O uso do Edge Computing já vem sendo muito empregado no varejo, sobretudo nas vendas on-line, que crescem cada vez mais, principalmente nesse cenário de pandemia, onde os consumidores reduziram as compras presenciais
Por Jane Greco
Hoje, cerca de 10% dos dados gerados pelas empresas são criados e processados fora de um data center centralizado tradicional ou na nuvem. Até 2025, essa porcentagem deve subir para 75%, conforme apontam as previsões do Gartner. Muito dessa mudança de cenário deve-se à evolução da adoção das empresas ao Edge Computing, que acredito que será ainda mais impulsionada com a chegada do 5G ao Brasil, prevista para 2022.
Por meio de uma espécie de rede de micro data center, a Edge Computing processa os dados críticos localmente, mais próximos ao usuário, resultando em otimização do tempo de resposta aos comandos e do uso da largura da banda, além de mais controle, processamento e agilidade no tratamento das informações. Seu uso já vem sendo muito empregado no varejo, sobretudo nas vendas on-line, que crescem dia a dia, principalmente nesse cenário de pandemia, em que as pessoas reduziram as saídas de casa para fazer compras.
Na maioria dos sites dos grandes varejistas, por exemplo, a Edge Computing tem sido útil para o armazenamento dos dados dos chamados “mapas de calor”. Tratam-se daquelas ferramentas que rastreiam a navegação do cliente nas páginas da internet, com capacidade para identificar o que mais agrada a cada pessoa e, assim, promover ações de marketing mais assertivas. Ferramentas com assistentes de voz, como a da Amazon e do Google, já aceitam comandos sonoros para realizar compras nas lojas virtuais, o que contribui ainda mais para o estabelecimento desse hábito da compra on-line.
Nesses e em outros casos de ações estratégicas que exigem resposta imediata, é fundamental que as informações mais importantes da negociação ou transação sejam de fácil acesso para garantir ao cliente uma experiência desburocratizada e sem atritos. Assim, eleva-se a satisfação dessas pessoas e, consequentemente, as vendas crescem. Situações que nos levam a concluir que, dependendo dos desejos, das necessidades e das estratégias do negócio, nem todas as aplicações precisam estar na nuvem.
É claro que não podemos ignorar os benefícios que a cloud computing tem trazido para a nossa forma de viver, comprar, trabalhar e nos relacionar. Desde que a nuvem esteja configurada da maneira correta, o ambiente agrega à jornada digital agilidade na atualização das tecnologias, escalabilidade dos serviços, redução de custos, disponibilidade, mais facilidade no gerenciamento dos recursos e segurança da informação.
No caso de muitas organizações, porém, o formato híbrido de armazenamento de dados e aplicações, considerando o conceito Edge Computing, tem sido visto como a grande sacada para mitigar a má experiência do cliente. Com os dados críticos sendo administrados no perímetro da empresa, fica mais fácil e rápido mapear, corrigir e evitar possíveis falhas de sistemas diante de um comando.
Os seus clientes e o faturamento do seu negócio vão te agradecer!
*Jane Greco, diretora na MPE Soluções