A IDC apresentou as previsões da indústria da Tecnologia da Informação na América Latina para 2024. Listadas em 10 tópicos, o grande destaque aparece com a Inteligência Artificial generativa. Segundo a pesquisa, as plataformas de IA terão um grande impacto na indústria de software empresarial e nos negócios voltados ao usuário final.
Até 2027, as 5.000 principais empresas da América Latina destinarão mais de 25% dos gastos-chave em TI para iniciativas de Inteligência Artificial, impulsionando um crescimento de dois dígitos na inovação de produtos e processos.
De acordo com Alejandro Floréan, vice-presidente de consultoria e estratégia da IDC da América Latina, a perspectiva de crescimento do mercado de TI na região é de 5%. A Argentina crescerá 7%, enquanto o México, depois de um aumento de 22% em 2023, avançará apenas 10% no próximo ano. Para o Brasil, as expectativas de crescimento estão na casa dos 12%, enquanto o Peru e o Chile terão um avanço de 11% respectivamente.
Em 2024, espera-se que a indústria de TI (sem contar dispositivos) terá um crescimento de cerca de 11%, bastante positivo no ambiente atual. “Esse número é, sem dúvida, um marco importante nas perspectivas que os usuários finais terão em relação a determinadas tecnologias”, afirma Alejandro Floreán.
Até 2026, com metade dos investimentos em P&D, pessoal e CAPEX dos fornecedores de tecnologia direcionados para IA/automação, os CIOs enfrentarão desafios ao alinhar a escolha de fornecedores e as prioridades operacionais de TI com os novos casos de uso das tecnologias emergentes. Os novos produtos e serviços derivados da extensão da IA nos recursos irão contribuir com a eficiência operacional, mas também exigirão treinamento para uso efetivo.
Futuros desafios
Até 2026, é esperado que todas as novas marcas, produtos e serviços de TI destinados a segmentos ou personas carentes de clientes sejam desenvolvidos com uma integração robusta de diversos serviços de IA. Essa integração visa proporcionar novos recursos a custos mais acessíveis. Porém, muitos locais ainda estarão limitados para implantar uma infraestrutura remota e com uso de dados coletados.
A previsão da IDC é que, até 2027, 80% da infraestrutura, segurança, dados e aplicativos dependerão de plataformas avançadas de controle para a entrega coordenada de serviços baseados em IA. No entanto, apenas metade das empresas conseguirá utilizar essas plataformas de maneira eficiente. Além disso, será necessário que o time de TI trabalhe na segurança e práticas claras de compartilhamento de dados com seus colegas.
Para ampliar o mercado, a previsão é que 35% dos contratos de serviços incorporem entrega facilitada por IA generativa até 2028, provocando uma transição nos serviços tradicionalmente realizados por humanos em direção a estratégias, transformações e treinamentos. Isso visa preparar as organizações para a presença generalizada de IA.
Será necessário que os líderes de TI avaliem a qualidade de seus provedores de serviços e sua abordagem para tirar proveito dessa tendência.
Infraestrutura e dados
Um terço das empresas enfrentará custos incertos de infraestrutura e acessibilidade até 2027, o que levará a medidas provisórias que tornarão mais difíceis de alcançar os objetivos de economia da nuvem e da logística de dados.
O custo da infraestrutura e do acesso à informação será um desafio para as organizações, pois gerará maior pressão para mudanças nos planos de negócios e restrição de investimentos em recursos. Adicionalmente, pode haver risco de acumulação de dívida tecnológica, devido às fortes mudanças e CAPEX necessários para os processadores.
No próximo ano, os fornecedores de todo o espectro de hardware, software e serviços expandirão agressivamente os seus portfólios de dados privados e de código aberto, tornando as decisões de parceria estratégica mais instáveis.
Para o C-Level, os dados serão de grande importância para desenvolver casos de uso de IA generativa ou expandi-la na organização. Os Large Language Models (LLM), bem como os dados, serão ativos muito importantes ao avaliar quanto vale uma empresa.
Automação e mercado de TI
Até 2027, 80% da infraestrutura, da segurança, dos dados e das aplicações dependerão de plataformas de controle avançadas para a prestação coordenada de serviços baseados em IA, mas apenas metade das empresas as utilizará de forma eficaz.
Uma das mudanças mais significativas em TI é a expansão da entrega de tecnologia como serviço: software, hardware e serviços, tornando mais necessário o uso de ferramentas avançadas de controle para melhorar a resiliência dos negócios digitais, reduzindo a sobrecarga operacional.
A tendência de automação está diretamente lincada ao financiamento abaixo do ideal nas iniciativas de desenvolvimento dos profissionais de TI. De acordo com a IDC, esse descompasso em comparação com os gastos em produtos/serviços impedirá que 75% das empresas obtenham o valor total dos investimentos em IA, nuvem, dados e segurança.
Isto faz com que as empresas continuem a ter dificuldades na hora de procurar pessoas com as habilidades certas para as funções certas. 84% dos profissionais de TI no mundo todo reconhecem que a formação em TI é um imperativo estratégico e o investimento em formação não está indicando um crescimento exponencial em termos de gastos investidos em tecnologia.
“O crescimento da equipe operacional não vai resolver os problemas, por isso a automação deve ser sempre considerada um ponto chave. Até porque, ironicamente, será a IA generativa que ajudará as empresas a treinarem trabalhadores tecnológicos de uma forma muito mais eficiente”, encerra Pietro Delai, diretor de Soluções Empresariais da IDC América Latina.
