é um compromisso com a evolução das cidades inteligentes. Estamos apoiando esse projeto a fim de materializar a implementação da IoT no Brasil”, explica Carlos Alexandre da Costa, diretor da Área de Crédito, TI e Planejamento do BNDES.
Os envolvidos
Para esse plano de aceleração da internet das coisas dar certo no Brasil é preciso envolver diversos órgãos públicos e setor privado, além do papel fundamental das operadoras não só na parte de entregar conectividade, mas também de gerenciar essa tecnologia nos ambientes tecnológicos. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), deu seu recado dizendo que está focada em fazer o mercado crescer e se desenvolver.
O presidente Juarez Quadros falou que existe uma explosão de dados pelo mundo conectado, que “não dá para esperar por certos planos de negócios”. A inovação tecnológica está sendo “radical”, destacou, são carros que andam sozinhos, robôs inteligentes e drones que fazem entregas, por exemplo. Ele, assim como a maioria dos executivos das operadoras, chamou atenção para alta carga tributária e urgência para um novo plano regulatório que pode fazer a diferença no avanço da internet das coisas no Brasil.
Todas as operadoras, de certa forma, têm uma estratégia para ofertar soluções de IoT, mas a Vivo não só colocou esse tema no radar como também criou uma plataforma própria de gestão de dados e sensores. “IoT requer muito investimento e uma dinâmica completamente diferente no nosso portfólio. Mesmo com um cenário econômico desfavorável, mantemos nossos investimentos na ordem de R$ 8 bilhões ao ano e IoT faz parte dessa estratégia”, acrescenta o presidente, Eduardo Navarro.
Segundo ele, para a receita das operadoras fazer sentido em uma estratégia de internet das coisas, é preciso ir além de ofertas de conectividade. Por isso a Vivo vem trabalhando com projetos para ofertar uma solução mais completa, envolvendo uma plataforma aberta para suportar um conjunto de aplicações para atuar, inicialmente, em gestão de frota, junto à Tesla, e gerenciamento de energia, projetos pilotado no Hotel Meilã, no Brasil.
Já a TIM acaba de aprovar a criação de uma unidade operacional dedicada para o desenvolvimento de soluções de IoT & Analytics. A iniciativa surge um ano após a companhia lançar seu programa de Open Innovation, que busca parcerias de empresas com interesses de negócios complementares.
O espaço contará com uma equipe multidisciplinar utilizando conceitos e métodos de startups e já inicia com uma receita de mais de R$ 50 milhões ao ano a partir das conexões de M2M existentes. O objetivo será agregar serviços de valor à conectividade, principalmente nas áreas prioritárias para a TIM: Agropecuária, Cidades, Saúde e Transportes.