Dados apontam que 60% dos consumidores estão propensos a adotar esse tipo de pagamento; incluindo o Brasil (58%). Já no caso das PMEs das regiões pesquisadas, 52% delas também gostariam de aderir ao método
O mundo está migrando progressivamente para um ecossistema de pagamentos mais ágil ou em tempo real e isso tem refletido claramente nas preferências de consumidores e pequenas e médias empresas, quando o assunto é agilidade em pagamentos. O estudo Faster Payments Landscape in Latin America, da Visa, conduzido pela Americas Market Intelligence na América Latina e no Caribe, revela que 60% dos consumidores e das PME’s das regiões pesquisadas gostariam de adotar métodos de pagamento mais rápidos.
Segundo a pesquisa, 80% das pessoas entrevistadas consideram o surgimento de métodos mais ágeis uma facilidade bastante atraente, sendo que o interesse é maior entre consumidores jovens e de menor renda. Já para as pequenas e médias empresas, 52% declaram que provavelmente adotariam meios de pagamentos mais ágeis se tivessem essa opção. Isso traria melhorias de controle financeiro e de fluxo de caixa, respectivamente, ainda mais após a recessão provocada pela pandemia de Covid-19.
O estudo também indica que mais de 30% dos pagamentos salariais nas regiões analisadas são realizados em dinheiro e que 80% das pessoas preferem receber de outra forma, o que evidencia a necessidade de uma infraestrutura de pagamento cada vez mais ágil, moderna e que corresponda aos anseios dos trabalhadores.
“Este é o primeiro estudo da Visa na América Latina voltado a examinar o estado atual e as oportunidades de pagamentos mais rápidos para consumidores e PMEs. E os resultados são evidentes – o acesso mais rápido ao dinheiro por parte de pessoas e empresas passou a ser fundamental para manutenção das condições de sobrevivência, tornando a vida das pessoas ainda mais fácil”, comenta Romina Seltzer, vice-presidente sênior de Produtos e Inovação para a Visa América Latina e Caribe. “Vemos que a tendência para pagamentos mais rápidos na América Latina tem crescido rapidamente, o que pode ajudar a impulsionar formas mais eficientes, contínuas e digital-first para trabalhadores, empresas e consumidores terem acesso ao dinheiro”.
Pagamentos mais rápidos já estão ganhando espaço na região, e não se limitam apenas a transferências de dinheiro entre pessoas (P2P). Buscando ajudar a aliviar as preocupações financeiras, aumentar a produtividade e promover a inclusão financeira, empresas e funcionários estão descobrindo também novos benefícios, como o Earned Wage Access (EWA) – modelo que dá mais flexibilidade para receber pelas horas trabalhadas de outras maneiras para além dos intervalos fixos pré-acordados. A Visa vem notando um interesse crescente em EWA em todo o mundo, o que sinaliza que as companhias estão pensando nos talentos que empregam de uma forma diferente e que a força de trabalho precisa desse tipo de benefício.
No Peru, por exemplo, a Visa, com a Niubiz e a TuSueldoYa!, é precursora de uma nova solução que possibilita que as pessoas acessem seus ganhos com trabalhos diários usando o Visa Direct. A nova solução nada mais é do que um conceito de salário sob demanda, que permite que colaboradores acessem a remuneração relativa aos dias já trabalhados antes do término do ciclo de pagamento normal, ganhando mais flexibilidade e equilíbrio financeiro. Os profissionais precisam baixar o app TuSueldoYa!, fazer um registro rápido e transferir a remuneração para a conta bancária. Tudo isso em tempo real, usando Visa Direct.
Pagamentos mais rápidos para consumidores
A rápida inovação tecnológica cria em muitos consumidores a expectativa de que quase tudo esteja disponível em tempo real e sem inconvenientes. De fato, o estudo revela que o acesso imediato ao dinheiro é o principal motivo para as pessoas desejarem adotar pagamentos mais rápidos (47%). A alta probabilidade de adoção de pagamentos rápidos é registrada em todos os mercados incluídos no estudo: Guatemala (91%), México (69%), Colômbia (63%), Peru (59%), Brasil (58%), Argentina (49%) e Chile (48%).
O estudo mostra também que 50% dessas pessoas receberam 10 ou mais pagamentos em 2020 e que 19% recebem pelo menos um pagamento por mês, representando uma população cuja renda familiar mensal depende desses recebimentos. Os pagamentos da economia gig (contratações temporárias) são o tipo mais frequente em todos os mercados, seguidos dos pagamentos P2P. Os desembolsos de benefícios sociais são particularmente significativos no Brasil e no Chile, onde o auxílio social relacionado à Covid-19 impulsionou os pagamentos do governo aos consumidores em 2020 e 2021.
No entanto, 50% dos consumidores pesquisados relataram problemas para receber pagamentos. A principal reclamação é a falta de controle quanto à data do recebimento, especialmente para trabalhadores temporários ou informais. Entre os principais casos de uso que geram desconfortos estão: pagamentos de seguro (57%), pagamentos de varejo (55%), desembolsos de empréstimos (53%) e a economia gig (53%).
Segundo relatos das PMEs, mais da metade dos pagamentos leva mais de 24 horas para chegar ao beneficiário e os pagamentos internacionais estão entre os mais corriqueiros e problemáticos. Os atrasos nos pagamentos são apontados como o principal desafio.
Melhorando o fluxo de caixa de PMEs
Receber rápido e pagar de forma descomplicada está se tornando fundamental para o crescimento das pequenas e médias empresas. A pesquisa descobriu que as principais causas de frustração com os pagamentos são a velocidade e a disponibilidade de fundos. Com efeito, 45% sofreram com a falta de fluxo de caixa no ano passado. As empresas de médio porte foram as mais impactadas e quase 50% recorreram a empréstimos adicionais para solucionar problemas de liquidez. Entre as PMEs afetadas, metade enfrentou problemas de caixa mensalmente durante a pandemia e um terço, pelo menos, uma vez a cada duas semanas.
Criptomoedas
Outra descoberta do estudo destaca que o uso de carteiras de criptomoedas está aumentando a demanda das PMEs por serviços financeiros não tradicionais. As empresas que recebem pagamentos internacionais, por exemplo, têm duas vezes mais chances de receber ativos digitais do que as que só recebem pagamentos domésticos, o que reflete a crescente importância das criptomoedas como veículo para transferências de fundos internacionais.
Tendo em vista o crescente interesse em criptomoedas em todo o ecossistema de pagamentos da América Latina, o relatório revela que 10% das PMEs já começaram a usar carteiras de criptomoedas. As companhias argentinas lideram a adoção, seguidas pelas brasileiras e colombianas. A maioria que trabalha com criptomoedas opera no varejo, principalmente em subcategorias de venda de eletrônicos e roupas.
O levantamento destaca que pagamentos mais rápidos ajudariam mais da metade das PMEs a aumentarem sua resiliência financeira – 41% teriam melhora no fluxo de caixa e 36% poderiam pagar fornecedores de forma mais regular.