A tecnologia oferece um aproveitamento da mão de obra, uma vez que os postos de trabalho não precisam ser eliminados, mas podem ser realocados
Em 2021, a Duo Automation conseguiu implementar o robô de chapisco com eletrodos em todas as moendas do Grupo São Martinho. A inovação, patenteada a nível mundial, realiza o trabalho de solda na superfície da moenda, que é um conjunto de equipamentos responsáveis por moer a cana. O objetivo da solda (ou chapisco) é o de criar uma rugosidade na superfície da máquina e extrair mais matéria-prima da cana-de-açúcar.
Geralmente, as indústrias contam com profissionais encarregados de fazer o chapisco nos equipamentos e o pioneirismo da Duo Automation foi capaz de desenvolver um robô que desempenha a mesma função utilizando eletrodos.
A parceria com o Grupo São Martinho teve início em 2018, quando a primeira máquina foi operada na unidade de Pradópolis durante a segunda metade da safra daquele ano. Inicialmente com um teste piloto, a empresa foi uma das três primeiras a utilizar o robô em suas usinas e, a partir dos feedbacks, ajudou no aperfeiçoamento da tecnologia.
Três anos depois, o número total de máquinas utilizadas pela São Martinho já chegou a 7 e estão distribuídas em todas as unidades de moendas. O objetivo é dobrar a quantidade nos próximos anos aplicando os robôs também nos rolos inferiores, pois cada uma dessas máquinas equivale ao trabalho de seis soldadores manuais e os retira de uma posição de risco, já que o processo de solda é nocivo e prejudicial à saúde.
Isso porque, segundo Renan Carvalheira, sócio da Duo Automation, “o trabalho é totalmente manual, contínuo e exaustivo, já que o funcionário por vezes fica horas na mesma posição a fim de desempenhar suas atividades. Além disso, tem o fato de inalar gases nocivos e ficar exposto às engrenagens, suscetível a acidentes graves”.
Há ainda uma diminuição de gastos com as paradas de manutenção, pois os robôs deixam os rolos mais protegidos e também com os consumíveis de solda, como o eletrodo e o arame. Além disso, a tecnologia oferece um aproveitamento da mão de obra, uma vez que os postos de trabalho não precisam ser eliminados, mas podem ser realocados. No Grupo São Martinho, por exemplo, os serviços de caldeiraria eram terceirizados e agora já são feitos pelos funcionários que antes cuidavam do chapisco.