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Infraestrutura de telecomunicações deve movimentar mais de US$ 4 bi no Brasil até 2030

Infraestrutura de telecomunicações deve movimentar mais de US$ 4 bi no Brasil até 2030

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Em toda a América Latina, investimento previsto com implantação será de 17 bilhões de dólares ao longo da próxima década

A crise no setor de saúde gerou uma mudança radical nos padrões de consumo de dados e uso das tecnologias de informação e comunicação.  A pandemia, além de aprofundar as diferenças sociais e econômicas, expôs as consequências nefastas da falta de desenvolvimento tecnológico e de infraestrutura digital na região. De acordo com um recente estudo feito pela consultoria internacional SmC+ Digital Public Affairs, a pedido da American Tower, apenas no Brasil, o investimento em infraestrutura de telecomunicações deve ser de mais de US$ 4 bilhões até o ano de 2030.

O relatório “Novas dinâmicas da gestão da infraestrutura de telecomunicações na América Latina”, mostrou que o país lidera o ranking que aponta a necessidade de US$ 17 bilhões em investimentos em toda a região. Depois, aparecem México, com pouco mais de US$ 3 bilhões, Peru, com US$ 2,2 bilhões, e Colômbia, com US$ 870 milhões. Esses investimentos serão fundamentais para que as novas tecnologias tenham um acesso massivo, sem assimetrias, e consigam ampliar seu impacto econômico. 

De acordo com a pesquisa, estima-se que será necessária a implantação de mais de 240 mil novos sites de telecomunicações no Brasil até 2030. Se considerarmos toda a América Latina, esse valor chega a 550 mil novos sites – quadruplicando o parque atual -, motivado principalmente pela demanda por novos serviços de internet, a necessidade de acabar com o gap digital e a chegada da tecnologia 5G na região.

Com a crescente demanda por conectividade e a necessidade das operadoras de ampliar sua cobertura e reduzir custos de implantação, empresas independentes de infraestrutura vêm ganhando espaço na região, já possuindo mais de 50% do parque de sites  graças a modelos mais eficientes e sustentáveis, que permitem que diferentes operadoras de serviços de telecomunicações implantem seus ativos nas mesmas instalações, reduzindo seus custos e gerando múltiplos benefícios adicionais, inclusive urbano e ambiental.

“Com um crescimento de 10% na participação de mercado das empresas independentes de infraestrutura até 2030, poderíamos esperar um aumento mais do que proporcional no nível de compartilhamento de sites, da ordem de 16% nesse mesmo período”, disse Sebastián Cabello, ex-chefe da GSMA para a América Latina e CEO da SmC+ Digital Public Affairs.

No entanto, uma série de barreiras que limitam a implantação desse tipo de infraestrutura na região também precisa ser considerada. “O governo federal tem autonomia para legislar sobre telecomunicações. Contudo, compete aos municípios legislar sobre o uso e ocupação do solo, necessário à instalação de infraestrutura para telecomunicações. E na maior parte dos municípios brasileiros, a legislação para instalação de infraestrutura para telecomunicações”, explica Emerson Hugues, Diretor Geral da American Tower do Brasil. “Isso deve tornar-se mais crítico com o avanço do 5G e a necessidade de instalação de antenas ao longo dos próximos anos, para os quais será necessária maior coordenação e processos mais ágeis”, acrescenta.

O documento recomenda que as autoridades em diferentes esferas governamentais colaborem e coordenem-se entre si para promover a previsibilidade nos processos de aprovação para a instalação desses sites e torres. O empoderamento dos órgãos reguladores e o alinhamento dos governos locais com base no consenso serão fundamentais, não só para a implantação da infraestrutura de telecomunicações, mas também para a transformação digital da região.