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Entrevista com Vanessa Paraguassu Adão Gerente de TI da PBL & SCH Logística Integrada

Entrevista com Vanessa Paraguassu Adão Gerente de TI da PBL & SCH Logística Integrada

Filha de boias-frias, Vanessa desde cedo conheceu as lavouras de algodão no estado do Paraná, onde nasceu, acompanhando seus pais. Com a mudança da família para São Paulo, aos 15 anos foi fazer cursos em uma escola de Informática e por seu desempenho foi contratada como secretária e depois passou a substituir os professores quando necessário. Cursou a Faculdade de Tecnologia e Administração de Empresas e se apaixonou pela área de comércio exterior e hoje comanda a TI da PBL & SCH Logística Integrada, que atua em Assessoria Unificada em Comércio Exterior, Agenciamento de Carga Internacional e Operações Portuárias e Logística, passando pelos modais marítimo, rodoviário e aéreo, onde o uso de IA e um time multifacetado, em suas palavras, e super enxuto está fazendo a transformação digital na empresa

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No campo, na cidade e no mar

 

O título desta coluna procura resumir, de certa forma, a história de Vanessa Paraguassu Adão, gerente de TI da PBL & SCH Logística Integrada, grupo que atua em operações portuárias, no agenciamento de carga internacional e desembaraço no Porto de Santos e por via aérea em Viracopos e Guarulhos. Vanessa é natural de Maringá, no Paraná, mas cresceu em meio a várias mudanças de cidades entre Paraná, Mato Grosso e São Paulo. Ela e seus dois irmãos acompanhavam os pais, boias-frias, ajudando desde a colheita do algodão até a construção civil. Com a mudança da família para São Paulo, aos 15 anos foi fazer cursos em uma escola de Informática e por seu desempenho foi contratada como secretária e depois passou a substituir os professores quando necessário. “Sempre tive afinidade com a área de Exatas e acabei começando em TI por acaso e digo que tive sorte.”

 

Mais tarde, a família mudou-se para Santos onde o pai foi trabalhar inicialmente como pedreiro e depois como jardineiro no grupo Unimonte que tinha um colégio para o ensino médio onde os filhos de funcionários tinham direito à bolsa de estudos. Os donos da escola achavam que Vanessa não teria condições de acompanhar a turma por ter estudado sempre em escolas públicas. Ela conseguiu provar o contrário e ao final do curso entrou na FATEC – Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista, uma instituição pública de ensino superior, colocando-se entre os 10 primeiros candidatos aprovados.

 

Ao terminar a faculdade de Administração de Empresas com foco em Sistemas de Informações Gerenciais, Vanessa começou a trabalhar no Grupo Mesquita, um terminal alfandegado do Porto de Santos. Foi admitida na área operacional e por meio de um teste conseguiu migrar para a área de desenvolvimento de projetos em TI. “Nesta empresa coloquei em prática o que havia aprendido na faculdade e foi onde conheci excelentes profissionais que me ensinaram como atuar como uma analista de sistemas.” Mas diz que seu sonho, na época, era trabalhar em São Paulo e entrou na VF Corporation, uma indústria têxtil fabricante das calças da marca Lee/Wrangler. Ela conta que como a matriz era na Argentina, a TI daqui não tinha muita autonomia, o que a fez voltar para o litoral e para a Santos Brasil, empresa que havia adquirido o Grupo Mesquita, onde ela começou sua carreira.

 

Uma oportunidade a trouxe de volta à capital para trabalhar no Unibanco durante a fusão com o Banco Itaú. Vanessa diz que a área de TI tinha 30 mil funcionários na época e que todo o processo de fusão foi conduzido com muita transparência o que a fez aprender muito sobre automação bancária, desenvolvimento e governança. Neste momento de sua carreira, a dinâmica do comércio exterior e operações portuárias, que sempre a atraiu, falou mais alto e fez com que, mais uma vez, ela voltasse para o litoral e para a mesma Santos Brasil, um dos maiores terminais portuários da cidade, onde tinha deixado uma porta aberta, como reafirmou sua gestora na ocasião. Vanessa conta que teve oportunidade de trabalhar com vários sistemas e automatizações do terminal portuário, aprofundando seu conhecimento na área.

