Pesquisa mostra que equipes de compras do setor público são maiores, com níveis variados de participação no processo, e que os executivos estão menos envolvidos do que os do setor privado
Segundo dados da mais recente pesquisa do Gartner, as compras de tecnologia no setor Público levam, em média, cerca de 22 meses, o que indica um ciclo de adoção de tecnologia mais longo nos órgãos de Governo do que em comparação com outros setores.
Em novembro e dezembro de 2021, o Gartner entrevistou 1.120 executivos envolvidos na avaliação ou seleção de tecnologia, incluindo 79 do setor público, para entender como as organizações abordam os esforços de compra em larga escala para tecnologia corporativa.
Quase metade dos entrevistados (48%) relatou seis ou mais atrasos significativos no processo de compra. O impacto cumulativo de fatores, como mudanças no escopo, acrescentou sete meses, em média, ao ciclo de compra de tecnologia do governo.
“A aquisição de tecnologia traz desafios para o setor público que normalmente não existem em outros setores”, comenta Dean Lacheca, Analista e Vice-Presidente do Gartner. “Cada jurisdição tem suas próprias leis e políticas de compras e cada agência ou departamento pode ter sua própria interpretação delas. O descumprimento das regras pode ter sérias consequências, desde publicidade indesejada até risco pessoal de processo”.
As equipes de compras do setor público são grandes e complexas
Uma típica equipe de compras do setor público tem 12 participantes, com níveis variados de participação no processo. Executivos de nível C do governo, por exemplo, tendem a estar menos envolvidos (41%) do que os do setor privado (55%) nas compras de tecnologia para evitar associação com o processo e criar a percepção de influência política no resultado.
Isso também torna os gestores governamentais menos dispostos a defender o processo, se forem desafiados por fornecedores malsucedidos ou pela mídia. As equipes de compras do setor público são mais propensas do que outras indústrias a serem compostas por pessoal operacional de grau inferior (46%) impactado pelo processo de compra, assumindo o papel de especialista no assunto de negócios.
Embora os equivalentes governamentais de um executivo de nível C ou órgão de governança executiva possam ter autoridade para tomar a decisão, eles são fortemente guiados pelos resultados da avaliação e recomendações feitas pelos especialistas no assunto.
Vários fatores contribuem para atrasos no ciclo de compra
Os fatores mais relatados como resultando em atrasos significativos ocorrem antes do início do que seria considerado o processo de aquisição oficial. Algumas dessas condições incluem o desenvolvimento do business case (74%), mudanças de escopo que exigem pesquisa e avaliação adicionais (76%) e chegar a um acordo em torno do orçamento (75%).
“Embora os ciclos de compra do governo possam ser longos, é importante notar que esses prazos não estão definidos”, comenta Lacheca. “Os cronogramas iniciais planejados podem ser atrasados como resultado de uma combinação de fatores controláveis e incontroláveis, especialmente quando não existem prazos externos”.
Melhores informações de fornecedores de tecnologia podem ajudar
Mais da metade dos entrevistados do setor público (78%) indicam um atraso de tomada de decisão de moderado a significativo impacto devido à sua incapacidade de obter detalhes específicos de produtos ou requisitos de implementação do fornecedor. Com efeito, as organizações públicas são mais propensas a valorizar as referências de clientes existentes do que os compradores do setor privado, em parte porque as empresas do setor público raramente estão em concorrência direta e muitas vezes compartilham desafios comuns. Os provedores escolhidos são muito mais propensos a fornecer conteúdo acionável e baseado em fatos para a equipe de compras.