As dez principais tendências estratégicas de tecnologia do Gartner para as ações de governo foram selecionadas em resposta a metas urgentes e necessidades de negócios de organizações governamentais em todo o mundo. Elas se encaixam em um conjunto mais amplo de macrotendências que exigem a atenção dos líderes governamentais de hoje, incluindo instabilidade social, austeridade perpétua, envelhecimento da população, crescente populismo e a necessidade de apoiar metas de sustentabilidade.
“Agora, mais do que nunca, as prioridades tecnológicas devem ser estabelecidas no contexto de tendências de negócios como equidade digital, ética e privacidade, ampliando abismos geracionais e a necessidade de agilidade institucional”, diz Rick Howard, Vice-Presidente de Pesquisa do Gartner.
“Os líderes do setor público esperam que os CIOs governamentais encontrem maneiras de a tecnologia reduzir custos, criar eficiências e melhorar os resultados para cidadãos e empresas. Eles também esperam que os CIOs considerem as tendências sociais, tecnológicas, econômicas, ambientais e políticas que afetam os componentes a que servem”, diz o analista.
Em uma sociedade digital, autoridades governamentais prospectivas devem saber que a tecnologia faz parte da política atual. “Qualquer serviço governamental entregue em escala é sustentado por uma série de tecnologias. Se o sucesso desses projetos for comprometido pela má-implementação dos recursos de TI, os objetivos políticos também serão comprometidos”.
A lista de tendências estratégicas foi projetada para ajudar os CIOs do governo a estabelecerem a lógica, o timing e a prioridade dos investimentos em tecnologia. Elas não representam quais são as ações nas quais os CIOs de governo estão gastando a maior parte de seu tempo ou orçamento hoje. As tendências variarão em importância, dependendo do nível de governo (nacional, regional ou local), região e contexto comercial. É por esse motivo que eles não são classificados em ordem numérica.
Os CIOs podem usar essas tendências para envolver os grupos interessados e envolvidos em suas ações, desmistificar conceitos e promover discussões sobre seu valor para os cidadãos e a sociedade.
Segurança adaptativa – Uma abordagem de segurança adaptativa trata risco, confiança e segurança como um processo contínuo e adaptável, com proposta dedicada a antecipar e mitigar ameaças cibernéticas em constante evolução. Esse modelo reconhece que não há proteção perfeita e a segurança precisa ser adaptável, em todos os lugares, o tempo todo.
Identidade digital do cidadão – Identidade digital é a capacidade de provar a identidade de um indivíduo por meio de qualquer canal digital do governo que esteja disponível para os cidadãos. É fundamental prover e ampliar a inclusão e o acesso dos cidadãos aos serviços públicos, ainda que muitas administrações estejam demorando a adotar essas inovações em suas operações. Os CIOs de governo são aconselhados a fornecer rapidamente identidades digitais que respeitem os imperativos de segurança e as expectativas dos cidadãos.
Engajamento do cidadão multicanal – Os governos que atendem aos cidadãos de acordo com seus próprios termos e por meio de seus canais preferidos, como pessoalmente, por telefone, via dispositivo móvel, por meio de assistentes inteligentes, chatbots ou Realidade Aumentada, atenderão às expectativas dos cidadãos e alcançarão os resultados do programa. De acordo com uma pesquisa de 2018, mais de 50% do tráfego dos sites de governo em todo o mundo agora vem de dispositivos móveis.
Design Ágil – O governo digital não é um investimento “faça e esqueça”. Os CIOs devem criar um ambiente ágil e responsivo, adotando uma abordagem de design de projetos ágil, com o conjunto de princípios e práticas usadas para desenvolver sistemas e soluções mais ágeis que afetam os estados atuais e de destino dos negócios, da arquitetura técnica e das informações.
Gerenciamento Digital de Produtos – De acordo com a pesquisa CIOs Agenda 2019, do Gartner, mais de dois terços dos CIOs de governo disseram que já possuem ou planejam implementar o gerenciamento de produtos digitais (DPM). Muitas vezes, substituindo uma abordagem de gerenciamento de projetos em “cascata”, que tem um histórico ruim de sucesso, o DPM envolve o desenvolvimento, a entrega, o monitoramento, o refinamento e a desativação de “produtos” ou ofertas para usuários de negócios ou cidadãos. Faz com que as organizações pensem de maneira diferente e produz resultados tangíveis com mais rapidez e sustentabilidade.
Tudo como serviço (XaaS) – O modelo XaaS abrange toda a gama de serviços de TI entregues em Nuvem por assinatura. A Pesquisa 2019 de CIOs do Gartner constatou que 39% das organizações governamentais planejam gastar a maior quantidade de financiamento novo ou adicional em serviços em nuvem. O modelo XaaS oferece uma alternativa à modernização da infraestrutura herdada, fornece escalabilidade e reduz o tempo para fornecer serviços governamentais digitais.
Serviços Compartilhados 2.0 – Muitas organizações governamentais tentaram aumentar a eficiência de TI através da centralização ou compartilhamento de serviços, geralmente com resultados ruins. Os serviços compartilhados 2.0 mudam o foco da economia de custos para o fornecimento de recursos de negócios de alto valor, como segurança corporativa, gerenciamento de identidades, plataformas ou análises de negócios.
Força de trabalho digitalmente capacitada – Um ambiente de trabalho digitalmente preparado está vinculado à satisfação, retenção e engajamento dos funcionários – mas atualmente o governo está atrasado em outros setores dessa área. Uma força de trabalho de equipes autogerenciadas precisa de treinamento, tecnologia e autonomia para trabalhar em iniciativas de transformação digital.
Analytics em todo o lado – O Gartner refere-se ao uso generalizado de ferramentas de Analytics em todas as etapas da atividade comercial e da prestação de serviços como analítica em qualquer lugar. Ele muda as agências governamentais do relatório do painel de indicadores atrasados para processos autônomos que ajudam as pessoas a tomar melhores decisões em tempo real.
Inteligência Aumentada – O Gartner recomenda que os CIOs de governo reformulem a Inteligência Artificial como “Inteligência Aumentada”, um modelo de parceria centrado no homem e inteligência artificial trabalhando em conjunto para aprimorar o desempenho cognitivo.