Se antes, o PC era o carro-chefe da Intel, hoje a empresa se reinventou e está centrada a dados. “Diante de uma transformação digital cada vez mais forte, os pontos de inflexão do mercado de tecnologia nos mostraram que era preciso mudar. Para continuar crescendo, estamos apostando em outros mercados”, destaca Maurício Ruiz, diretor geral da Intel Brasil, durante encontro com jornalistas, realizado ontem, 28, em São Paulo.
Hoje, os pilares estratégicos da Intel estão pautados para tecnologias relacionadas a Inteligência Artificial (AI), redes 5G, Internet das Coisas (IoT), Realidade Aumentada (AR), Realidade Virtual (VR) e Data Centers. “Foi um movimento que começou muito forte em 2013 e de lá pra cá não paramos mais. Nosso atual lema é: follow the data”, acrescenta Ruiz.
Claro que PC segue sendo uma área muito importante para a Intel, mas será um segmento menor se comparado às novas áreas criadas como Data Centric, IoT, Memory e Soluções Programáveis. Nos últimos seis anos, a área de dados cresceu 41% dentro da companhia e a previsão é que até 2022, 65% da receita da Intel venha de dados, contra 35% de PCs.
Falando em inteligência artificial, a Intel está empenhada em ajudar as empresas de todo mundo a tirar insights da montanha de dados. Esse é o principal desafio dos CIOs de todas as empresas e tem pautado o discurso de diversos players de tecnologia. Para Maurício Ruiz, o “como” fazer para obter essas informações valiosas é o que moverá a Intel nos próximos anos e os insights serão destinados para as linhas de negócio, para a parte operacional e para a segurança das informações.
“Queremos tornar a inteligência artificial uma realidade para os negócios. Para isso, precisamos melhorar as tecnologias de armazenamento e processamento de dados para então acelerar o processo analítico do dado”, explica. A Intel vai turbinar os processadores Xeon, criar novos processadores para tornar a AI possível dentro das organizações e criar algoritmos para trabalhar em plataformas e ambientes inteligentes com deep learning.
Quinta geração
Maurício Ruiz destaca que a Intel entrou para ganhar no campo do 5G. A ideia é se tornar um dos principais players globais na oferta de soluções que melhoram a quinta geração de internet móvel. Segundo ele, a Intel está fechando parcerias em todo mundo com operadoras e services providers, fazendo provas de conceito e acompanhando os próximos passos de leilões das franquias no Brasil, programadas para o final de 2019.
“Temos que nos preocupar com esse avanço, com as liberações de espectro na América Latina e ver qual país vai sair na frente. O 5G não é para smparthone, é para suportar toda conectividade que a internet das coisas vai exigir daqui pra frente”, completa o executivo.
Destaques do ano
Em setembro, a Intel e a Alibaba Cloud lançaram uma plataforma de computação conjunta que permite às empresas desenvolver soluções personalizáveis de Internet das Coisas, incluindo fabricação industrial, construção e comunidade inteligentes, entre outras.
A companhia também lançou a tecnologia de memória Intel Optane DC. Uma classe nova de armazenamento que permite uma grande quantidade de memória entre DRAM e SSDs, que pode ampliar os ganhos de desempenho para determinadas consultas analíticas sobre configurações que dependem apenas de DRAM.
No Brasil, uma parceria recente da Intel com a Locaweb permitiu a criação do Cloud OpenStack Locaweb. Com uso de padrões abertos, além de oferecer mais flexibilidade aos usuários da estrutura, a Locaweb se torna um dos primeiros fornecedores do mercado a permitir que seus usuários construam Data Centers virtuais. Toda infraestrutura está baseada na arquitetura Intel.