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“Fórmula 1 é um esporte ligado a dados e segurança”, diz Presidente da CrowdStrike

“Fórmula 1 é um esporte ligado a dados e segurança”, diz Presidente da CrowdStrike

Em passagem pelo Brasil, Michael Sentonas enfatizou a conexão que existe hoje entre a tecnologia e o automobilismo, os motivos pelos quais a Crowdstrike é uma das principais patrocinadoras da equipe Mercedes e o quanto os riscos cibernéticos podem impactar os resultados de uma corrida

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Durante sua visita à São Paulo para participar do evento Fal.con On The Road organizado pela CrowdStrike, Michael Sentonas, Presidente da companhia, esteve presente no Grande Prêmio de São Paulo, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, como um dos representantes da empresa. A CrowdStrike é uma das maiores patrocinadoras da equipe oito vezes campeã Mercedes AMG Petronas, como também apoia o famoso Safety Car da Fórmula 1. Em entrevista à Decision Report, Mike, como é conhecido, fala sobre o investimento na Fórmula 1 e a relação entre tecnologia, segurança cibernética e automobilismo.

 

Luiza Sermoud: Vejo que vocês possuem uma parceria com a equipe de Fórmula 1 da Mercedes. Na verdade, a CrowdStrike é um dos maiores patrocinadores. Como essa parceria começou? O que motivou a empresa investir no automobilismo?

Mike Sentonas: Sim, nós temos uma ótima parceria com a equipe Mercedes. Nós também patrocinamos o Safety car da Fórmula 1 e obviamente tem esses eventos possuem uma forte conexão com o que a CrowdStrike faz. A equipe de Fórmula 1 é, na verdade, um de nossos consumidores, eles como todo mundo tem um requerimento da melhor segurança. Se você pensar sobre os riscos em uma equipe de Fórmula 1, eles obviamente sofrem as mesmas ameaças que toda outra organização. Além disso, viajam o mundo todo, operam com o que eu chamaria de espaços hostis e usam conexões de internet ao redor do mundo, então terem o risco de sofrer um ciber ataque antes das luzes se apagarem e a corrida iniciar seria devastador.

 

Luiza Sermoud: Que outras conexões existem entre o automobilismo e a cyber security? Até que ponto um incidente pode comprometer o resultado final de uma corrida?

Mike Sentonas: Você pode imaginar os riscos para um empresa se perdem todos seus designs e datas? Os pilotos precisam de uma segurança que os ajudem a irem mais rápido, porque se a segurança estiver os atrasando, se estão no simulador durante a noite ou se estão praticando para a classificação e a segurança compromete esses treinos, eles não vão aceitar. Então tem várias conexões interessantes entre cyber security e Fórmula 1. Como tenho dito, a equipe de Fórmula 1, Mercedes AMG Petronas é um de nossos consumidores e temos muito orgulho de sermos parceiros deles, e foi maravilhoso estar aqui no Brasil para o fim de semana da Fórmula 1.

 

Luiza Sermoud: Além de ter a Fórmula 1 como cliente e identificar a importância da tecnologia digital para o negócio do automobilismo, você também é um fã de Fórmula 1 como eu?

Mike Sentonas: Eu tenho assistido Fórmula 1 desde pequeno, esse é um dos motivos pelo qual essa parceria é muito especial. Tenho a sorte de ir a diversos eventos ao redor do mundo com o time e nós também costumamos fazer CXO Summit ‘s nos fins de semana de corrida. Temos muitas pessoas do nosso time que participam e fazem apresentações. Temos muitas coisas a aprender com a equipe de Fórmula 1 para aplicar em nossa área de cyber security. Existe um clichê em cyber que diz  “você não consegue vencer a cibersegurança sem uma equipe”. E obviamente você também não consegue vencer uma corrida de Fórmula 1 sem uma equipe.

 

Luiza Sermoud: Você vê outras semelhanças entre a rotina dos profissionais do automobilismo e a dos times que atuam na defesa cibernética, além da questão do trabalho em equipe?