 

Três anos depois, em 2014, recebeu o convite para assumir a TI da SCH Serviços Portuários, responsável pela operação portuária do maior Terminal de Veículos do País e pela importação e exportação de veículos da maioria das montadoras do mundo. A empresa movimenta cerca de 25 mil unidades mês entre automóveis, caminhões e máquinas para construção civil, agricultura e outras aplicações, além de outros tipos de carga. Vanessa conta que quando entrou na SCH havia apenas um sistema e a maior parte das operações, cerca de 90%, eram manuais e que para conseguir desenvolver sistemas acabou tendo que se envolver em todos os processos da companhia. “Não adianta ter tecnologia se você não tem processos bem definidos, senão você acaba automatizando o caos.”

 

Na empresa, a maior parte do desenvolvimento de sistemas é feita internamente, tudo isso com uma equipe extremamente enxuta de apenas 6 pessoas de TI e 2 de Comunicação, Qualidade e Compliance, incluindo a própria Vanessa. “Atualmente atuo na gestão das áreas de TI, Comunicação e Compliance. Somos todos multifacetados e fazemos de tudo um pouco”, diz. Além da TI, Vanessa é responsável pelas certificações ISO e Segurança da Cadeia Logística, compliance, treinamentos e toda a comunicação como redes sociais e endomarketing. Recentemente, as duas empresas irmãs, SCH e PBL, passaram a compor o grupo PBL & SCH Logística Integrada que atua em Assessoria Unificada em Comércio Exterior, Agenciamento de Carga Internacional e Operações Portuárias e Logística, passando pelos modais marítimo, rodoviário e aéreo.

 

Vanessa destaca que a TI tem um papel fundamental no Grupo PBL pois viabiliza toda comunicação e integrações sistêmicas com todos os participantes da cadeia logística, desde importadores, exportadores, armadores, transportadoras, companhias aéreas, além da Receita Federal e outros órgãos relacionados ao comércio exterior. A TI também é responsável por todos os aplicativos utilizados nas operações do terminal, em projetos voltados à sustentabilidade e diminuição de papel e melhoria de processos.

 

A IA já está presente no grupo e na TI ela já é rotina. “A IA está no dia-a-dia da área e isso é o que permite uma equipe enxuta, somos exemplo do uso. Eu uso IA o dia todo e testo várias aplicações no nosso setor de comunicação e treinamentos. Agora queremos entrar num nível mais elevado e principalmente seguro.” Ela acrescenta que, paralelamente, busca governança e segurança para que possa multiplicar a utilização de IA no Grupo. “Nossos próximos projetos estão associados à IA para automatizar processos e aproveitar melhor as pessoas, assim como capacitá-las para que elas potencializem seu dia-a-dia também automatizando tarefas repetitivas”, explica. Um exemplo é o recebimento e triagem de documentação, assim como identificação de cliente e abertura de processo.

 

Comento com Vanessa que ela fez não só a transformação digital da empresa, mas praticamente a introdução da companhia no mundo digital. Timidamente ela me confirma. E pergunto quais foram seus principais desafios neste processo e ela me diz: meu autoconhecimento. “Para chegar onde estou eu tive que, junto à revisão dos processos da empresa e de suas bases, trabalhar o meu autoconhecimento e as minhas bases também, caso contrário eu não conseguiria ajudar a empresa.” E diz que também teve que atuar insistentemente na cultura da companhia, onde prevaleciam processos manuais e dependentes de pessoas, chegando a ser obrigada a impor certas coisas. “Isso para a empresa ter continuidade, crescimento e governança.” E acrescenta que o Grupo PBL & SCH é uma empresa familiar e ela viveu o processo de sucessão, tendo grande apoio às suas iniciativas por parte do filho do dono, que foi quem a convidou para o cargo. “Foi uma grande parceria que permitiu levar a empresa ao patamar que ela está hoje. A tradição da organização se uniu de forma sinérgica à uma visão de futuro e à garantia da continuidade do negócio”, conclui.

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