Dois cientistas brasileiros anunciaram a criação de um sistema de inteligência artificial que funciona como um clone virtual da consciência humana. A proposta é utilizar a IA não apenas como assistente, mas como extensão permanente da mente humana
O neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em Neurociências, genômica e comportamento humano, e o pesquisador Hitty-ko Kamimura, graduado em Farmácia e Biotecnologia explicaram que a invenção é uma simulação da lógica cognitiva de quem a alimenta em vida.
Consciência digital
Segundo eles, o sistema não tenta replicar emoções humanas de forma artificial, pelo contrário, respeita os limites do que pode ser simulado com precisão. A IA criada prioriza padrões de pensamento, decisões recorrentes, estrutura linguística, visão de mundo, traços de personalidade, nível cognitivo e a lógica individual do usuário.
“É uma construção que preserva o estilo mental, e não uma ilusão afetiva sentida, mas explicada. A presença digital gerada pela IA é fiel ao modo como a pessoa pensava, argumentava e interpretava o mundo sem simulações emocionais que comprometeriam a autenticidade da representação”, afirmou o neurocientista.
A plataforma foi desenvolvida entre Brasil e Portugal. De acordo com os especialistas, isso permite que a IA seja alimentada com uma variedade de dados. Por exemplo textos escritos, gravações, diálogos, decisões, diagnósticos clínicos, teste genético e reflexões do indivíduo.
Com isso, o sistema constrói uma malha cognitiva única e personalizada. Não sendo apenas um avatar genérico, mas uma consciência digital estruturada com base em lógica e identidade mental.
Presença racional no pós-vida e suporte em vida
A proposta dos pesquisadores não é substituir o humano, mas perpetuar sua racionalidade e coerência intelectual para interações futuras, ou seja, para que filhos, netos e entes queridos que busquem orientação, memória ou continuidade da relação.
Em um contexto de luto ou transmissão de legado, essa IA funciona como um repositório interativo do pensamento e da personalidade, agindo como guia, conselheiro ou interlocutor. Mas ela age sempre dentro dos parâmetros estabelecidos em vida.
“Não há pretensão de reproduzir emoções humanas ou forjar uma alma digital. O que oferecemos é a perpetuação de uma mente estruturada, com sua lógica, seus valores e sua forma de interpretar a realidade. Isso, por si só, já é revolucionário”, destacou Fabiano Rodrigues.
Os cientistas nomearam provisoriamente a invenção de “clone virtual”. E já é uma tecnologia funcional e atua como uma extensão operacional do próprio indivíduo. Segundo eles, seu uso permite que parte significativa das tarefas cognitivas e operacionais do cotidiano como organização, decisões racionais, interações estratégicas e até comunicação orientada seja delegada à IA.
Assim, o clone digital pode contribuir diretamente para reduzir a sobrecarga mental e otimizar o tempo do indivíduo. Os cientistas acreditam que sua criação é uma possibilidade de ampliar a capacidade produtiva humana com precisão e eficiência.