Mike Sentonas: Se você olhar o pitstop, o mais rápido deste ano foi de 1.80 segundos, as equipes são muito bem treinadas para exercerem sua função sob grande pressão. Tem muitas coisas que podemos pensar sobre um ataque cibernético e falamos sobre isso com os nossos clientes durante o fim de semana em que estivemos reunidos. Nós também fazemos grandes eventos e, obviamente, em segurança, assim como na Fórmula 1, todo segundo conta. Se você quer vencer a corrida precisa ser incrivelmente rápido, e se quer acabar com um cyber ataque precisa responder super-rápido, então tem muitas conexões entre Fórmula 1 e cyber segurança que responde porque somos tão apaixonados pelo mundo do automobilismo.

 

Luiza Sermoud: E nós, fãs de Fórmula 1, sabemos que hoje em dia o esporte está muito conectado à tecnologia, diferentemente de como era há 20 ou 30 anos atrás. Você poderia detalhar um pouco mais como a tecnologia, como um todo, está conectada com a Fórmula 1 e como equipes como a Mercedes usam esses recursos?  Por que nós estamos vendo cada vez mais as empresas de tecnologia e cibersegurança como vocês começarem a patrocinar equipes de Fórmula 1?

Mike Sentonas: Bom, acho que todos vimos a evolução do carro da Fórmula 1 , atualmente ele é extremamente técnico com diversos sistemas complexos. Muitos pilotos contam como os carros são incríveis, mas realmente complexos de guiar. Fórmula 1 hoje é um esporte muito ligado a dados, e você vê os requerimentos e a dependência em tecnologia, vê o números de simulações que os times fazem entre sexta à noite e a classificação no sábado e diversas outras após a classificação para se prepararem para a corrida no dia seguinte, então tem um grande elemento que é a dado.

E dependendo das equipes, eles mandam milhares de gigas de dados todo fim de semana para suas fábricas onde desenvolvem os carros. Para olhar para a performance, as equipes dependem de informações para ver possíveis riscos enquanto olham a telemetria do carro, olham para a temperatura do motor, dos pneus, então é basicamente um esporte movido por dado e acho que hoje todos entendem isso. Como disse anteriormente a dependência em tecnologia cria um potencial risco, se tivesse um ataque de ransomware seria devastador a uma equipe para não terem acesso aos seus dados e máquinas, você não pode simplesmente entrar no carro e ser competitivo se você não tem acesso aos sistemas que normalmente você teria.

 

Luiza Sermoud: Além da importância da tecnologia para as equipes e os próprios carros, os próprios pilotos também estão expostos, são famosos e vivem nas mídias sociais. Eles também dependem de tecnologia digital nesse sentido, não?

Mike Sentonas: Sim, também existem riscos pessoais, todos esses pilotos hoje em dia são grandes celebridades, possivelmente por culpa do Drive To Survive (série sobre pilotos e automobilismo da Netflix), mas hoje em dia eles correm riscos também. Eles têm mídias sociais e, como tudo, infelizmente, tem potencial para pessoas com intenções maliciosas que tentam comprometer as equipes, os pilotos e os sistemas. George, nosso CEO, é um piloto de carro muito talentoso, então diria que corridas de carro são uma grande parte da CrowdStrike.

Temos também um grupo Crowdstrike Racing que o George foca, então é parte de quem somos, é parte da empresa e fizemos isso desde cedo. Hoje em dia é algo muito ligado ao marketing, você vê várias empresas colocando dinheiro em patrocínios de equipes de Fórmula 1 porque é algo que eles viram a CrowdStrike fazer na Mercedes e no Safety Car, e é ótimo ver todas essas empresas de tecnologia porque fãs amam tecnologia e o esporte, então é ótimo para nós traz paixão com nosso negócio.

 

Luiza Sermoud: E para você, Mike, qual o melhor piloto de Fórmula 1?

Mike Sentonas: Isso é uma questão contraditória, ainda mais estando no Brasil. Eu cresci vendo Senna correr, e percebo que ele foi um piloto que conecta muitas pessoas ao esporte, por isso gosto muito de vir as corridas no Brasil, aqui a atmosfera e os fãs são diferentes. Mas hoje em dia o melhor piloto e com mais sucesso é o Lewis Hamilton, com sete, quase oito títulos e números impressionantes. Estão começando também conversas sobre Max Verstappen, um piloto que tem crescido bastante nos últimos anos e continuará crescendo no esporte.