A T-Systems e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCRP-USP) acabam de fechar um acordo de R$ 35 milhões. O contrato, com validade de cinco anos, prevê a implementação do SAP 4/HANA, além da modernização de 47 aplicativos e sistemas hospitalares utilizados atualmente pela instituição.
De acordo com o superintendente do HCFMRP, Benedito Carlos Maciel, o acordo nasceu da necessidade de aprimoramento do sistema de informações da instituição. “Durante mais de 20 anos investimos em um sistema próprio, mas não estávamos conseguindo acompanhar os avanços e moderniza-lo”, explica.
O acordo foi fechado com base na lei de inovação. Depois de um período de pesquisa do mercado, o HCFMRP entendeu que as soluções existentes não atendiam às suas necessidades e decidiu buscar um parceiro que desenvolvesse algo específico para a complexidade de suas operações. “Temos a perspectiva de que esta solução, que será concebida com a união de nossas experiências, venha a ser disponibilizada para o mercado no futuro”, prevê o superintendente.
Maciel tem a expectativa de, ao final do período de implementação, contar com um dos sistemas de informações hospitalares mais modernos do País. Ele lembra que o novo sistema será continuamente modernizado para atender as expectativas de um hospital do tamanho do HCRP.
Sobre o investimento no projeto, o superintendente lembra que boa parte dele virá de uma série de economias que serão obtidas a partir da entrada em operação do sistema. “Temos uma série de gastos que deixarão de ser feitos à medida que partes do sistema entrarem em operação”, prevê.
Saúde e pesquisa
De acordo com Adriano Silva, engenheiro de computação da T-Systems Brasil, uma vez concluído, o projeto do HCFMRP tem o potencial de impactar indiretamente cerca de 4 milhões de pessoas. Atualmente o hospital é referência da 4ª regional de saúde de São Paulo, que atende 90 cidades da região de Ribeirão Preto. “O complexo conta hoje com 7,3 mil funcionários e realiza cerca de 4,8 mil atendimentos diariamente”, afirma.
O executivo explica que o projeto tem duas frentes. A primeira prevê a implementação do SAP 4/HANA para o back office administrativo e financeiro do hospital. Em outra frente, serão totalmente reconstruídas 47 aplicações hospitalares sobre uma nova plataforma de sistemas que conta com o que há de mais atual a nível de tecnologia, como por exemplo, Cloud Computing, IoT, Big Data, Blockchain, Inteligência Artificial, Machine Learning, entre outras.
“Estamos falando de novas formas de interação entre usuário e sistema, como reconhecimento de gestos em salas de cirurgia, reconhecimento de voz, uso de aparelhos móveis para agendamento de consultas e checagem de exames, realidade aumentada para apoiar a análise de exames de imagens, internet das coisas integrando equipamentos e dispositivos médicos e blockchain para garantir a rastreabilidade e segurança de todas as transações”, resume Silva, lembrando que o grande objetivo do projeto é criar ferramentas que facilitem o trabalho do corpo clínico hospitalar e assim promova um melhor atendimento para a população.
Em outra frente, a T-Systems vai habilitar mecanismos avançados de processamento e análise de dados que contribuirão para o aprimoramento de pesquisas científicas, uma vez que a instituição forma anualmente cerca de 4,5 mil profissionais de saúde entre alunos de graduação, pós-graduação, residência médica e aprimoramento. “Estes profissionais, mais os potenciais pacientes, serão usuários dos sistemas que vamos implementar”, lembra Silva.
O projeto tem duração prevista de cinco anos, sendo o primeiro dedicado à implementação do sistema SAP e os demais para a modernização dos sistemas médicos. Para isso, estão envolvidos no projeto mais de 120 profissionais, sendo 39 da T-Systems e mais de 80 do hospital.
“Estamos contribuindo para um grande avanço da medicina brasileira, quando tudo estiver em operação, o HCFMRP será capaz de habilitar um novo modelo de medicina, a chamada medicina personalizada, onde as práticas e decisões médicas poderão ser adaptadas para cada paciente, baseadas em informações genéticas e clínicas de cada indivíduo.”, prevê o executivo.