Já imaginou quais são os processos necessários para uma usina produtora de aço se tornar digital? Como a redução de custos, economia de energia e otimização de procedimentos na indústria podem estar relacionados com a internet das coisas? Na Gerdau, a inspiração pelos métodos da Indústria 4.0 tem sido uma das estratégias para enfrentar o cenário desafiador do segmento do aço.
A companhia está implementando o projeto Usina Digital, ação por meio da qual se avalia as operações das usinas de modo a encontrar soluções tecnológicas que contribuam para aumentar a competitividade, garantir redução de custos e ganho de eficiência. Com a aposta, que teve início no final de 2015, a Gerdau já registra retorno anual de R$ 15 milhões em suas unidades.
Uma das iniciativas que integra o projeto é o gerenciamento de filas para carga e descarga nas usinas. Por meio de um aplicativo, o motorista agenda um horário para ir até à unidade mais próxima. Ao chegar, o celular do motorista é detectado por uma zona virtual que, por sua vez, alerta o funcionário sobre a chegada do caminhão.
Depois disso, é realizado o checklist virtual feito via tablet, que permite, entre outras funcionalidades, identificar se o motorista está com o treinamento de segurança em dia ou detectar quando foi realizada a última inspeção do veículo. “Como resultado, aumentamos o número de viagens dos motoristas, que antes da implantação do sistema era apenas uma por dia, e passaram de dois a três diariamente”, destaca Rodrigo Belloc, diretor de Operações da Gerdau.
Mobilidade
Outra aposta da empresa foi a utilização de smartphones com aplicativos customizados para a condução dos processos de cadeia de produção, aumentando a eficiência e reduzindo o tempo de trabalho dos operadores, que antes era feito manualmente. Além disso, tendo acesso a um ambiente de trabalho virtual, na palma da mão, o facilitador de Rotina pode dedicar mais tempo à área de produção.
“A implantação dos smartphones para a classificação de sucata, por exemplo, teve otimização de três minutos em cada ciclo, o que resultou na redução de 93 horas por mês”, explica Belloc. “Com isso, o colaborador tem 100% do seu tempo para estar mais próximo da operação e acompanhar mais efetivamente os processos com um nível menor de interrupções”, completa o executivo.
A utilização de drones para monitoramento e inspeção de operações é outra iniciativa relacionado ao projeto Usina Digital. Os equipamentos sobrevoam plantas de tratamento, áreas de transporte de material, áreas de abastecimento, estoques de minérios e áreas administrativas, e cuida das drenagens das águas pluviais que se direcionam para os rios.
Otimização via software
A empresa também está investindo em um sistema da General Eletric (GE) que otimiza a produção, além de apontar precocemente falhas em equipamentos, realizar análises e trazer insights sobre o estado das máquinas e processos de logística. A implementação do software permitirá que a GE esteja conectada em 11 unidades da Gerdau, atuando no sistema de manutenção preventiva, em uma iniciativa inédita no mercado global de aço.
A estratégia inclui cerca de 1.000 equipamentos, sendo que a instalação de 600 máquinas será de responsabilidade da GE e a outra parte, a Gerdau receberá capacitação para a implementação do sistema.
Até o momento, a Usina Digital já foi implementada na maior parte das unidades da Gerdau do Brasil, incluindo Mineração, e tem expansão em andamento nas usinas de Minas Gerais. Na América do Norte, o projeto foi executado na cidade de Whitby, no Canadá.