A IBM anunciou essa semana – durante o evento anual Think 2018, que acontece essa semana em Las Vegas – um investimento de US$ 5,5 milhões no primeiro hub de soluções dedicado à blockchain na América Latina. Localizado em São Paulo, o espaço será especializado em ajudar clientes a construir a nova geração de aplicações em blockchain com altos níveis de segurança, fornecidos pelos mainframes IBM Z.

Os investimentos serão diluídos até 2020 e essa iniciativa prevê a disseminação dessa tecnologia em toda América Latina. Com isso, a IBM oferecerá um lugar único para desenvolver todo o ciclo de vida de uma solução de negócios de blockchain, desde sua origem, em IBM Cloud.

“Continuamos expandindo as capacidades de IBM Cloud no Brasil, agora com nosso novo hub de soluções de blockchain. Essa é a resposta à crescente demanda de clientes que necessitam de infraestrutura e plataforma confiáveis para ajudá-los a competir no mercado local e global”, explica Marcos Paraiso, líder de IBM Watson & Cloud Platform da IBM Brasil.

O hub de soluções de blockchain está conectado ao IBM Cloud Garage, recentemente anunciado em São Paulo, que reúne as práticas de Design Thinking, Agile e DevOps na IBM Cloud. Ele se une a um grupo selecionado de outros 5 países – Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Japão e Alemanha – que possuem infraestrutura de data center de IBM Cloud com capacidades de blockchain.

5 tendências em 5 anos

E por falar nessa tecnologia, o IBM Think 2018, também foi palco do anúncio da empresa sobre um conjunto de previsões tecnológicas que irão impactar os negócios nos próximos cinco anos. Para a IBM, a criptografia se unirá ao blockchain para avançar em sistemas de proteção. Nos próximos cinco anos, as tecnologias de âncoras criptográficas e de blockchain garantirão a autenticidade de um produto, desde o ponto de origem até as mãos do cliente.

As âncoras criptográficas são impressões digitais à prova de adulteração que os pesquisadores da IBM estão desenvolvendo para serem incorporadas em produtos, ou partes de produtos, e ligadas ao blockchain. Essas impressões digitais podem assumir muitas formas, mas quando estão ligadas a uma blockchain, representam um meio poderoso de comprovar a autenticidade de um produto.

Inteligência artificial

Nos próximos cinco anos, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial aumentarão muito rapidamente, pautados principalmente pela segurança. O objetivo daqui pra frente é construir máquinas que apliquem certos valores e princípios humanos na tomada de decisões.

Na visão da IBM, os pesquisadores estão procurando formas de garantir a privacidade dos dados e trabalhar com AI com mais conformidade junto aos processos de negócio, uma vez que humanos e máquinas trabalham cada vez mais juntos nas tomadas de decisão.

Durante o Think 2018, a companhia apresentou o Watson Assistant, um assistente corporativo inteligente que reúne inteligência artificial, nuvem e Internet das Coisas (IoT) para ajudar as empresas a aumentar a fidelidade à marca e transformar as experiências dos clientes, mantendo os dados comerciais e de clientes seguros e privados.

Enquanto os assistentes mais comuns Siri e Alexa usam informações públicas para encontrar respostas, o Watson Assistant vai aprendendo junto com o usuário. Na visão da IBM, cada pessoa ou empresa pode ter seu próprio Watson, personalizado, como um assistente pessoal.

Criptografia em rede

Em cinco anos, novos métodos de ataque cibernéticos farão com que as medidas de segurança de hoje sejam revisitadas. Até mesmo os fortes mecanismos de criptografia podem estar ameaçados por meio de computadores quânticos, deixando essa metodologia obsoleta e afetando a segurança.

Pesquisadores da IBM estão desenvolvendo um novo método de segurança projetado para lidar com esse cenário. Um truque mais complexo de álgebra linear, chamada de lattice, pode ser usado para esconder essas chaves. Esse conceito juntamente com o desenvolvimento de cripto-âncoras ligadas a blockchain pode ser o futuro da luta contra o cibercrime.
Computação quântica

Na visão da IBM, em cinco anos, os efeitos da computação quântica irão além do laboratório de pesquisa. Ela não será de uso exclusivo para a comunidade científica, mas será usada extensivamente por novas categorias de profissionais e desenvolvedores para resolver problemas de difícil resolução.

Veremos nos próximos anos essa disciplina ser aplicada em salas de aulas em universidades, em que os alunos se familiarizarão com essa tecnologia e seguirão carreiras nessa especialidade. No futuro, os computadores quânticos continuarão a abordar problemas com complexidade cada vez maior, eventualmente alcançando e ultrapassando o que podemos fazer apenas com máquinas clássicas.

Microscópios robôs

A IBM também prevê que o uso da tecnologia, com recursos de inteligência artificial, pode ajudar o ser humano a salvar os oceanos, que hoje sofrem pela má preservação e sujeira em toda parte. Os pequenos microscópios autônomos, conectados em rede e implantados em todo o mundo, monitorarão continuamente a condição do recurso natural mais crítico para a sobrevivência do planeta.
Pesquisadores da IBM estão construindo pequenos microscópios autônomos que podem ser colocados em oceanos para monitoramento contínuo da água. Além disso, podem monitorar a saúde os plânctons, pequenos microorganismos biológicos naturais. Nos próximos anos, o desenvolvimento desses microrobôs será de baixo custo e alta performance a fim de relatar anomalias em tempo real.
Menor computador do mundo

A IBM também anunciou que está desenvolvendo o menor computador do mundo, menor até que um grão de sal. A máquina de 1×1 mm possibilitando operações de inteligência artificial e blockchain. Com um preço de mercado abaixo de 10 centavos de dólares, o computador possui a capacidade de um chip x86 de 1990.

Mesmo assim, ele conta com milhares de transistores para análise, monitoramento, comunicação e atuação em dados. Não há previsão do lançamento, pois a IBM vem testando o protótipo, principalmente em iniciativas âncoras de criptografia.