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Entrevista com Ademir Henri de Souza gestor de Governança de TI do Hospital das Clínicas

Entrevista com Ademir Henri de Souza gestor de Governança de TI do Hospital das Clínicas

A entrada de Ademir Henri de Souza em TI, hoje gestor de Governança de TI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, teria sido por acaso não fosse o fato de num processo de seleção par o departamento de RH em uma empresa de ERP seu desempenho no teste de lógica e na solução de problemas ter chamado a atenção do fundador e proprietário que o convidou a atuar na área de tecnologia. Esse momento marcou o início de uma nova jornada profissional que já completa 19 anos no Hospital das Clínicas, durante os quais passou por diversos institutos do complexo. Boa leitura!

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Um quase acaso

Ademir Henri de Souza, gestor de governança de TI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, uma autarquia especial do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Estado da Saúde para fins de coordenação administrativa, conta que entrou na área de TI por acaso. Mas na verdade não foi bem assim. Depois de vários anos trabalhando na área de RH em empresas de auditoria e contabilidade em sua cidade natal, Umuarama, interior do Paraná, e mais tarde em São Paulo, cursou a faculdade de Administração com ênfase em Análise de Sistemas onde teve contato com TI, lógica de programação e gestão estratégica de TI. Ainda assim sua atuação continuava voltada ao RH, área em que já se envolvia com parametrização e configuração de softwares e formulários, além de contribuir com a estruturação de redes, até ser contratado pela Dzyon ERP, empresa de desenvolvimento de sistemas.

Dias após sua admissão para atuar na área de RH da Dzyon, o presidente e fundador da o convidou para migrar para a área de Tecnologia, oferecendo-lhe a posição de Gerente de Projetos de TI. Henri conta que inicialmente não entendeu o motivo da escolha, mas posteriormente soube que, além de ser um dos poucos a gabaritar o teste técnico, havia solucionado questões de RH durante a entrevista, contribuindo para resolver pendências do próprio ERP. Atuou então com levantamento de requisitos, documentação, integração entre o sistema de manufatura e a plataforma Dzyon a fim de atender exigências legais e tributárias do Brasil, liderou o lançamento do módulo de BSC e a implantação dos módulos de RH, Folha de Pagamento, Fiscal, Contábil e Ativo Fixo, além da gestão de projetos e relacionamento com os clientes.

 

Em 2006, a convite de um amigo Henri ingressou no Núcleo Especializado em Tecnologia da Informação – NETI, braço corporativo de TI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP motivado por sua experiência com gestão de materiais e controle de ativos. O HC, maior complexo hospitalar da América Latina vinculado à Secretaria de Estado da Saúde para fins de coordenação administrativa e subordinado à FMUSP em ensino, pesquisa e prestação de serviços de saúde, conta com mais de 21 mil colaboradores e realiza anualmente mais de 1 milhão de consultas ambulatoriais, 232 mil atendimentos de urgência e emergência e cerca de 50 mil cirurgias.

 

Entre seus primeiros projetos como analista sênior, Henri trabalhou com sistemas de materiais, dispensação de medicamentos de alto custo, desenvolvimento de guias TISS, documentão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e sistema de faturamento do SUS. Menos de um ano após sua entrada, em 2007, assumiu sua primeira posição de liderança como Gestor de TI do Instituto de Psiquiatria – IPq, integrante do complexo do HC. Ele comenta que no início sentiu fortemente a diferença entre as empresas privadas e o HC, especialmente no que tange à morosidade nos processos decisórios. Também enfrentou resistência de colaboradores cujos processos foram modificados. Ele conta que Isso ocorreu, por exemplo, na própria Psiquiatria, com a implantação do sistema de chamados da TI, com base nas práticas do ITIL, estabelecendo uma estrutura formal que até então não existia e também com a centralização das impressoras em rede — criação de pools de impressão — que otimizou os fluxos e reduziu custos com equipamentos locais.

 

Ao realizar o que chamou de “organização da casa”, foi convidado, em 2010, a assumir a TI do Hospital Auxiliar de Cotoxó – HAC (atual Instituto Perdizes – IPer), unidade do HC situada fora do campus original. Henri conduziu a reestruturação completa da rede, a migração e atualização do datacenter e a implantação da conexão direta com o HC, via MPLS, tecnologia de rede que otimiza o tráfego de pacotes de dados, substituindo o modelo anterior, baseado no Intragov da Prodesp, cujo trajeto era mais extenso e menos eficiente.

 

Em 2012, retorna ao NETI – Núcleo Especializado em TI para liderar a implantação do módulo de Gestão de Materiais do HIS MV Sistemas, integrado ao GRP Dynamics, da Microsoft e aos sistemas SIAFEM e SIAFISICO da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Concluído esse ciclo, em 2014 assumiu a liderança da TI do Instituto de Radiologia – InRad, que se preparava para implantar o sistema RIS da Multimed, especializado em radiologia, com foco na melhoria dos fluxos assistenciais. No InRad, também coordenou a modernização da infraestrutura de rede, a inauguração do Centro de Treinamento e de uma nova área administrativa. Atuou ainda em processos de auditoria e nas certificações ONA I, II e III, contribuindo para o aprimoramento da qualidade institucional.

 

Em 2017, de volta ao NETI assume a Governança de TI com a missão de reestruturar o núcleo. Henri conta que a partir de benchmarking com CIOs de hospitais e redes de saúde e com apoio de consultoria especializada, a estrutura de TI foi organizada em quatro áreas: Negócios, Infraestrutura e Operações, Pesquisa e Inovação, Administração e Governança de TI. Em 2019, foi agregada a área de Inteligência e Dados. Liderou também a realização do 1º Fórum de Segurança da Informação no Ambiente Hospitalar, reunindo CIOs e CSOs de diversas instituições do setor e participou da elaboração do Plano Diretor de TI e da criação do Comitê de Segurança da Informação, da estruturação da Unidade de Integridade liderando iniciativas estratégicas de transformação digital, cibersegurança e conformidade regulatória, incluindo a adequação à LGPD e a certificação ISO 9001 para processos de TI.

 

Quanto aos desafios atuais, Henri destaca que no campo da Inteligência Artificial a questão fundamental é como aplicá-la de forma ética e eficaz no apoio ao diagnóstico médico e à tomada de decisão clínica. Já em relação à governança de TI, enfatiza a importância de uma gestão justa e equilibrada, capaz de integrar recursos financeiros, humanos e tecnológicos com foco na continuidade dos serviços e na excelência do atendimento ao paciente, que no caso do Hospital das Clínicas é o paciente do sistema público de saúde.

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