Nesta terça-feira (03), o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve presencialmente na abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para receber a proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Aprovado anteriormente pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), o PBIA prevê um investimento de R$ 23,03 bilhões em ações no setor, abrangendo o período de 2024 a 2028.
Ainda na data de ontem, o tema voltou à tona em uma apresentação com o título: “Um plano estratégico para o desenvolvimento e utilização da Inteligência Artificial no Brasil”. O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Fernandes, que fez a apresentação da proposta do Plano de IA ao presidente Lula, destacou o protagonismo do Brasil nessa corrida de inovação.
“Nós queremos ser um fator de inclusão. Ser líder global em IA, liderando tanto na sustentabilidade quanto também no compartilhamento dos benefícios que possam advir da utilização dessa tecnologia”, destacou.
O secretário-executivo do MCTI acrescentou que o governo brasileiro quer participar da liderança mundial de IA para se tornar cada vez mais um país desenvolvido e soberano. “Contamos com a cooperação internacional para viabilizar nossa capacitação nesta tecnologia. Também estamos dispostos a compartilhar com outros países em desenvolvimento a capacidade de infraestrutura e de processamento que implantarmos”, pontuou Fernandes.
Outro ponto destaco por Fernandes foi a preocupação com a Segurança da Informação. “Nós partimos da compreensão de que a Inteligência Artificial é uma força tecnológica transformadora que impacta a sociedade e o planeta. A concentração excessiva de poder, dados e recursos em poucas empresas ou países pode resultar na exclusão de grande parte da humanidade dos benefícios dessa tecnologia”, explicou durante a apresentação.
Também presente no debate, o professor Silvio Meira, do Porto Digital, afirmou que é preciso dinamismo na evolução da inteligência artificial, mas que isso exige um capital humano complexo. “Isso faz com que a gente repense na formação de capital humano. Um capital humano complexo, extremamente sofisticado, com graduação em engenharia, matemática, computação e um doutorado. Isso exige, no mínimo, um estudo de 10 anos”, explicou.
Meira acredita que o PBIA deve ser um plano de capacitação de longo prazo. “Pensar em 2028 é o primeiro passo de um grande desafio para ter um impacto na vida dos brasileiros”.
Fernandes enfatizou também que só foi possível realizar a construção do PBIA com segurança e audácia porque o governo atual partiu de dois princípios. “Respeito integral à lei de regulamentação do FNDCT (Fundo Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação) aprovado pelo Congresso Nacional, que proibiu o contingenciamento dos recursos do FNDCT. O Fundo é um dos pilares deste plano”, destacou o executivo, que também é presidente do Conselho Diretor do FNDCT.
“O segundo pilar foi a decisão do presidente Lula de viabilizar a captação de crédito para a Finep por meio do FNDCT e para o BNDES por meio do Mais Inovação a taxa TR, que permite fornecer crédito para inovação das empresas. Temos um apoio sólido à inovação”, completou Luis Fernandes.
*Com informações da MCTI