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Fintechs estão redesenhando o mundo financeiro

Fintechs estão redesenhando o mundo financeiro

Segundo Caroline Capitani, VP of Business Innovation da ilegra, mais da metade delas tem sede nos EUA, a China aparece em 2º lugar na lista em número de fintechs e 4 das startups citadas no relatório são brasileiras

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A nossa relação com o dinheiro, seja ele físico ou virtual, está sendo reinventada por startups revolucionárias, as chamadas fintechs. Este novo cenário foi avaliado pela consultoria CB Insights, que divulgou um report com a lista das 250 fintechs que estão transformando os serviços bancários em todo o mundo. Como entusiasta do ecossistema empreendedor, em especial do setor financeiro, resolvi me debruçar para estudar a lista, analisar uma a uma das selecionadas e entender os modelos de negócios que está por trás deste setor.

 

Minha ideia foi aliar a minha experiência profissional com a “sede” por conhecer essas iniciativas, e analisar este estudo, para poder complementar com novas constatações, como categorias mais representativas, localizações dessas startups, entre outras. O report considera empresas privadas em ascensão, seus indicadores de viabilidade financeira, potencial de crescimento, foco de atuação e modelo de negócio. Eu me aprofundei para analisar além destas informações. E, ao “dissecar” o report e fazer os cruzamentos com algumas constatações e análises, posso destacar alguns pontos:

 

  • O poder do Tio Sam: das 250 fintechs da lista, 131 têm o headquarter nos Estados Unidos. San Francisco e cidades próximas (79 na Califórnia) representam a maior concentração de fintechs, porém Nova York também congrega um bom número de empresas (33 no total);

 

  • China, a capital financeira asiática: o país aparece em 2°lugar em número de fintechs da lista. Apesar da posição, a quantidade das empresas é quatro vezes menor que os EUA, são 30 startups, com maior concentração nas cidades de Beijing e Shanghai;

 

  • Mercado europeu: o Reino Unido concentra 24 das 250 startups destacadas, especialmente em Londres. Alemanha e Índia aparecem empatados em 4° lugar, ambos os países com 11 fintechs cada;

 

  • Participação das brasileiras: foram 4 as fintechs nacionais destacadas, Creditas, Easynvest, GuiaBolso e Nubank, ou seja, um pouco mais de 3% do total das startups. No entanto, o país vive um ótimo momento neste segmento, um bom exemplo foi o destaque dado este ano pelo maior evento de tecnologia bancária da América Latina, o CIAB, que dedicou espaço e programação especiais para o tema;

 

  • Total de 22 países: dentre os países presentes no report, o país que surpreende é Israel, que embora venha aparecendo em vários estudos sobre inovação, teve aqui uma participação tímida, com apenas um representante, a startupEverCompliant, focada na área de cyber riscos e detecção de fraudes. O país vem se destacando justamente como um pólo de cibersegurança no mundo.

 

Além dos destaques acima, ainda vale ressaltar que entre as 17 categorias as quais a lista enquadra as startups, três concentram o maior número de startups: processamento e infraestrutura de pagamentos com 26 fintechs, mercado de capitais e trading figura, com 21 startups e seguros, que também foi incluída (apesar de hoje existir uma categoria à parte chamada insurtech) e completa o top das categorias com 20 empresas representantes.

 

Entre as empresas que compõem a lista, a Polychain, elencada como uma das empresas de Blockchain, me chamou especial atenção. Conta com um site bastante sucinto e objetivo, e, em tempos de transformação digital, em que temas como blockchain, cloud computing, cyber segurança e moedas virtuais estão em alta, faz um conjunto para ser uma startup que sem dúvidas vale a pena manter no radar.

 

Analisando de forma geral, o que aparece com bastante ênfase é um movimento de desintermediação, em especial a dos bancos. Também pode-se perceber a diminuição ou eliminação de taxas, a desburocratização de processos que costumam ser lentos, com a análise e liberação de crédito em minutos. Outro aspecto é o desenvolvimento acelerado de APIs, que permitem que as soluções sejam “plugáveis” a outros sites, sistemas, soluções. Machine Learning, Big Data e Inteligência Artificial, também são tecnologias presentes em muitas iniciativas. O uso de algoritmos para aprendizado das máquinas têm servido para entregar serviços mais rápidos e inteligentes para os usuários.

 

O report também volta a um tema importantíssimo e destacado por estas startups: a experiência de uso “friendly”. Soluções simples e descomplicadas normalmente são as palavras usadas na descrição destas iniciativas. Em detrimento a isso, um espaço grande de crescimento de mercado na área de UX mostra-se em expansão, somado às necessidades das empresas consolidadas. Quanto aos talentos que estão por trás desses negócios, também chama especial atenção o número expressivo de vagas nessas startups na área de “data science”.

 

Por fim, vale a pena entender e saber as áreas de atuação mais populares das 250 fintechs:

 

  1. Wallet and Money Transfer;
  2. Processing & Payments Infrastructure;
  3. Capital Markets & Trading;
  4. Crowdfunding;
  5. Real Estate Investing;
  6. Blockchain;
  7. Wealth Management;
  8. Personal Finance & Mobile Payment;
  9. Financial Services & Infrastructure;
  10. Regulatory & Compliance;
  11. General Lending & Marketplaces;
  12. Personal & Consumer Lending;
  13. Business Lending;
  14. Mortgage Lending;
  15. Credit Score & Analytics;
  16. Merchant Services.

 

* Caroline Capitani é VP of Business Innovation da ilegra