A Google Cloud fez dois anúncios que marcam as frentes de trabalho ao redor da Inteligência Artificial (AI): como estão sendo pensadas as formas de manter a evolução de AI na direção certa e, ao mesmo tempo, novos produtos que coloquem a AI ao alcance de mais empresas.
Rajen Sheth, diretor global de Product Management para Cloud AI, pensa a AI de hoje como era a web de meados dos anos 90: passando rapidamente de ser um nicho acadêmico para uma tecnologia convencional usada no dia a dia. Do mesmo jeito, a revolução da internet trouxe benefícios e riscos e, embora fosse fácil perceber que tecnologias como email e mensagens de texto ajudariam a manter contato, era difícil imaginar o papel delas de um dia disseminar de softwares maliciosos a cyberbullying.
Entre os riscos da AI discutidos nos últimos tempos por pesquisadores estão a possibilidade de criar imagens, textos e áudios de forma sintética para simular pessoas reais no mundo online, a criação de ataques digitais automáticos para provocar acidentes em carros autônomos e a transformação de drones comerciais em armas.
“É tentador imaginar os algoritmos como infalíveis e objetivos, mas a verdade é que os modelos de aprendizado de máquina são tão confiáveis quanto os dados em que são treinados. E como os humanos são responsáveis por encontrar, organizar e rotular esses dados, é muito fácil que até mesmo a menor irregularidade faça uma diferença enorme no resultado”, afirma o executivo.
Segundo o executivo, embora preconceitos injustos sejam encontrados ao nosso redor, até mesmo dados coletados fielmente podem refleti-los. Por exemplo, volumes históricos de texto – geralmente usados para treinar modelos de aprendizado de máquina que lidam com processamento de linguagem natural ou tradução – podem perpetuar estereótipos prejudiciais se não forem corrigidos. Alguns modelos estatísticos de linguagem podem “aprender” suposições ultrapassadas sobre gênero, como “médico” sendo “masculino” e “enfermeira” sendo “feminino”. Questões semelhantes também podem acontecer em relação às raças.
“A chave para utilizar a Inteligência Artificial de forma efetiva é a conscientização. O futuro da AI será construído mais rápido do que a tecnologia em si, com um esforço coletivo, igualmente dependente de ferramentas, informações e um desejo compartilhado de causar um impacto positivo no mundo”, finaliza Sheth.
Para promover uma compreensão mais ampla da necessidade de justiça em tecnologias como aprendizado de máquina, o Google Cloud tem criado soluções e recursos educacionais como o ml-fairness.com e o recém-anunciado módulo de justiça no curso intensivo de educação em ML.
Usar o potencial da Inteligência Artificial (AI) é uma das grandes transformações que empresas de todos os setores estão atravessando. No entanto, para muitas delas, as complexidades que envolvem AI podem parecer assustadoras. Por isso, um dos objetivos do Google Cloud é democratizar o acesso a estas tecnologias, colocando-as ao alcance de todos os negócios, com soluções úteis e rápidas, de forma a aumentar o alcance às ferramentas e a sua facilidade de utilização.