Os novos hábitos dos brasileiros exigem um ecossistema integrado de Saúde, com amplo uso de tecnologias e análises de dados
O Brasil está envelhecendo. O levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em outubro de 2021 mostra a população brasileira vai envelhecer de forma constante e acelerada nos próximos anos. Em 2010, os idosos representavam 7,3% dos brasileiros, ou seja, aproximadamente 14 milhões de pessoas acima dos 60 anos. A expectativa é que em 2100 o Brasil ultrapasse 60 milhões de idosos, um número superior a 40% da população.
Esse cenário somado aos mais de 9% do PIB do país gastos com saúde exige das empresas que atuam neste setor um novo posicionamento, um redesenho de estratégias a fim de criar soluções mais sustentáveis de medicina preventiva. Neste campo, a Tecnologia da Informação desempenha um papel fundamental para entregar precisão e inteligência nos diagnósticos.
De acordo com Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury, 25% da população Brasileira conta hoje com recursos de saúde suplementar (planos particulares), demonstrando que os brasileiros estão mais preocupados com a saúde e tendem a buscar os caminhos de medicina preventiva. Ela destaca ainda que a mudança de comportamento da população em ser mais digital também impacta no ecossistema, demandando uma atuação mais integrada entre laboratórios, clínicas, hospitais e indústria farmacêutica.
“As pessoas querem se cuidar mais e enxergam benefícios na tecnologia para acompanhar o histórico de Saúde. Com isso, precisamos montar uma estratégia diferenciada para atender as necessidades de indivíduos e pacientes, promovendo mais saúde pautada na medicina preventiva”, pontua Jeane durante o 6º encontro Fleury de Jornalismo em Saúde, que aconteceu essa semana no formato online.
Com o tema “Formação de ecossistemas e transformação digital na Saúde”, o encontro destacou como a tecnologia pode ajudar na análise de informações e detecção de doenças. “Quando falamos de ecossistema, significa que precisamos integrar serviços, ter mais conexões e usar o digital a nosso favor”, acrescenta Dr. Edgar Rizzatti, diretor executivo Médico e Técnico do Grupo Fleury.
Ele explica que o Grupo segue firme na jornada de big data e analytics, ampliando a cultura de dados a fim de melhorar na medicina preventiva, o que não só melhora nos cuidados ao paciente, como as chances de cura são maiores quando uma doença é detectada no começo.
Esse ecossistema de inovação é baseado em dados com uso de inteligência artificial, com evolução contínua na mineração, tratamento e organização de informações. “Essa jornada traz benefícios e melhorias como automação de processos, sistemas de apoio ao diagnóstico, comparação com grandes bases de dados que apoiam a decisão, além de monitoramento do paciente durante os tratamentos”, completa Rizzatti.
Para os pacientes que estão hospitalizados, o Grupo conta com a parceiros de Health Techs que trazem uma visão clínica-laboratorial integrada e em tempo real, além de auxiliar no controle de infecção hospitalar. “A tecnologia com uso de algoritmos de inteligencia artificial nos ajuda a elaborar laudos e auxiliar na tomada de decisão do tratamento mais adequado”, diz.
Daniella Castro, líder de Pesquisa e Desenvolvimento da Kunumi e CTO da Huna, acrescenta que a ferramenta Huna usa algoritmos de inteligência artificial para analisar vários vetores preditivos da doença Alzheimer. “As formas tradicionais para detecção são caras ou invasivas. Quanto mais cedo a doença for descoberta, melhores serão os tratamentos e a qualidade de vida do paciente”, aponta.
“É um trabalho constante de ciência de dados com estrutura de softwares, nuvens e arquitetura tecnológica para nos auxiliar na busca pela excelência nas análises laboratoriais”, completa Dr. Edgar Rizzatti. “A transformação digital já é uma realidade na Saúde. Por isso nossos pilares estratégicos é manter uma estrutura robusta de medicina preditiva e preventiva, fazendo uso da tecnologia e de ativos físicos e digitais”, completa Jeane Tsutsui.